Alisa Zino’vyena Rosembaum ou apenas Ayn Rand, como é popularmente conhecida, cresceu no estado de São Petersburgo, na Rússia. Devido à ascensão do socialismo na União Soviética em 1926, mudou-se para os Estados Unidos em 1926. Consagrou-se como romancista, filósofa criadora do Objetivismo, além de dramaturga e roteirista.
A Nascente foi publicado em 1943, sendo a primeira obra lançada nos Estados Unidos pela autora. A obra é extremamente atemporal e aplica-se à realidade atual, sobretudo do Brasil. Focando no enredo da história, ela se passa na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, entre 1920 e 1930. Diferente da sua obra mais conhecida, A revolta de Atlas, em A nascente, o personagem principal está vinculado à imagem de um homem ideal. Estamos falando de Howard Roark, arquiteto que luta para conquistar o sucesso por meio das suas ideias e valores. Para isso, ele precisa defender suas ideias frente a pessoas que pensam diferente.
Ainda na faculdade, Roark é expulso da Stanton Institute of Technology por insubordinação: apesar dos professores reconhecerem o seu talento nato, não aceitavam que ele tivesse um estilo próprio e criativo para os projetos. Acreditavam que Roark deveria seguir os modelos clássicos que eram ensinados em sala de aula. Ou seja, não importava se ele era dotado de criatividade, o importante era reproduzir aquilo que os professores queriam — semelhante ao que vemos na academia, os docentes, ao invés de incentivarem a criatividade dos alunos, acabam podando sua liberdade e criando barreiras para a inovação.
Em contrapartida, na mesma sala de aula, Peter Keating, filho da dona da pensão em que Howard reside, é considerado o aluno número um da classe e se forma com honrarias. Isso ocorre porque ele segue fielmente o tradicionalismo arquitetônico de seus professores, diferentemente de Roark. Entretanto, apesar da formação com título de honra, ele tem pouco prestígio na arquitetura por não ter traços de criatividade que possam destacá-lo dos demais.
Logo após ser expulso da faculdade, Roark não abriu mão do seu sonho de desenvolver projetos com ideias criativas e fora do comum e continuou em busca em realizar os seus ideais. Roark inspira-se no arquiteto Cameron que, semelhantemente a ele, possui ideias inovadoras. Entretanto, apesar de toda a genialidade que possuía, teve as suas propostas rejeitadas pelo nicho da arquitetura que preferia apostar em projetos clássicos. Apesar do fracasso de Cameron, Howard queria a oportunidade de trabalhar em seu escritório.
Enquanto Roark lutava para conseguir uma oportunidade de aplicar as suas ideias, Peter Keating seguia a sua carreira no renomado escritório de arquitetura de Guy Francon. Apesar do prestígio, Francon nunca desenvolveu um projeto próprio e criativo; bem pelo contrário, conseguiu sua fama por copiar designs e adaptá-los como se fossem dele. Keating consegue crescer na empresa recorrendo a estratagemas desonestos. Não existia um verdadeiro sentimento de satisfação e amor pela arquitetura; o que o movia era uma sede desenfreada pelo poder. Keating adotou a mesma estratégia que o seu chefe: copiar projetos alheios.
Ao decorrer da história, Roark consegue desenvolver os seus projetos de forma que a sua criatividade e inovação sejam reconhecidas como algo interessante para a arquitetura. Roark é escolhido e ilustrado por Ayn Rand como um herói por justamente possuir as características que a filósofa defende e que descrevem perfeitamente os seus valores. Roark é um homem que está disposto a viver a sua liberdade e arcar com as responsabilidades das suas escolhas, ao invés de se lamentar por suas ideias serem rejeitadas.
Diferentemente de Keating, ele está disposto a seguir sua vida fundamentado em suas próprias ideias, sem se importar com a opinião alheia. Roark é um pensador, ele não está vinculado à aprovação social. É um individualista e acredita sobretudo no egoísmo racional .
Ao longo da extensa obra, Ayn Rand nos traz a reflexão a respeito de como é admirável a postura de quem está na contramão do que é imposto de forma arbitrária. Sobretudo, Rand nos ensina que o individualismo não é um vilão como pregam os coletivistas, e sim que, para defender os direitos individuais, é necessário defender o individualismo.
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Revisado por Matheus Pacini.
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