Uma sociedade civilizada composta por indivíduos livres e independentes que coexistem cooperando ou competindo para criar e trocar valores sem perder a privacidade, conceito que sintetiza a supremacia da liberdade individual e da propriedade privada, corolário do direito à vida e à busca da própria felicidade, é o que defende a filosofia objetivista como fim.
Muitos dizem que o Objetivismo é muito radical, quase utópico. Sim, é radical; infelizmente, muitos não conseguem verificar sua viabilidade porque estão, psíquica e epistemologicamente, encarcerados: logo, esse modelo derivado da observação da realidade conjugado com a lógica num processo racional, pareça utópico.
Ayn Rand identificou os fundamentos do Objetivismo a partir dos ensinamentos de Aristóteles e da sua própria capacidade intelectual. Além, é claro, de ter tido a oportunidade de viver em sociedades e épocas tão distintas quanto a Rússia czarista, a União Soviética comunista, e os Estados Unidos, antes e depois da crise de 1929.
O Objetivismo parece radical, mas não é utópico. Isso porque se baseia nos princípios metafísicos mais coerentes com a realidade objetiva, nos princípios epistemológicos mais coerentes com a nossa natureza racional, nos princípios éticos mais coerentes com os desafios existenciais que enfrentamos, e nos princípios políticos mais coerentes com uma sociedade que queira respeitar o indivíduo como ser consciente no contexto social.
Da mesma forma, o Objetivismo parece radical porque todas as outras filosofias se moldam às correntes tradicionais que tratam o indivíduo como uma peça manipulável de um sistema de engrenagens sobre os quais ele não teria nenhuma influência.
Misticismo, dirigismo, destino manifesto, apriorismo, coletivismo, estatismo e utilitarismo se pode encontrar em praticamente todas as outras filosofias. No Objetivismo, não. Tabula rasa, livre-arbítrio, uso volitivo da razão, individualismo, capitalismo, leis naturais como a da identidade e da causalidade para determinar a moral, o dever a partir do ser, são pressupostos inegociáveis para os objetivistas.
Utópico para o ser humano é viver numa sociedade sem privacidade, onde o indivíduo é atordoado pela vida sem plena liberdade, onde a propriedade é relativizada ou suprimida, onde as relações sociais não são baseadas na confiança, na cooperação e na competição, mas em um estado permanente de suspeita, de medo, em que o uso da coerção prevalece sobre a liberdade.
O Objetivismo, com suas respostas para enfrentarmos os problemas existenciais, realidade, razão, egoísmo, capitalismo e romantismo estético, é a menos utópica das filosofias modernas, e isso é corroborado ao fazermos a pergunta: qual sistema que, quando aplicado, é melhor para o ser humano, para o indivíduo, para o seu bem-estar. Aquele que se baseia no coletivismo estatista ou o que se baseia no individualismo de mercado?
A resposta é autoevidente, basta olharmos o mundo com foco e honestidade. O Objetivismo não defende uma utopia, mas apenas que o ser humano use aquilo que o faz diferente de todos os seres vivos, uma mente com a capacidade e faculdade volitiva de pensar. Uma sociedade civilizada é possível, basta os homens, como seres racionais que são, fazerem um esforço para se livrarem do cárcere em que eles mesmos preferem estar.
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Revisado por Matheus Pacini.
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