O PT e outros partidos criaram uma subsidiária privada ligada aos Correios e outras estatais, denominada pela opinião pública como Mensalão. Apesar do funcionamento da coisa ser notório e absolutamente ilegal, muitos dos envolvidos se safaram, inclusive Lula. Com o desbaratamento da quadrilha, o empreendimento Mensalão foi à falência e acabou sendo encerrado.
A experiência serviu de aprendizado e os “empreendedores” resolveram arriscar-se neste mercado de criar dificuldades para vender facilidades de uma forma mais “profissional” e “inteligente”. Em vez da diversificação em busca de uns trocados, resolveram operar envolvendo toda uma cadeia produtiva, cujos principais agentes se tornaram cúmplices, em busca de dinheiro graúdo. Assim, os arquitetos e engenheiros dos esquemas de corrupção criaram uma organização multinacional criminosa vinculada a uma das maiores empresas do mundo, a Petrobras.
O novo empreendimento acabou ganhando um nome-fantasia capaz de sintetizar a grandiosidade do negócio: Petrolão. Como o Mensalão e qualquer outro empreendimento, o Petrolão acabou falindo, já que seus administradores se descuidaram de um ou dois detalhes que não passaram despercebidos por aqueles que devem ficar de olho nos que tentam obter ganhos imerecidos: a Polícia Federal, o Ministério Público e os juízes das varas criminais, que têm como dever defender as vítimas, buscando restabelecer a justiça. O resto é história.
História que, por sinal, está sendo reescrita para inverter papéis. Os bandidos viram mocinhos e vice-versa. Afinal, papel aceita tudo, inclusive as mais criativas e fantasiosas narrativas. Lula foi preso e depois foi solto. Vemos agora, o capo di tutti capi, assessorado pelo STF, que deveria condenar políticos corruptos, back-to-business, como dizem os americanos.
Como bom socialista, Lula quer facilitar a implementação de duas coisas que são fetiches para qualquer socialista, seja ele comunista, social-democrata ou fascista: o planejamento central e um grande conglomerado que possa atuar com eficiência e produtividade no mercado da corrupção.
A ideia de acabar com as privatizações, com o desmembramento de gigantes estatais, de diminuir dividendos para espantar acionistas minoritários, parece ter um objetivo e ele não é pequeno. Lula quer se superar. Mensalão e Petrolão foram empreendimentos bem sucedidos enquanto duraram. Seus frutos financeiros estão por aí, escondidos e espalhados pelo mundo. Os resultados políticos fizeram Lula voltar impune.
Sempre falam em “Brasil S.A” como razão social de um país que um dia pensou em empreendedorismo. Sim, Lula quer reavivar o Brasil S.A., símbolo do nacional-desenvolvimentismo, para poder constituir organização corolário do estado-empresário.
Prevejo que, em alguns anos, descobriremos o que já se sabe de antemão: a existência de mais uma tentativa do Lula e sua turma de ganhar poder político e econômico imerecidos, o Brasilão, que, como suas antecessoras, terá sucesso garantido até a honestidade, a lei e a justiça voltarem a reinar no país.