O consenso afasta no tempo a solução perfeita, pois, se a verdade leva tempo para percorrer mentes iluminadas até chegar ao destino esperado, imaginem aquelas que não sabem que há um ponto de partida ou de chegada, justamente porque nunca viram a luz.
Nessa relação entre tempo e resultado, o valor médio total será sempre injusto com aqueles cuja relação tempo/resultado não coincidir com a média universal.
Na realidade, sempre haverá injustiça nos processos coletivistas, o que não acontece onde o individualismo, baseado no autointeresse racional, predomina.
Quem tiver uma relação tempo e resultado superior à média universal receberá os frutos do pensamento alheio antes de entender o que está acontecendo, enquanto quem tiver uma relação inferior terá que esperar pelo que já sabe como se pudesse prever o futuro.
É por isso que qualquer sistema social baseado no coletivismo, e não no individualismo, é injustamente ineficiente para os melhores, que adaptam suas mentes para obterem respostas mais rápidas; e injustamente eficiente para os retardatários, aqueles que não conseguem ajustar suas mentes a ponto de acompanhar sequer a média geral.
Aqueles cujas mentes não permitem que seus portadores alcancem os demais, porque seu processo mental intrínseco impede que a transformação constante da ideia em ação – e desta naquela – possa ser acelerado de maneira exógena de forma significativa.
A própria tentativa de acelerar de fora para dentro um processo de geração de eficiência acaba gerando entropia, atrasando o protagonista da ação e reduzindo a média universal.
A única maneira de trazer o ponto médio da equação para os que ficam para trás com suas relações ineficientes é por meio da coerção contra os mais eficientes, reduzindo assim a velocidade na transformação de ideias em ação e vice-versa.
Esse retardamento forçado é o que almejam os processos democráticos.
Em outras palavras, há um momento em que carregar os outros nos outros acabará com todos e “dar de ombros” é nada menos do que reinstaurar a justiça de maneira tal que ela volte ao seu ponto original, do qual nunca deveria ter sido retirada.
Portanto, o consenso é sempre injusto e deve ser substituído pelas relações voluntárias entre indivíduos, buscando e oferecendo o que há de melhor sob uma ordem espontânea em que o mérito seja o ponto comum a todos.
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Revisado por Matheus Pacini.
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