Nas palavras de Ayn Rand, a função apropriada do governo é a proteção dos direitos de seus cidadãos, ou seja, proteger os homens daqueles que iniciam a coerção ou violência através de três dispositivos: a força policial para a manutenção da paz interna, o exército para conter forças externas e tribunais para a resolução de conflitos de forma pacifica.
Um governo é o meio de colocar o uso retaliatório da força física sob leis objetivamente definidas. Sob um sistema apropriado, qualquer um pode fazer qualquer coisa, exceto o que é legalmente proibido;(…) Este é a forma de subordinar a “força” ao “direito”, o conceito de “um governo de leis, não de homens.”[1]
Em uma sociedade livre, os homens negociam entre si voluntariamente e, quando o elemento tempo está envolvido na relação, celebram contratos. Muitas vezes ocorrem conflitos na interpretação dos contratos. Isto leva a uma das mais importantes e complexas funções do governo: a de árbitro que decide disputas de acordo com leis objetivas.[2]
Assim sendo, é imprescindível separar a política da economia o mais rápido possível, de forma racional e progressiva (já que a maior parte do povo ainda depende do sistema), para que tenhamos, finalmente, o capitalismo laissez-faire. Mas isso só pode acontecer através da mudança cultural, pela disseminação de uma filosofia que exalte a racionalidade e a defesa dos direitos naturais em escolas, faculdades e meios sociais.
O cenário atual é totalmente contra a liberdade – e a favor de mais controles – e isso não é culpa apenas dos políticos, mas dos cidadãos. Num país em que ainda existe liberdade ou alguma noção da mesma, o político não é um fator determinante, mas sim produto da opinião pública (ou o que ele acredita ser a opinião pública).
No momento, os objetivistas devem esquecer a política, focando seus esforços nas universidades e meios sociais. Se você entendeu a filosofia objetivista, espalhe os seus ensinamentos, divulgando intelectuais que se prontificam em representá-las – principalmente nas universidades – porque a política começa com uma ideia. Para tal, é preciso desenvolver um conjunto de princípios consistentes voltados para o capitalismo, ensinando-os nas escolas, nas fábricas e, não menos importante, nos eventos partidários (aos candidatos, por exemplo). A sua postura não deve ser a de um cruzado – faça ou morra -, pois nada ocorre da noite para o dia, mas sim a de um comunicador da promessa de liberdade, e não da vida fácil do assistencialismo governamental.
A esquerda já está há anos defendendo seus “intelectuais” e espalhando seus ideais coletivistas e estatistas, e isso se reflete na sociedade, na mídia e na política atual. Os escândalos de corrupção política e moral, de obscenidades na arte e música e da valorização dada à violência e à irracionalidade {como nas novelas da Globo) são resultados diretos da moral pregada [do altruísmo] que ainda domina a nação.
Só no capitalismo laissez-faire é que um governo pode ser controlado, e a filosofia correta, difundida. Afinal, a filosofia determina a cultura, e com isso, a direção de um país.
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Revisado por Matheus Pacini
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[1] RAND, Ayn. A Virtude do Egoísmo. Trad. de On Line-Assessoria em Idiomas. Porto Alegre: Ed. Ortiz/IEE, 1991. p. 24
[2] RAND, Ayn. A Virtude do Egoísmo. Trad. de On Line-Assessoria em Idiomas. Porto Alegre: Ed. Ortiz/IEE, 1991. p. 25