Um relato sobre o meu primeiro contato com Rand

Esse artigo poderia ter sido intitulado “O meu agradecimento ao Instituto Líderes do Amanhã”, por ele ter me proporcionado a chance de experienciar a leitura de Ayn Rand. Como entusiasta dos temas de gestão, acabei deixando de lado por muito tempo o estudo da filosofia.

Para uma hiperativa, ler 929 páginas de um único livro teria sido considerado impensável alguns meses atrás, pois o tédio teria me consumido antes mesmo do segundo capítulo. Eu sabia que o ciclo de leitura seria o maior desafio para eu ser aprovada no processo seletivo do instituto, e eu estava disposta a superá-lo. Afinal, todas as vezes que me propus a aceitar desafios, fui muito bem recompensada.

Ler A nascente foi o degrau mais gratificante dessa jornada. Conhecer o Objetivismo e todas as questões filosóficas e humanas que Rand explora no livro fez com que eu não só mudasse a forma de pensar sobre alguns pontos na minha vida, na minha relação com as pessoas e no meu trabalho, mas também com que eu não tivesse dúvidas sobre os valores que escolhi para guiar minhas decisões.

Adotando as premissas defendidas, sabendo que a felicidade é o propósito moral do indivíduo e a capacidade produtiva é a sua habilidade mais nobre, o egoísmo racional torna-se o contraponto principal ao altruísmo e coletivismo.

Partindo desse pressuposto, o egoísmo racional é a única forma de altruísmo verossímil. Nada pode trazer mais desenvolvimento a uma sociedade do que o esforço do indivíduo na busca da sua própria felicidade por meio de suas realizações, baseadas no seu propósito e seus valores.

Ao contrário da percepção comum, o egoísmo racional é desafiador. Abdicar de fazer o que outras pessoas esperam em detrimento de fazer aquilo em que acreditamos, através de um processo lógico, racional, não é fácil.

Quantas vezes nos colocamos em situações de comparação com um dissemelhante (o que não faz sentido), ao contrário de tentarmos superar a nós mesmos todos os dias? Ou ainda, agimos pelo impulso de agradar ou impressionar outrem, deixando de lado nossos anseios e objetivos principais?

Mas seria possível, então, viver como Howard Roark, personagem do livro marcado pela sua total inflexibilidade em relação a seus valores, na nossa sociedade atual?

A discussão aqui não deve estar no âmbito da distopia, que foi o caminho que Ayn Rand encontrou para nos apresentar sua filosofia da forma mais prática possível, porém, acredito que não há outra via, senão ser um eterno vigilante para seguir o caminho da integridade.


Revisado por Matheus Pacini.

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