Carta aberta aos caminhoneiros (greve de 2015)

O sentimento de indignação é de todos.

Não há aquele que trabalha no setor privado que não esteja insatisfeito com o grau de intervenção governamental em sua vida.

Somos taxados, regulados, tutelados, controlados e punidos como nunca fomos antes.

É por isso que grande parte da população vinha apoiando a chamada “greve dos caminhoneiros”.

Uns chegaram a dizer que seria a transposição de “A Revolta de Atlas” para a realidade brasileira.

Acredito que pouquíssimos de vocês, caminhoneiros, estão familiarizados com o romance da escritora Ayn Rand, que retrata uma greve daqueles que fazem o motor do mundo funcionar.

Com certeza, seu líder Ivar Schmidt nunca ouviu falar do significado da frase: “Quem é John Galt?”

John Galt, protagonista do romance, era o rebelde por trás do movimento grevista que clamava por liberdade e respeito à propriedade material e intelectual – direitos inerentes à natureza do homem.

Digo que não leu e não conhece porque os pleitos estabelecidos por ele, ferem, mais uma vez, os direitos de todos os brasileiros.

A quase totalidade dos que apoiaram a greve imaginava que as reivindicações da categoria se resumiriam ao pedido de menos regulação, menos impostos, mais liberdade e mais respeito à iniciativa privada e ao livre mercado. Única maneira para diminuir a crônica corrupção existente no país e liberar as amarras que impedem que a sociedade construa os caminhos para sua própria prosperidade.

Vejo com tristeza que a pauta apresentada pelos grevistas segue a mesma retórica que sempre fez parte do sindicalismo tradicional, tão bem representado pelo PT: mais governo, mais subsídio, mais privilégios, mais imoralidade.

Usar o governo, sinônimo de força, para empurrar para a sociedade inteira os custos dos privilégios demandados pela classe é uma vergonha e uma traição com aqueles que julgavam este movimento diferente de todos os demais.

Infelizmente, mostra-se que não é. É apenas o exercício de repugnante ambição pelo imerecido.

Gostaria que os caminhoneiros tivessem a consciência do equívoco moral e econômico de suas pretensões.

Sonhava com o dia em que uma categoria dessas viesse a público gritar “Quem é John Galt?”, em respeito à liberdade e à propriedade dos demais.

Lamentavelmente, nos deparamos com mais uma corporação associando-se ao governo para pedir por “almoço grátis”.

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Publicado originalmente em Rachewsky.

Revisado por Matheus Pacini.

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