A maior revolução liberal que o governo Bolsonaro poderá produzir não virá de Paulo Guedes no Ministério da Economia.
Virá da Secretaria da Alfabetização do MEC com Carlos Francisco de Paula Nadalim, que se propõe a substituir o pragmático método construtivista de ensinar a ler e escrever através da decoreba de sílabas e palavras, pelo método fônico ou fonético.
Quem diria, eu apoiando um indicado por Olavo de Carvalho.
Só a mudança no método de alfabetização já produzirá uma revolução epistemológica.
Será o início do fim do analfabetismo funcional.
O método fônico ensina o código visual-auditivo na sua essência. Quem apreende a forma e o som de cada letra está apto a identificar, reproduzir, produzir ou combinar qualquer vocábulo de qualquer língua que se baseie no alfabeto.
No português brasileiro, é necessário aprender 34 fonemas, no espanhol, 29, no francês, 37, e, no inglês, 44, inclusive aquela combinação de t com h que nos faz soprar com a língua entre os dentes para produzir aquele semissom esquisito, como em tooth.
Quem aprende os fonemas um a um torna-se uma espécie de Alan Turing da linguística, consegue decifrar ou produzir qualquer mensagem de forma autônoma e independente. Não há nada mais libertador que poder conectar a própria mente com a realidade através da palavra.
A palavra é o veículo que coloca os perceptos à disposição da nossa mente para serem processados com a nossa própria inteligência.
É claro que não basta aprender a lidar com as letras, é importante aprender a lidar com as palavras, daí a importância da gramática.
Saber fonética e gramática é necessário, mas não suficiente. É também necessário saber lidar com o pensamento, para a devida identificação, classificação, integração e abstração na formulação das ideias. Para tal, é preciso aprender lógica.
Fonética, gramática e lógica servem para se criar conhecimento. No entanto, para transmiti-lo de forma convincente, é preciso dominar a retórica. Pronto, aí está um currículo básico para as escolas fundamentais: fonética, gramática, lógica e retórica.
Mas compreender e descrever os concretos que percebemos ou imaginamos também não é suficiente para vivermos nesse mundo. Além das identidades, precisamos lidar com as quantidades. Por isso, precisamos também da matemática.
Agora, para o povo brasileiro voltar a pensar por si, não basta apenas fonética, gramática, lógica, retórica e matemática. É preciso estimular a imaginação e a criatividade com as artes, desenvolver corpos saudáveis com esportes, contextualizar a nossa existência com matérias como geografia, filosofia e história.
É preciso também desenvolver noções de como funcionam as leis da natureza, para isso aprende-se astronomia, física e química. E porque não, higiene e economia.
Educação para a cidadania exige que a escola seja livre da coerção do Estado, o que só poderá ocorrer com a privatização imediata, ampla, geral e irrestrita de toda a cadeia produtiva envolvida com o ensino, inclusive e, principalmente, com o fechamento do MEC.
Alfabetização pelo método fonético, educação pelo método montessoriano, complementado pela filosofia objetivista, favorece a objetividade e prepara o indivíduo para desenvolver as virtudes necessárias para uma vida digna, como a racionalidade, produtividade, honestidade, integridade, independência, justiça e orgulho.
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Publicado originalmente em Instituto Liberal.
Revisado por Matheus Pacini.
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