Capitalismo: o protetor da menor minoria da Terra

Por décadas, esquerdistas defenderam o socialismo enquanto negligenciavam suas montanhas de crânios, da Rússia à Venezuela. Eles ignoram o Livro Negro do Comunismo, um registro minucioso das mais de 60 milhões de mortes resultantes das ações deliberadas de regimes socialistas.

Alguns esquerdistas parecem sinceramente preocupados com o bem-estar dos outros, porém ignorantes quanto às mortes do socialismo. Intelectuais de viés esquerdista deveriam colocar a mão na consciência, afinal, seu trabalho é (ou deveria ser) identificar grandes verdades e seu impacto sobre a vida humana. Os maiores culpados são aqueles que conhecem o impacto moral do socialismo e, mesmo assim, continuam a defendê-lo.

A pergunta de um milhão de dólares é: por quê? 

Alguns dos defensores do socialismo afirmam que o capitalismo matou mais – mas seu cálculo inclui milhões de mortes por guerras e escravidão. Guerra e escravidão são causadas pelo capitalismo? Apenas definições claras podem responder a essa pergunta. 

Socialismo é um sistema socioeconômico em que a propriedade é “social” ou “de todos”. Como todas as pessoas que formam uma sociedade não podem estar no controle ao mesmo tempo, na prática, os líderes “proletários” controlam o uso da propriedade. Resultado: aqueles com o poder estatal controlam e direcionam a atividade econômica. Daí os horrores como a morte de seis a oito milhões em consequência da expropriação e do uso estatal da produção agrícola na União Soviética por ordens de Stalin. 

Por outro lado, o capitalismo é um sistema socioeconômico em que a propriedade é privada, o governo é severamente limitado, e os direitos individuais são protegidos (por exemplo, liberdade de expressão e presunção de inocência). Como foram Inglaterra e Estados Unidos os primeiros a implementarem esse sistema no século XVIII, indivíduos criativos foram capazes de empregar livremente seu capital, resultando em vasta atividade econômica. Apesar de vários problemas ao longo do caminho, o capitalismo foi o sistema que possibilitou o maior aumento em riqueza e mitigação de pobreza na história da humanidade

Contudo, os socialistas confundem o público quando igualam o capitalismo ao mercantilismo, um sistema em que oficiais de governo distribuem favores econômicos a capitalistas de compadrio. Mas o “capitalismo de compadrio” é um boato: sempre houve corruptos em todos os estados.

Mais precisamente, o problema é o estatismo de compadrio. Governo amplamente limitado e Estado de Direito protegem os direitos individuais, restringe os favores que políticos podem distribuir a capitalistas de compadrio, iguala oportunidades, resulta na busca produtiva e pacífica do autointeresse – e no aumento do padrão de vida de todos.

A riqueza não é estática – ela é criada. De outra forma, como explicar a transição de cavernas para arranha-céus? É fato que uma pessoa rica pode bem viver em qualquer lugar – portanto, são os pobres que precisam ser livres para escolher, liberdade essa possível pela propriedade privada e pelos direitos individuais, se quiserem criar riqueza e lutar por seus próprios sonhos. 

E permanece o mistério: esquerdistas dizem se preocupar com os “pobres e oprimidos”, mas o taco de hóquei do PIB desde o estabelecimento do capitalismo industrial fracassa em persuadi-los de que o capitalismo é um bom sistema.

E eles não apenas criticam o capitalismo, como também o injuriam. Por quê? 

Porque os socialistas são coletivistas, enquanto o capitalismo é individualista. Socialistas acreditam que o bem último é a “sociedade”, o grupo, a tribo, a raça, e não o indivíduo. Esse grupo pode ser a nação, a família, a tribo, os de mesmo gênero – a escolha é sua. 

Preocupar-se em ajudar os outros é a sua máxima prioridade, seu dever moral, e dizem que o socialismo cumpre esse objetivo, essa meta de vida. E esse ponto é a interseção do moral e do prático porque, se o capitalismo for dominante, as pessoas se preocuparão apenas com si próprias. É a independência do indivíduo que assusta os socialistas, porque, se todo mundo é independente, ninguém precisa deles! 

No capitalismo, cada pessoa pode escolher o seu próprio caminho – não a ideia de outra pessoa sobre como viver. O resultado é que indivíduos ao redor do mundo são tirados da pobreza ao empregar sua própria criatividade na produção de bens e serviços. 

Mas para viver numa sistema capitalista, é preciso ter uma atitude frente aos outros que está ausente na fantasia coletivista. Por exemplo, muitos professores são socialistas porque professores tendem a querer ajudar os outros, o mesmo registrado com enfermeiras e médicos. E há muito de positivo em querer ajudar os outros. Eu sou professora, e não faço isso por dever moral, mas como uma forma de empregar meus dons mais elevados de entendimento e habilidade, e por gostar de ver jovens progredindo. 

Eu me esforço para ajudá-los a chegar no ponto que não precisam mais de mim. Como dito pela renomada educadora italiana Maria Montessori: “o maior sinal de sucesso de um professor é ser capaz de dizer, “as crianças aprendem hoje como se eu não existisse…” 

Os coletivistas de verdade querem algo totalmente diferente: querem ter poder sobre os outros. Eles infantilizam as relações para nutrir dependência, como mães que buscam manter seus filhos “embaixo de suas asas”.

O foco coletivista no controle revela essa motivação. Eles mudam o foco, apresentando uma falsa alternativa: que grupo exercerá controle sobre você? Você será um “escravo do salário”, permitindo que algum burguês lhe diga o que fazer, ou terá voz ao votar para partidos intervencionistas que controlarão a economia? Nenhum deles lhe oportuniza a escolha da independência, isto é, de você controlar a sua própria vida.

Para pôr fim à sanha dos programas governamentais coletivistas que induzem à culpa, os capitalistas precisam contrapor a ética coletivista com um modelo moral diferente que enfatiza o bem espiritual e material do capitalismo. Ele é bom porque concede aos indivíduos a oportunidade de exercer suas virtudes mais elevadas (por exemplo, autoconfiança, produtividade, racionalidade), enquanto constroem vidas boas.

Alguns anos atrás, Lenore Skenazy, autor do livro e blog Free Range Kids, recuperou um artigo de jornal de 1905 sobre dois garotos, de 5 e 13 anos de idade, que foram aclamados por terem viajado por conta própria a Washington D.C e São Francisco. Sua aventura refletia a autoconfiança venerada naquela época – enfoque presente nos romances muito populares de Horation Alger, como Ragged Dick, em que um jovem melhora radicalmente sua própria vida. Aquela perspectiva moral era celebrada nos séculos XIX e XX nos Estados Unidos. 

Precisamos recuperar tal espírito! É fundamental desafiar as premissas morais dos coletivistas. Vamos avançar o valor e a superioridade do capitalismo, eliminando o socialismo e seu poder destrutivo da face da Terra.

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Publicado em Real Clear Markets.

Revisado por Matheus Pacini

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