Os Estados Unidos tinham um diferencial como nação que, com o tempo, foi perdendo vitalidade: o individualismo. Representava a base moral para a construção de uma sociedade vigorosa, não pela união das partes, mas pelo fortalecimento de cada membro que constitui aquela comunidade, através da defesa rigorosa dos direitos individuais, reconhecidos como inalienáveis e indissociáveis do homem que os possui incondicionalmente, enquanto aceita e respeita que os demais seres humanos como ele também os possuam.
Não há contrato social firmado entre os indivíduos que fazem parte da sociedade americana – e assim deveria ser nas demais sociedades. Os que usam a faculdade que diferencia os seres humanos dos outros seres vivos – a razão – são amparados pelo que a realidade apresenta e a lógica valida, pela compreensão e pela aceitação tácita que temos na vida, na liberdade e na propriedade como valores que permitirão a cada um de nós existir de forma independente e autossustentada de modo a satisfazer os propósitos que escolhemos alcançar para atingirmos a felicidade que dará sentido a nossa vida, enquanto obviamente ela existir.
O misticismo, o altruísmo e o coletivismo que têm sido defendidos nas suas diversas formas, inclusive na grande nação americana, vêm corrompendo a moral que deu sustentação à política lá praticada até fins do século XIX. Ainda é forte o apelo e a defesa das ideias originais fornecidas pelo Iluminismo que percorreu a Europa, principalmente a partir da Holanda, da Inglaterra e da Escócia e de alguma maneira com pensadores franceses e de outros países europeus que se posicionaram em favor do indivíduo e da razão, e contra o estatismo coletivista, a força e a fé.
Passados séculos, a batalha entre o coletivismo autofágico e o individualismo redentor segue vívida perturbando a longa caminhada da humanidade em busca da prosperidade, a qual só possível a partir do uso da razão, da ética do autointeresse e da política capitalista, única moralmente compatível com a natureza humana.
Não é preciso assinarmos um contrato social para aquilo que é autoevidente, axiomático, fundamental para entender o porquê vivemos em sociedade e de como devemos nos comportar nessa experiência existencial.
A cooperação entre indivíduos, movida pelo autointeresse racional, fundada nos direitos individuais protegidos por um governo limitado a esse fim, produz os valores materiais, intelectuais e espirituais com os quais qualquer homem livre ou não permite-se sonhar.
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Escrito por Roberto Rachewsky
Revisado por Matheus Pacini
Publicado originalmente em Instituto Liberal
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