Se desejam ser bem-sucedidos, nosso conselho mais importante é que ignorem os discursos de seus professores contra a razão e o individualismo.
Uma carta imaginária de pais muito preocupados com a base das ideias as quais seus filhos, que estão prestes a se formar, foram ensinados.
Queridos John e Sue,
Primeiro, queremos parabenizá-los pela formatura. Sabemos que ambos se esforçaram muito nos últimos quatro anos.
Segundo, queremos adverti-los a respeito de alguns perigos. Ironicamente, esses perigos se encontram justamente nas ideias as quais vocês foram expostos na faculdade. Sabemos, por experiência própria, que dois grandes temas dominam a maioria dos cursos: que a razão humana não é confiável – e, pior, dispensável – e que o indivíduo deve se submeter ao coletivo.
Em Psicologia, tenho certeza que aprenderam que o livre-arbítrio é uma ilusão, e que sua vida é regida pelos sentimentos do seu inconsciente; em Sociologia, que vocês são o produto passivo do condicionamento social; em História, aprenderam o dogma multicultural de que nada é objetivo, pois todas as interpretações são “influenciadas” pela raça, gênero e status econômico dos indivíduos.
Em Literatura, aprenderam que o indivíduo está fadado a viver uma vida trágica em um universo incompreensível; em Economia, que as necessidades da sociedade sobrepujam a do indivíduo; em Política, que os direitos individuais são afirmações arbitrárias feitas por quem está no poder; em Filosofia, que não se pode saber nada com certeza e que todos os valores morais nada mais são do que preferências subjetivas insuportáveis. No fundo, vocês aprenderam que não há nada sagrado neste mundo, nem mesmo suas próprias mentes.
Se desejam ser bem-sucedidos, nosso conselho mais importante é que ignorem os discursos de seus professores contra a razão e o individualismo.
A capacidade de raciocínio é o seu bem mais valioso. A razão é seu meio de conhecimento para existirem como humanos – e não animais. É o pensamento racional dos indivíduos que tornou possível os passos do avanço humano rumo às estrelas. Sua mente racional é o que lhes permite ser objetivos e independentes – para determinar o que é verdade e repudiar quaisquer “influências sociais” que julguem erradas. A razão é o que faz de vocês indivíduos, e não membros irracionais do rebanho. Desistir da razão – pela fé, instinto, emoção ou qualquer forma de misticismo – é entregar suas vidas às crenças e ditados alheios. É declarar que não sabem como viver – e precisam ser dependentes, de forma cognitiva e prática, daqueles que afirmam saber.
A propósito, há um último perigo a ser enfrentado na vida acadêmica: o discurso de formatura. Esta palestra tediosa reforça as mesmas mentiras que vocês ouviram dentro de sala de aula. O orador dirá que sua maior obrigação moral é escolher uma carreira na qual não busquem interesses próprios, mas os da sociedade. Ouvirão a afirmação de que o autossacrifício é o ideal mais nobre que alguém deve buscar.
A verdade é exatamente o oposto. Os Estados Unidos foi fundado sobre o princípio do individualismo, onde o indivíduo é soberano e tem direitos inalienáveis à vida, liberdade e busca da felicidade. Nos Estados Unidos, a virtude foi construída consistindo não em autonegação, mas em autoafirmação – não em servidão coletiva, mas em realização individual. Desafiando séculos de pensamento político estatista, os “pais fundadores” declararam pela primeira vez que o indivíduo não existe para servir ao governo, mas sim que o governo existe apenas para proteger os direitos individuais.
Os princípios americanos são contrários aos dos governos da Rússia soviética e da Alemanha nazista. As filosofias dessas ditaduras – e todas as outras – foram baseadas, de forma explícita, na premissa de que cada cidadão tem o dever de sacrificar seus próprios interesses pelo coletivo.
Portanto, John e Sue, ao começo de suas próprias carreiras e vidas adultas, pedimos que vocês mantenham duas ideias como absolutas e invioláveis: que a razão é seu meio para conhecer a realidade, e que suas vidas dependem apenas de vocês. Esses são os princípios que fizeram os Estados Unidos crescer, e que vão permitir que vocês, se os adotarem de verdade, vivam vidas felizes e produtivas.
Com amor,
Pai e Mãe.
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Publicado originalmente em Capitalism Magazine.
Traduzido por Verônica Ferrari Cervi.
Revisado por Matheus Pacini.
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