Simone Biles e a punição do bom por ser bom

Bill comenta sobre o artigo Simone Biles penalized for having skills other gymnasts can’t pull off, publicado no USA TODAY.

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Biles é uma ginasta que está num nível totalmente diferente da competição, e consegue fazer coisas que outras ginastas nem sonham fazer. Outras já tentaram fazer os movimentos introduzidos por Biles – como o triplo-twist duplo-carpado – e se machucaram, porque não são tão boas quanto ela. Solução? A Federação Internacional de Ginástica decidiu fazer com que os movimentos originais de Biles valham menos pontos em competições oficiais, tentando assim desencorajá-las a tenta-los.

Isso é absolutamente perverso, de diversas formas.

O problema mais óbvio é que isso pune uma pessoa por suas virtudes, de modo a proteger os vícios de outras pessoas. A função de um sistema de pontos é justamente medir de forma objetiva a qualidade da performance do atleta, com base em padrões previamente estabelecidos. A performance de Biles é excepcional, segundo esses mesmos padrões e, portanto, deveria conquistar mais pontos. Tirar isso dela é como dizer: “como você ousa ser tão melhor que os outros? Você não consegue ver que estão se machucando ao tentar imitá-la?

Outro problema com essa decisão é que ela ignora completamente o fato de que os outros atletas são adultos, capazes de tomar suas próprias decisões. A saúde física é um valor, mas se sobressair no que você faz também é. Apenas o indivíduo pode escolher como equilibrar ambos, no contexto de sua própria vida. Alguém que decidiu dedicar sua vida a um esporte pode muito bem estar disposto a correr o risco de lesão em busca de se tornar melhor no que faz – você pode discordar de seus valores, mas a escolha de como valorar é deles.

Esse é apenas um de muitos exemplos de como instituições culturais têm adotado abertamente o altruísmo e o coletivismo como seu padrão – e isso explica por que estão cada vez mais se distanciando do público.

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Revisado por Matheus Pacini.

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