Os axiomas do Objetivismo

Há três anos sou fã de Ayn Rand. A Revolta de Atlas e A Nascente estão entre os meus livros favoritos. Já li todas as suas obras de ficção, mas ainda não pude me aprofundar em sua não ficção ou, em poucas palavras, na filosofia do Objetivismo.

De fora, o Objetivismo parece ser uma filosofia extremamente clara. Pela leitura de A Revolta de Atlas, você já consegue abstrair muito, mas a obra é, em primeiro lugar, um romance, logo é fácil perder muitas elementos.

Recentemente, foquei em minha educação filosófica, e comecei a ler Objetivismo: a Filosofia de Ayn Rand de Leonard Peikoff.

Um antigo colega meu, que se identifica como objetivista e administra um fórum muito conhecido sobre o tema, recomendou-me o livro. Em suas palavras, é o melhor lugar para obter uma compreensão completa da filosofia.

Em minha convivência com o Objetivismo, notei algo interessante: todo objetivista possui um entendimento claro, bem como uma crítica estrutura à visão oposta de mundo [altruísta-coletivista]. Ser parte de uma escola de pensamento menos popular implica diversas discussões e debates com pessoas que discordam de suas conclusões. Tal fato o ajuda a construir uma fundação mais sólida de conhecimento, posto que é desafiado constantemente. Na batalha das ideias, é imprescindível comunicar seus argumentos da forma mais clara possível.

Por outro lado, ainda não encontrei alguém bem-letrado em filosofia com argumentos sólidos contra o Objetivismo – ou que tenha lido algum livro objetivista.

As críticas por eles tecidas se baseiam em erros básicos de compreensão dos conceitos básicas do Objetivismo, ou na simplificação barata do significado do termo Objetivismo, como se se resumisse ao debate objetivo versus subjetivo.

Então, ao interagir com os axiomas do Objetivismo, percebi que ela é uma filosofia fundamental, e que há muitas falhas nos argumentos de seus críticos.

O Objetivismo destaca três axiomas básicos. Eles são fatos autoevidentes e inescapáveis sobre a vida.

  1. Existência
  2. Consciência
  3. Identidade

Existência

Rand afirma tal ponto de forma simples: “existência existe”. Nossas percepções nos dizem que algo existe. Não é o nada, pois o nada não pode ser sentido/percebido. Nossos sentidos não podem nos dar uma visão totalmente acurada do que existe. Existem muitas coisas que só podemos perceber pelo uso de meios/ferramentas; mas, independentemente disso, elas existem.

Consciência

Nós somos conscientes porque somos conscientes do que existe. Não há consciência se nada existe. A consciência pressupõe qualquer ato de vida.

Identidade

Aristóteles nos ensinou que a Lei da Identidade em sua forma mais simples é “A é A”. As coisas são o que são.

Esse ponto sempre me confundiu: não o entendi até perceber que essa era uma afirmação de conceitos. Por exemplo, quadrados e círculos são dois conceitos usados para descrever coisas. Cada coisa possui atributos e características específicos.

Algo com as características de um círculo é um círculo, não importa como você deseja chamá-lo. Algo sem as características de um círculo não é um círculo. Um círculo quadrado é o equivalente a um círculo não círculo. É possível dizê-lo, mas não significa nada.

Peikoff assim descreve a diferença entre existência e identidade: existência é algo versus nada, identidade é algo versus algo.

Muitas pessoas gostam de brincar com palavras, digamos, “árvore”, mas isso não muda o fato de que a coisa que chamamos de árvore, de fato, existe, que estamos consciente dela, e que ela é diferente da coisa que chamamos baleia.

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Traduzido por Matheus Pacini

Publicado originalmente no site oficial do autor.

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