Nos círculos do pensamento liberal, um princípio fundamental ressoa com clareza e convicção: a intervenção estatal na economia é um obstáculo à verdadeira liberdade, responsabilidade individual e prosperidade. Ayn Rand, uma destacada defensora do objetivismo, articulou essa visão com eloquência ao afirmar que “a única maneira de um governo estar a serviço da prosperidade nacional é mantendo suas mãos fora dela.” Nesse sentido, é importante analisar as raízes do liberalismo e explorar os valores da liberdade, responsabilidade individual, propriedade privada e economia de mercado, à luz das ideias de Ayn Rand.
A liberdade é a base da sociedade liberal. Rand acreditava que a liberdade individual não só era um direito natural, mas também uma condição necessária para o florescimento humano. Quando o governo assume um papel intrusivo na economia e, através de emaranhados regulatórios, impõe restrições excessivas, ele mina a liberdade dos cidadãos de buscarem seus interesses legítimos. A natureza empreendedora e inovadora do indivíduo é coibida, e o espírito humano de explorar novos horizontes é contido. A liberdade de escolha, tão valorizada na economia de mercado, cede lugar a uma burocracia sufocante que dita as regras do jogo econômico.
Nesse contexto, a responsabilidade individual também é afetada. Rand acreditava que cada indivíduo era o mestre de seu próprio destino e, portanto, era responsável por suas ações e escolhas. A intervenção estatal pode distorcer essa responsabilidade ao criar uma rede de segurança excessivamente ampla. Quando o governo assume a responsabilidade por garantir o bem-estar de todos, ele desencoraja a iniciativa pessoal e a busca ativa de soluções. Apropriadamente, a economia austríaca aponta que essa interferência pode criar distorções no mercado e desincentivar a competição saudável e a eficiência econômica.
Por sua vez, a propriedade privada está no cerne da economia de mercado e do pensamento liberal. Rand defendia que o direito à propriedade era uma extensão natural do direito à vida. A intervenção estatal excessiva pode minar esse princípio, à medida que regulamentações excessivas e altos impostos diminuem a capacidade do indivíduo de controlar seus recursos. A propriedade é mais do que simples bens materiais; é a expressão tangível da liberdade individual e da autoexpressão.
À luz das ideias de Ayn Rand, aprofundar o entendimento sobre a relação entre intervenção estatal e esses valores permite uma crítica mais precisa. O pensamento objetivista enfatiza a importância de se guiar pela razão e pela realidade objetiva. Quando o governo tenta moldar a economia por meio de políticas centralizadas, ele muitas vezes ignora as complexidades da realidade econômica, resultando em consequências imprevistas e distorções. A economia de mercado, baseada na livre troca voluntária e na alocação eficiente de recursos, permite que os indivíduos se adaptem às mudanças e respondam às necessidades de maneira mais ágil.
Em conclusão, a visão liberal, guiada pelos valores da liberdade, responsabilidade individual, propriedade privada e economia de mercado, encontra apoio substancial nas ideias de Ayn Rand. Seu objetivismo ecoa nas críticas à intervenção estatal, e destaca como a liberdade individual e a iniciativa empreendedora são essenciais para a prosperidade. Ao aprofundar esses princípios, percebe-se que uma economia verdadeiramente dinâmica e responsável floresce quando o governo mantém suas mãos fora dela, o que permite aos indivíduos guiados pela razão e pela liberdade construírem um futuro mais próspero e autônomo.
Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.