Qual é a importância do “eu”?

Você é você?

Cântico nos leva a um mundo distópico onde o conceito de individualidade foi quase completamente apagado. Pessoas são identificadas por números, e a palavra “eu” desapareceu. Em meio a este cenário opressor, emerge nosso herói relutante, Igualdade 7-2521. Sua jornada nos lembra o poder do indivíduo e a necessidade inerente de autonomia.

“Nós não somos o que pensamos. Mas o que pensamos, fazemos.”

Através dessa afirmação, Rand destaca a importância fundamental do pensamento autônomo. Quando o pensamento independente é restrito, a sociedade se arrisca a estagnar sob o peso de sua própria homogeneidade.

Eu x Nós

A obra de Rand pode ser lida como uma crítica direta aos sistemas totalitários que buscam homogeneizar a sociedade, extinguindo a individualidade. No mundo de Cântico, observamos os ecos dos regimes comunistas, onde a submissão do indivíduo ao coletivo é priorizada. Em contraste, o capitalismo celebra e recompensa o individualismo, a inovação e o mérito. Milton Friedman, economista e defensor do capitalismo, afirmou: “O sistema de mercado livre é o mecanismo que tem se mostrado mais eficiente para tornar países prósperos e para transformar países pobres em ricos”. Rand, através de sua obra, ecoa essa crença de que a liberdade individual, tão central ao capitalismo, é vital para o progresso humano.

Onde há fumaça, há fogo.

Em tempos recentes, vimos em Hong Kong manifestantes lutando bravamente pela preservação de seus direitos individuais e democráticos frente a uma China autoritária. Jovens como Joshua Wong se tornaram símbolos dessa resistência. Wong, com sua paixão e determinação, lembra-nos de Igualdade 7-2521, ambos buscando sua voz em mundos que tentam silenciá-los. A história de Wong e de tantos outros em Hong Kong demonstra as consequências reais quando a liberdade individual é posta em risco.

Igualdade 7-2521, ao longo de sua jornada, descobre o poder da inovação, representado pela eletricidade. Mas, mais do que uma descoberta técnica, ele redescobre o poder do “eu”, a essência da individualidade. Sua jornada, semelhante à jornada clássica do herói, leva-o do conformismo à rebelião, da ignorância ao conhecimento, e da servidão à liberdade.

“Eu sou, eu penso, eu vou.”

Este mantra, repetido ao longo de Cântico, serve como um lembrete de que a verdadeira liberdade começa com a aceitação do “eu”. O momento de autorrevelação de Igualdade 7-2521 é um momento que todos nós enfrentamos em nossas vidas, onde temos que escolher entre seguir a multidão ou ouvir nossa própria voz.

Cântico

Em Cântico, a revelação da palavra “eu” à Igualdade 7-2521 não é apenas uma descoberta linguística, mas uma redescoberta da essência da humanidade. Em uma sociedade onde o individualismo havia sido apagado, o simples ato de reconhecer a si mesmo como um ser distinto é uma revolução.

O poder e a importância do indivíduo, tão central na filosofia de Rand, brilham na narrativa. A obra nos lembra de que, independentemente das pressões externas, a chama da individualidade, da inovação e da liberdade nunca pode ser completamente extinta. Em tempos de debates sobre direitos individuais e coletivos, Cântico permanece como um farol, lembrando-nos da eterna importância do “eu”.

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