Intelectuais, popularidade e desonestidade intelectual

Intelectuais, como todos nós, não sabem tudo. Não existe um ser onisciente. Podemos separar os intelectuais em vários grupos: aqueles com os quais concordamos fundamentalmente, aqueles com os quais discordamos, aqueles que não compreendemos e aqueles que não conhecemos.

Inúmeros grupos podem ser constituídos de acordo com a nossa subjetividade. No entanto, antes disso, precisamos separar os intelectuais sob um critério objetivo que é a honestidade intelectual. Há intelectuais honestos e desonestos, há intelectuais que erram e intelectuais que não admitem seus erros.

Então, diria que podemos separar os intelectuais entre os não sabem tudo e os que não admitem que não sabem tudo.

O primeiro grupo é formado por aqueles que têm algo a nos ensinar e estão disposto a aprender. O segundo não sabe a lição mais importante para um intelectual: admitir que não sabe tudo e que errar é um convite para o aprendizado.

É preferível ser honesto do que parecer onisciente. Somente os idiotas acham que alguém sabe tudo. Qualquer sujeito com um mínimo de inteligência pode identificar um desonesto intelectual. Mas não basta inteligência, é preciso também ter autoestima e acreditar na própria mente para estar apto ao questionamento. Muitas vezes, nem é preciso conhecimento específico a respeito de um tema, uma dose de ceticismo e lógica é capaz de encontrar a falsidade naquilo que nos é dito como se fosse verdade.

A popularidade pode ser resultado da sabedoria individual, mas também pode ser um sintoma que indica que quem nos faz popular sofre de algum mal. Baixa autoestima, carência afetiva, entre outros problemas levam as pessoas à idolatria. Nada pode ser mais nocivo à própria mente do que idolatrar alguém, ainda mais se esse alguém for um desonesto intelectual. Idolatrar desonestos intelectuais é um ato de rendição da mente, é uma derrota de cujas consequências não temos noção real. Idolatrar um desonesto intelectual é crime do qual somos vítimas e, ao mesmo tempo, cúmplices, já que estamos sendo desonestos intelectuais com nós mesmos.

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Revisado por Matheus Pacini.

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