Quando alguém gasta o seu dinheiro em uma troca voluntária, o resultado são, no mais das vezes, duas pessoas felizes: a pessoa (a) que gasta para adquirir algo com valor maior do que aquilo que está entregando, a pessoa (b) que recebe algo com valor maior do que aquilo que também está entregando; e, se for um presente dado de bom grado a uma terceira pessoa (c), por quem (a) está gastando o seu dinheiro, essa (c) receberá um presente sem ter gasto nada.
Quando alguém gasta o dinheiro alheio – obtido à força – com outras pessoas, ou consigo mesmo (como faz o governo), o resultado são, indubitavelmente, duas pessoas infelizes: aquela pessoa (d) de quem o dinheiro foi tirado e para quem foi dado algo que ela não escolheu; e, (e) que receberia o dinheiro em uma troca voluntária que ocorreria caso o governo não o tivesse tomado de seu dono (d).
Ou seja, o governo quebra o elo da cadeia formada espontaneamente para gerar felicidade, impondo grilhões que geram infelicidade de forma constante e crescente.
Nesse contexto, somente estatistas preocupam-se com os efeitos do envelhecimento da população sobre a previdência e a produtividade da economia de um país. Aquele negócio de bônus demográfico habita as mentes de coletivistas do mundo inteiro, principalmente aqui no Brasil. Tal se dá porque nas nações onde o governo é o principal agente econômico, ele precisa de escravos jovens que criem riqueza para que esta seja coercitivamente transferida para pagar os benefícios dos escravos mais velhos – que já estão aposentados – bem como as mordomias dos que se aproveitam do público, que não produzem nada.
Desta mesma transferência de riqueza sairá o pagamento dos custos elevadíssimos de administração da máquina pública. Por fim, o dinheiro extorquido dos mais jovens servirá também para outras finalidades que nada têm a ver com a previdência.
Em uma sociedade em que a economia não está estatizada, cada indivíduo cuida de si, produz a sua própria renda e acumula a sua própria poupança, a qual servirá como recurso previdenciário para que ele possa viver inteiramente sua vida sem depender de quem ainda sequer nasceu.
A estrutura previdenciária estatal existente no Brasil me faz lembrar daqueles leilões feitos no tempo da escravatura, como se lê em livros ou se assiste em filmes, em que os escravos negros de maior valor eram os mais jovens, com capacidade de trabalho imediato, e potencial futuro ainda maior. Seus donos os viam como um bônus demográfico, pois produziam mais que consumiam.
É assim que o governo vê a população brasileira. A diferença é que não ouvimos o estalar dos chicotes, pois não nos importamos mais em ser escravos, cansamos de resistir e, hoje, servimos aos nossos exploradores voluntariamente. Tampouco nossos dentes e músculos são examinados, como era procedimento com os escravos, de modo a precisar sua idade e saúde porque, hoje, somos catalogados desde o nascimento.
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Revisado por Matheus Pacini
Publicado originalmente em Instituto Liberal
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