Resenha: “A revolta de Atlas”

O romance A revolta de Atlas de Ayn Rand é, sem dúvida, um livro muito famoso e de relevância internacional, abordando uma sociedade que apresenta sérios problemas estruturais, caminhando para um colapso.

No início, a história se desenrola de maneira lenta, pois a autora faz uma caracterização detalhada dos personagens, como também das ambientações.

Tendo como protagonista Dagny Taggart, proprietária da Taggart Continental, uma empresa de ferrovias, uma mulher firme e comprometida a entregar sempre o melhor em seu trabalho, quem divide a presidência com seu irmão Jim Taggart, um personagem que adquire relevância na sociedade através de discursos baratos, fazendo-se passar por uma boa pessoa, quando, na verdade, utiliza sua influência política para conseguir o que quer. Apesar de serem irmãos, há um conflito relevante dentro da trama entre os dois que se posicionam de maneira extremamente diferente sobre os assuntos na história.

Através de Dagny, nos são apresentados personagens tanto do governo, que acreditam na presença forte do Estado sobre a sociedade, querendo espoliar ao máximo a civilização e também controlar todos os meios produtivos, beneficiando os membros do governo e seus aliados; como também do empresariado, que tentam melhorar seus meios de produção e, de fato, entregar à sociedade que melhore a condição de vida de todos e gere valor para todos, inclusive para eles mesmo.

No decorrer do livro, a participação do lado governamental vai aumentando mais e mais, prejudicando as pessoas, principalmente, os empresários que geram empregos e meios de produção. Ao perceber que o governo está travando os meios de produção e taxando cada vez mais as empresas, os empresários largam suas posições e desistem de seus negócios, gerando um efeito “bola de neve” que se intensifica, aumentando os problemas sociais.

Essa greve dos empresários é a forma utilizada por John Galt, personagem muito relevante na história, que, a princípio, tem uma figura quase mitológica, mas que, do meio para o fim, se personifica e é o grande vetor para a mudança abrupta que ocorre. Atlas se revolta. Atlas é o deus grego conhecido por sustentar o globo terrestre, personificado nos empresários e empreendedores.

Com relação aos valores, o livro é um grande referencial moral, pontuando os pilares que deveriam balizar a prosperidade. A melhora constante de processos, a autoestima para trabalhar, ser livre e ajudar de forma voluntária. A conscientização verdadeira é a de que, para mudar o mundo, precisamos de indivíduos, e não do coletivismo.

Pontos que me chamaram muita atenção no livro é o fato de ter sido escrito em 1957, mas ser tão atual. Assustadoramente, algumas palavras e frases são utilizadas por políticos hoje em dia. Os órgãos do Estado, apesar de possuírem nomes diferentes dos que temos hoje no Brasil, possuem a mesma função que a autora apresenta, como o centro científico que, no decorrer do livro, deixa a ciência de lado e passa a ser um local de poder e influência sobre a sociedade, conforme já vimos em ditaduras passadas e presentes, regulamentando tudo e todos.

Importante ressaltar que cada personagem traz uma mensagem forte e impactante que podemos assimilar com pontos vividos rotineiramente por nós. Suas atitudes, posicionamentos e formas de ver os problemas e como resolvê-los.

Apesar do tamanho e nível de detalhamento gostei muito da leitura, pois auxilia a formular pensamentos voltados a problemas que vivemos hoje em dia. Mas não é uma leitura prazerosa de início, melhorando do meio para o final. A história deixa alguns pontos inconclusivos que nós mesmos temos que concluir, como o que, de fato, acontece com os membros do governo no final, ou o que aconteceu com Jim Taggart. Concluindo, coloco A revolta de Atlas como livro imprescindível na formação humana e recomendarei sempre que perguntado. É notório também que precisamos de uma sociedade livre sem amarras do governo, com livre comércio para fomentar o desenvolvimento, pessoas dispostas com brio nos olhos e não pobres coitados que mendigam por auxílio, é necessário superar os desafios e ir além, melhorar dia após dia, gerar valor e respeitar o limite dos outros, valorizar a propriedade privada e seus donos, crucificar atitudes impositivas sem razão, palavra muito presente na história mostrando que, sem desenvolvimento das mentes, não chegaremos a lugar nenhum.

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