É bem verdade que a negação serve para nos poupar de sofrimentos desnecessários. Todos deveríamos ter, pelo menos, um amigo sincero – daqueles que avisam quando a cegueira voluntária nos coloca em uma situação de real perigo. Seria muito mais fácil para esse amigo ficar calado, afinal, há realmente poucas pessoas no mundo preparadas para conversas difíceis. Seja grato por quem o incomoda com o intuito de salvá-lo e se afaste de quem o vê caminhar em direção ao precipício moral, mas esconde, covardemente, a verdade, por medo de assumir, talvez, a própria incoerência prévia.
Os covardes costumam ter vergonha de mudar de opinião e, mesmo quando vencidos por dados e fatos, são capazes de distorcer a realidade e toda a história da humanidade para se convencer de que nunca erraram. Não faltará carisma em seus discursos, e pode ser muito tentador depositar seu julgamento nas mãos desses sabichões irretocáveis. Eles dizem defender a vida e a liberdade, mas se calam frente a crimes humanitários só porque vieram de onde eles não esperavam.
O autoritarismo e o coletivismo (mesmo se fossem bem-intencionados) não coexistem com a liberdade e os demais direitos humanos. Qualquer regime que demande o sacrifício de uns em prol de outros para funcionar levará, invariavelmente, a ditaduras terríveis. O nome que fica “bonito” nos discursos é autossacrifício em prol do coletivo; o nome verdadeiro é suicídio. A desmoralização do indivíduo é um círculo vicioso em que, no cenário idealizado, todos se sacrificam por todos e não resta prosperidade, liberdade e muito menos dignidade para ninguém.
São justamente as consecutivas concessões que os cidadãos fazem ao Estado quando lhes convém a sensação de tomar e/ou dividir o que é do outro que mantêm a chama do autoritarismo acesa quando não mais se deseja intromissão. O menor sinal de prostituição da liberdade é o seu completo fuzilamento. Há lições que a história tenta ensinar insistentemente, e há sabichões em negação para cada uma delas. Para cada sabichão, há pessoas sendo mortas e caladas sem ninguém cantar a seu favor.
Defenda a sua liberdade!
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Revisado por Matheus Pacini.
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