O individualismo considera o homem – todo os seres humanos – como uma entidade soberana independente, dotada de um direito inalienável sobre sua própria vida, oriundo da sua natureza como ser racional. O individualismo defende que uma sociedade civilizada, ou qualquer forma de associação, cooperação ou convivência pacifica entre homens, só pode ser conquistada com base no reconhecimento dos direitos individuais – e que um grupo, como tal, não tem direitos além dos direitos individuais de seus membros.[1]

Não cometa o erro do ignorante que pensa que um individualista é um homem que diz: “Farei o que eu quiser, doa a quem doer” Um individualista é um homem que reconhece os direitos individuais inalienáveis de todos – os seus e os dos outros. Um individualista é um homem que diz: “não comandarei a vida de ninguém, nem permitirei que alguém comande a minha. Não comandarei nem serei comandado. Não serei um mestre, nem um escravo. Não me sacrificarei por ninguém – nem sacrificarei alguém em meu benefício.”[2]

A mente é um atributo do indivíduo. Não existe um cérebro coletivo. Não existe nenhuma espécie de pensamento coletivo. Um acordo fechado por um grupo de homens é apenas um pacto ou uma média estabelecida a partir de vários pensamentos individuais. É uma consequência secundária. O ato primário – o processo da razão – deve ser desempenhado por cada um dos homens separadamente. Podemos repartir uma refeição com muitas pessoas, mas não podemos digerir isso em um “estômago coletivo”. Ninguém pode usar os pulmões de outra pessoa para respirar. Ninguém pode usar o próprio cérebro para pensar pelos outros. Todas as funções do corpo e da mente são privadas. Não podem ser compartilhadas, nem transferidas.

Nós herdamos os produtos do pensamento de outros homens. Herdamos a roda. Fizemos uma carroça. A carroça se tornou um automóvel. O automóvel se tornou um avião. Mas o que recebemos dos outros, em última instancia, é apenas o produto final do pensamento deles. A força motriz é a habilidade criativa, que usa esses produtos como matéria-prima, utiliza-a e origina algo novo. Essa faculdade criativa não pode ser dada ou recebida, compartilhada nem emprestada. Ela pertence a um único indivíduo. Tudo que ele cria é propriedade do criador. As pessoas aprendem entre si. Mas todo o aprendizado é apenas troca de material. Nenhuma pessoa pode conceder à outra a capacidade de pensar. Ainda assim, essa capacidade é para nós a única razão de estarmos vivos.[3]

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Tradução de Hellen Rose.

Revisão de Matheus Pacini

Publicado originalmente em ayn rand lexicon

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[1] Rand, Ayn. “Racism” em The Virtue of Selfishness, p. 129

[2] Rand, Ayn. “Textbook of Americanism” em The Ayn Rand Column, p. 84

[3] Rand, Ayn. “The Soul of an Individualist” For the New Intellectual, p. 78

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