De fato, o que é do seu interesse?

De fato, o que é do seu interesse? Muitos dirão que é óbvio: seguir seus desejos. Mas, na visão de Rand, essa perspectiva está errada.

Para entender a razão, reflita sobre o conceito de “autointeresse” de Rand. Contrária à perspectiva convencional, Rand defende uma nova concepção de autointeresse baseada não em desejos (ou emoções), mas em fatos e razão. Identificar seus verdadeiros interesses exige real esforço cognitivo. Rand escreve:

O termo “interesses” é uma ampla abstração que cobre todo o campo da ética. Inclui as questões de: valores do homem, seus desejos, metas e sua verdadeira conquista, na realidade. Os “interesses” de um homem dependem do tipo de meta que escolha buscar; sua escolha de metas depende dos seus desejos, estes dependem dos seus valores — e, para um homem racional, os valores dependem do juízo de sua razão.

Os desejos (ou sentimentos ou emoções ou vontades ou caprichos) não são meios da cognição; não são um padrão válido de valor, nem um critério válido dos interesses do homem, O mero fato de um homem desejar algo não constitui uma prova de que o objeto do seu desejo é bom, nem de que a conquista é realmente de seu interesse.

Uma pessoa racional, diz Rand, “não considera ‘porque eu quero’ ou ‘porque eu tenho vontade” uma causa ou validação suficiente de seus atos. Escolhe e/ou identifica seus desejos por um processo da razão e não age para realizar um desejo até e a menos que seja capaz de racionalmente validá-lo no contexto completo do seu conhecimento e dos seus outros valores e objetivos. Ela não age até que possa dizer: “Eu quero isto porque é certo.”

Essa análise aparece no artigo “Os ‘conflitos’ de interesse entre os homens”, em que Rand explica as quatro considerações fundamentais envolvidas na concepção racional de um indivíduo sobre seus próprios interesses, seu contexto completo, e o que é necessário para alcançá-los. E mais, Rand argumenta que, contrária à suposição generalizada, “não há conflitos de interesses entre homens racionais – nem no trabalho, nem na vida pessoal, nem mesmo na questão do amor.”

Citações extraídas da obra A virtude do egoísmo de Ayn Rand.

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Publicado originalmente em New Ideal.

Traduzido por Matheus Pacini.

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