Quem é Felipe Neto?

Felipe Neto é o fruto e a semente de uma campanha intensa promovida por intelectuais pós-modernos e neomarxistas cujo propósito é substituir a ideia de felicidade, estado permanente de bem-estar não-contraditório produzido pela realização de propósitos construtivos sobre bases morais virtuosas, pela efêmera e viciante experiência hedonista que busca o prazer a qualquer preço.

Enquanto a felicidade moralmente justificada exige a capacidade de lidar com abstrações elevadas, o prazer efêmero não requer nada além de sensações rasas. Emoções controladas pela razão estão vinculadas aos valores éticos que elegemos; emoções deixadas à mercê das sensações não têm parâmetros, podendo levar a comportamentos destrutivos para o próprio ser, como uma consagração ao niilismo.

É óbvio que, para alcançarem esse objetivo, influenciadores na mídia e educadores na escola miram no público que ainda não formou sua consciência, impedindo-lhes de formular com precisão conceitos e integrações que levarão a abstrações mais complexas – entre elas, a visão ética necessária para discernir entre o bem e o mal, entre o certo e o errado.

Nas escolas, os métodos de ensino que privilegiam o pragmatismo, ou seja, a educação feita através da experimentação, do aprendizado contemplativo que abre mão das abstrações interativas entre quem tem o que ensinar e quem deve aprender, transformam as crianças, psicoepistemologicamente falando, em eternos bebês.

Em vez do aprender a pensar, ensinam o aprender a sentir, o que visa impedir que os jovens alcancem a racionalidade, a virtude de reconhecer que, para existirmos e vivermos como seres humanos, precisamos usar nossa razão.

Virtudes que contribuem para a nossa autoestima, para o amor que dedicamos à nossa vida e àqueles que conosco compartilham valores, como honestidade, integridade, produtividade, independência, justiça e orgulho acabam sendo substituídas por sensações de prazer ou dor, como se fôssemos meros animais irracionais subjugados a instintos que sequer temos.

Quem controlar nossas sensações controlará nossas mentes incapazes de criar pensamentos críticos que nos guiem pela vida apontando o que é errado e falso ou verdadeiro e certo.

Quando vemos sujeitos como esse jovem adulto infantilizado, que adquire relevância ao ponto de ser entrevistado por ministro da Suprema Corte, o mais elevado cargo existente a serviço do Estado, cabe-nos refletir: a que ponto chegamos como sociedade?

A resposta é simples. Aquele ponto em que homens como Rousseau, Marx, Sartre, Derrida e Foucault queriam para os Felipes Netos da vida, uma sociedade primitiva, na qual o ser humano se torna igualitário por absoluta incapacidade de lidar com a linguagem e abstrações que os diferenciam dos animais irracionais, como a produção de valores materiais, intelectuais e espirituais que permitem irmos além das sensações para alcançarmos o estado de felicidade não-contraditória que somente padrões morais nos permitem.

Quando somos guiados por niilistas que querem destruir os padrões de moralidade para que toda a experiência seja eticamente aceitável, a vida perde literalmente a direção e o sentido. Se vocês querem que seus filhos ou netos vivam em uma sociedade civilizada e próspera, formada por indivíduos verdadeiramente felizes, não se constranjam, ajam sabendo que o pós-modernismo e suas variantes não contribuem para isso.

Muito antes pelo contrário, o desejo desses filósofos sempre foi o de nos levar de volta aos tempos da barbárie para vivermos novamente como selvagens. Gente como o Felipe Neto não são os artífices. São, por nossa omissão, meros instrumentos.

Uma corte suprema que se deixa envolver por gente deste quilate mostra sua moralidade. Não tenha dúvidas, já chegamos no fundo do poço, mas é possível cavar mais um pouco, mais um pouco e mais um pouco.

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Revisado por Matheus Pacini.

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