Discordo de Friedrich Hayek mais uma vez. Hayek disse que o capitalismo não foi criado por ninguém e que tampouco Adam Smith o fundou. De fato, Adam Smith é o pai da economia moderna, tendo percebido e teorizado que, quando o sistema que rege as relações sociais é o capitalismo, as relações são virtuosas e os resultados dessa relação são profícuos para todos os envolvidos.
Eu discordo do autor de A constituição da liberdade e Lei, legislação e liberdade, pois o capitalismo precisa ser criado tanto quanto o socialismo, o qual é o sistema social baseado na iniciação da coerção, enquanto o primeiro se baseia na coerção retaliatória. No socialismo, o estado usa a coerção para obrigar os indivíduos a produzirem para satisfaze a sociedade; no capitalismo, o estado impede que a sociedade explore os indivíduos capazes, parasitando-os através do uso da força ou de fraude.
Em ambos os casos, existe a necessidade da criação de um sistema social composto por instituições, sem as quais nem um nem outro sistema se estabelecem.
Marx não teorizou sobre o socialismo, não havia experiências sobre as quais ele poderia teorizar. Sua obra se baseou em uma crítica ao capitalismo que surgia e, para idealizar um sistema alternativo, criou uma sociedade hipotética com base em premissas e conclusões inválidas.
Marx deixou de lado a natureza humana imaginando uma sociedade em que seus integrantes seriam seres desprovidos de racionalidade, livre-arbítrio, ambição e vontade próprias; e, o mais importante, destituídos de direitos individuais inalienáveis. Quando suas ideias foram colocadas em prática, os resultados foram desastrosos, não por falhas de execução, mas por vício de origem.
Quando Adam Smith lançou A riqueza das nações, o capitalismo já tomava corpo na Inglaterra, onde a teoria dos direitos individuais de John Locke já havia sido implementada através da Bill of Rights de 1689. Porém, a primeira nação a sacramentar este princípio na sua carta fundamental foram os Estados Unidos da América.
O capitalismo não surgiu do nada; ele foi arquitetado e implementado por homens geniais e corajosos como Thomas Jefferson, James Madison, Benjamin Franklin, John Adams, George Washington, entre outros, que escreveram uma Declaração de Independência e, anos depois, uma Constituição que permitiu que as teorias de John Locke e Adam Smith fossem colocadas em prática e protegidas por lei.
Interessante que a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América foi promulgada no mesmo ano em que a primeira edição de A riqueza das nações foi lançada.
O socialismo idealizado por Marx foi colocado em prática por psicopatas assassinos como Lênin, Trotsky e Stalin e uma gama de sucessores tão irracionais e destrutivos quanto eles.
Sem leis que visam a excluir das relações sociais a violência contra os direitos individuais inalienáveis, nenhum sistema social consegue existir, a não ser o caos e o domínio da sociedade por quem detiver o poder para impor arbitrariamente sua visão de mundo, sua ética particular e sua vontade, à revelia de premissas e preceitos universais que pessoas pacíficas, orientadas por virtudes necessárias para a manutenção da vida, aceitam.
O capitalismo inglês era embrionário. O capitalismo americano era mais sofisticado, ainda que falho em alguns aspectos cruciais. Ambos tinham na sua constituição, com letras minúsculas – porque somente os Estados Unidos da América possuíam uma formalmente estabelecida -, a proteção do direito à propriedade mais fundamental, a propriedade intelectual, divisor de águas entre sociedades dependentes da acumulação de capital pela extração ou pilhagem e as sociedades criadoras de riqueza, baseadas na capacidade inovadora de mentes geniais e empreendedoras.
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Revisado por Matheus Pacini.
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