assim como o homem não pode sobreviver por quaisquer meios aleatórios, mas deve descobrir e praticar os princípios que sua sobrevivência requer, assim tampouco pode o autointeresse do homem ser determinado por desejos cegos ou caprichos arbitrários, mas tem de ser descoberto e conquistado sob a diretriz de princípios racionais. é por isso que a ética objetivista é uma moralidade de autointeresse racional — ou de egoísmo racional[1].

 

atualmente, a maioria das pessoas considera esta premissa como um absoluto inquestionável. E quando alguém fala do direito do homem de existir pelo seu próprio interesse, racional, a maioria das pessoas aceita automaticamente que isso implica o seu direito de sacrificar os outros. Tal suposição é a confissão de suas próprias crenças de que prejudicar, escravizar, roubar ou assassinar está no autointeresse do homem — a que ele deve altruisticamente renunciar.

a ideia de que o autointeresse do homem pode ser satisfeito por um relacionamento que não implique o sacrifício de ninguém, nunca ocorreu àqueles apóstolos humanitários do desinteresse, que proclamam seu desejo de alcançar a fraternidade entre os homens. E não ocorrerá a eles, ou a qualquer um, contanto que o conceito ‘‘racional” seja omitido do contexto de “valores”, “desejos”, “autointeresse” e ética[2].

 

o termo “interesses” é uma ampla abstração que cobre todo o campo da ética. Inclui as questões de valores do homem, seus desejos, metas e sua verdadeira conquista, na realidade. Os “interesses” de um homem dependem do tipo de meta que escolha buscar; sua escolha de metas depende dos seus desejos, estes dependem dos seus valores — e, para um homem racional, os valores dependem do juízo de sua razão.

os desejos (ou sentimentos ou emoções ou vontades ou caprichos) não são armas da cognição; não são um padrão válido de valor, nem um critério válido dos interesses do homem, o mero fato de um homem desejar algo não constitui uma prova de que o objeto do seu desejo é bom, nem de que a conquista é realmente de seu interesse.

alegar que os interesses de um homem são sacrificados toda vez que um desejo seu é frustrado, é ter uma visão subjetivista dos valores e interesses do homem. O que significa: acreditar que é adequado, moral e possível ao homem alcançar suas metas, indiferentemente de contradizerem os fatos da realidade ou não. O que significa: ter uma visão irracional ou mística da existência. O que significa: não merecer nenhuma consideração adicional[3].
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publicado originalmente em ayn rand lexicon

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[1] rand, ayn. a virtude do egoísmo. Trad. De on line-assessoria em idiomas. Porto alegre: ed. Ortiz/iee, 1991. P.18

[2] rand, ayn. a virtude do egoísmo. Trad. De on line-assessoria em idiomas. Porto alegre: ed. Ortiz/iee, 1991. P. 42

[3] rand, ayn. a virtude do egoísmo. Trad. De on line-assessoria em idiomas. Porto alegre: ed. Ortiz/iee, 1991. P.158

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