Em que se baseia a ética objetivista? Para que ela serve?

É comum entender a moralidade como cumprimento de regras, uma questão de dever e obediência a mandamentos divinos, expectativas sociais ou a chamada “consciência”. O Objetivismo rejeita esse ponto de vista, argumentando que as exigências da moralidade decorrem de fatos sobre a natureza humana e o mundo em que vivemos, oferecendo orientação – e não regras – para se atingir objetivos.

A ética objetivista oferece orientação que deriva do reconhecimento e do respeito aos principais fatos [metafísicos] sobre a natureza humana. A compreensão desses fatos ajuda a ver a ética, particularmente a ética objetivista, como uma aliada para uma vida plena, em vez de um conjunto de deveres a serem cumpridos.

A ética objetivista trata de orientação em direção a um objetivo, o que implica que as teorias morais devem ajudar a identificar quais objetivos devem ser perseguidos e como alcançá-los. Essa necessidade de orientação decorre do fato metafísico de que a vida é condicional, exigindo ações específicas e a concretização de objetivos específicos: ou seja, os valores são objetivos ou fins considerados em relação à sua contribuição para a vida de um organismo.

O fato de a vida ter requisitos definidos define o contexto para a busca de objetivos. Ao contrário de outros organismos, os seres humanos não nascem já conhecendo o que sua vida requer ou como atender a esses requisitos. Assim, a sobrevivência é um problema que só pode ser resolvido pela aquisição de conhecimento, sendo a razão o meio básico de sobrevivência do homem.

A razão é um atributo individual que opera de forma voluntária, o que significa: opera por escolha e requer engajamento ativo. Abraçar a vida como um valor requer abraçar os meios para sustentá-la: e é aqui que entra a ética objetivista fornecendo orientação por meio de suas virtudes.

No Objetivismo, as virtudes são vistas como o reconhecimento de relações causais fundamentais, oferecendo orientação com base na natureza da realidade e em nossa natureza como seres racionais. As virtudes – racionalidade, independência, integridade, honestidade, produtividade e orgulho – são formuladas com relação a fatos metafísicos, enfatizando a importância de aderir à realidade e de buscar ativamente o conhecimento.

A racionalidade, por exemplo, diz respeito ao reconhecimento da razão como a única fonte de conhecimento e guia para a ação. Exige um compromisso total de uso da consciência e a expansão ativa do conhecimento. Outras virtudes, como independência e integridade, são aspectos da racionalidade, especificando como ser racional em vários contextos.

A honestidade enfatiza a importância de não falsificar a realidade, refletindo o fato metafísico de que a consciência não controla a existência, e os fatos continuarão sendo o que são, independentemente de nossos desejos. A produtividade reconhece que o trabalho produtivo é essencial para sustentar a vida, enquanto o orgulho é o reconhecimento de que, assim como o homem deve produzir os valores físicos necessários para sustentar sua vida, ele também deve adquirir os valores de caráter que tornam a sua vida digna de ser sustentada. A ética objetivista está fundamentada em uma perspectiva causal, em que um indivíduo precisa identificar e implementar as ações e políticas que lhe permitam manter sua própria vida e atingir sua felicidade

Para o Objetivismo, a ética é uma ciência de causa e efeito, em que a orientação moral é derivada de uma compreensão da natureza fundamental da realidade e de nosso lugar nela.

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