Por que a liberdade promove a felicidade?

Para Aristóteles, a felicidade “é uma atividade da alma, conforme uma virtude perfeita”, que corresponde à forma de vida mais elevada, sendo desejável em si mesma: “…de nada carece, sendo autossuficiente[1].

Ayn Rand destaca que a felicidade “é o estado de consciência que advém da conquista de seus valores”, e consegui-la consiste no “o estado de triunfo na vida”[2].

Se consideramos a felicidade como um fim em si mesma, o propósito mais elevado de nossa vida, o estado desejável a ser alcançado por meio de nossa realização como pessoas íntegras, ou como eudaimonia – o bem viver –, devemos estar atentos às condições que a permitem e promovem.

E, conforme veremos a seguir, devemos inevitavelmente focar na liberdade e suas implicações.

Entendida como ausência de coerção, a liberdade permite ao indivíduo agir segundo seus critérios, e não conforme imposições externas.

Entendida como direito que permite a escolha pela vontade individual, ela garante a busca e a realização de propósitos particulares, independentemente dos ditames alheios.

Sendo a liberdade uma base sólida para a autorrealização via ações não forçadas e decisões sem restrições, construir uma estrutura livre para o desenvolvimento do potencial humano é fundamental para se conquistar a felicidade.

Indivíduos autossuficientes identificam conscientemente o que é importante para eles, empenhando-se racionalmente para concretizar seus valores. A livre escolha e a hierarquização de valores e interesses precedem a ação virtuosa, que é o desempenho moral em busca de sua realização. E, ao obter e manter o que valora, o indivíduo se torna arquiteto de sua própria felicidade. Uma felicidade não determinada por eventos externos ou reduzida a estados de ânimo passageiros, mas a um estado de plena e efetiva realização pessoal, o qual recompensa a virtude e é sinônimo de uma vida bem vivida.

Portanto, como foco de interesse das pessoas que buscam a felicidade, que agem para alcançar o que valoram e praticam as virtudes morais, a promoção da liberdade deve continuar sendo um direito individual e a base da interação em sociedade.

A liberdade como direito inalienável permite a realização pessoal. A liberdade como sistema social permite o intercâmbio de indivíduos livres e independentes com vistas à realização mútua.

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Publicado originalmente em Visión Liberal.

Revisado por Matheus Pacini.

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[1] Aristóteles. Ética a Nicômaco. Alianza Editorial, Madrid. 2001

[2] Rand, Ayn. Atlas Shrugged. SIGNET, Nova York.

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