Eis uma confusão conceitual corriqueira com a qual mais uma vez me deparei numa discussão. As pessoas acham que tudo que é coletivo tem a ver com coletivismo. Não! Coletivo e coletivismo não são a mesma coisa.
Coletivo é um conjunto de indivíduos. O que define se um coletivo experimenta o coletivismo é a forma como as relações sociais se estabelecem.
Coletivismo é quando os indivíduos que fazem parte de um coletivo se submetem ao interesse coletivo abrindo mão de seus interesses para servirem aos demais, sacrificando-se por eles.
Um exemplo de ação coletiva onde o coletivismo é claro são as sociedades socialistas. Um exemplo de coletivo guiado pela ética do individualismo são as sociedades capitalistas, cuja organização se baseia no esforço individual ou coletivo com vistas à satisfação do autointeresse dos indivíduos envolvidos, sem que ninguém se sacrifique pelos demais, mantendo-se como um fim em si mesmo, nem sacrifique os demais através do uso da coerção.
O capitalismo prega que os Robinsons Crusoés que têm direito à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade em sua integralidade, porque não há quem possa impedi-los de agir por viverem isolados em suas ilhas, mantenham esses mesmos direitos ao viverem em sociedade. Notem que indivíduos que vivem isolados como Robinsons Crusoés também não podem impor aos outros a sua vontade, porque não há ninguém para obedecê-los. São os direitos individuais inalienáveis que servem de ponte para a preservação do individualismo quando alguém deixa uma vida isolada para viver em sociedade onde a colaboração gera benefício mútuo.
A preservação desses direitos se dá com a exclusão da violência das relações interpessoais que devem ser sempre livres e voluntárias. É para proteger esses direitos que existe o governo. O governo deveria apenas impedir que alguém obrigue outros a fazerem o que não querem ou coibir aqueles que querem impedir os outros de fazerem o que desejam, desde que estes não usem de violência contra terceiros.
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Revisado por Matheus Pacini.
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