Ontem (14/12/2019), um editorial anónimo no The Washington Post esclareceu o problema da Argentina. Resumo o seu conteúdo em alguns pontos.
- O problema é psicológico e mental, já que os argentinos sofrem por suas próprias preferências. O maior problema reside na ciência da ética. Os argentinos não acreditam na existência disso (ou ainda não a descobriram). Acreditam que a ética é subjetiva, e que deve ser guiada por sentimentos e fé. Como a fé ensina altruísmo e sacrifício, os argentinos perseguem o ideal moral que inevitavelmente resulta em pobreza e conflitos.
- Guiado pelas premissas da Igreja e do papa Francisco, o argentino médio desdenha a riqueza e o dinheiro como “o esterco do diabo”, e busca alcançar uma pobreza digna, a la Pepe Mujica.
- Como ninguém pode viver feliz em meio à mediocridade, à sujeira e às dívidas, muitos argentinos se afundam numa angústia permanente, buscando a todo custo evadir tal estado mental. Nisso reside o pretexto perfeito para se tornar um paladino dos mais pobres, um justiceiro social: saquear os ricos para ajudar os pobres. Ganhar dinheiro em uma atividade produtiva é malvisto, já que implica aceitar conscientemente que queremos ser ricos. Quem faz isso é condenado e merece ser expropriado.
- A política permite que os justiceiros vivam como reis (roubando para a coroa). A eles se somam os sindicalistas que se utilizam do mesmo pretexto (defender o trabalhador). Políticos e sindicalistas enriquecem junto com aqueles que já venderam sua alma, os “empressauros” industriais que, como dizia Lênin, “competirão até o fim para nos vender as cordas com as quais nós os enforcaremos.
- O problema psicológico existe, e é a falta de autoestima e de um senso de produtividade provocados por um sistema educacional estatal baseado na obediência e na repetição, no coletivismo anti-industrial, e na convicção de que a razão e a mente humana são ferramentas impotentes, e que tudo se resume a um “sentir” desconectado dos pensamentos.
- A pobreza só cresce (está em 40%) e o endividamento também.
- Como não é possível saquear os ricos para sempre, só resta o caminho do autoritarismo para expropriar e acelerar o ritmo de violência. É exatamente nesse ponto que nos encontramos. Veremos se seremos capazes de resistir. Se sobrevivermos, deveremos jogar no lixo um código moral obsoleto e recuperar o espírito criador de riqueza e respeitoso dos empreendedores que motivaram nossos avós a fundar a Argentina.
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Revisado por Matheus Pacini.
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