A autora russa Ayn Rand (Alisa Zinov’yevna Rozenbaum), nasceu em São Petersburgo no ano de 1905, mudou-se para os Estados Unidos em 1925 em busca de tornar-se uma roteirista em Hollywood. Um detalhe que contribui para o desprezo de Rand frente às ideias coletivistas daquela época foi a marca da Revolução Russa em sua infância: o negócio de seu pai foi confiscado pelo governo russo, forçando sua família a fugir para Crimeia.
Rand é considerada, atualmente, uma grande filósofa americana e seu livro A Revolta de Atlas é considerado o livro mais influente depois da Bíblia, nos Estados Unidos, segundo a Biblioteca do Congresso Nacional.
Ayn Rand desenvolveu sua própria filosofia, conhecida como objetivismo, e é nessa obra que ela apresenta ao público todos os seus conceitos sobre essa filosofia. Resumidamente Rand defende a razão, o individualismo e o sistema de livre mercado.
Nesse romance envolvente e com muitos personagens, Rand, inicia a primeira frase com um mistério digno de filmes de Hollywood: quem é John Galt?, e é bem provável que você já tenha visto algum outdoor em sua cidade com essa pergunta.
Em sua narrativa de uma época incerta, Rand relata um mundo que está tomado pelas ideias coletivistas e suas repúblicas populares, os Estados Unidos estão indo para um caminho sombrio através da corrupção de seus governantes.
É nesse contexto que a autora apresenta a dualidade entre o coletivismo e protagonismo individual, através dos primeiros personagens do livro, os herdeiros da Taggart Transcontinental, a maior empresa de transportes dos EUA naquela época, respectivamente o presidente James e sua irmã Dagny, a vice-presidente. Esta é a personagem que está se esforçando para manter as atividades da empresa no meio de uma crise de matéria-prima, da revolta dos trabalhadores e do excesso de regulações criadas por um governo corrompido.
Outro personagem importante do romance é Hank Rearden, o criador do metal Rearden, uma liga de metal mais leve, resistente e barata que o aço. Tal invenção está ameaçada pela liberação da lei de patentes feita pelo governo.
Em contraponto aos personagens Dagny e Rearden, está Wesley Mouch, um burocrata de Washington, que representa a busca pelo poder a qualquer custo e o uso de narrativa populista para justificar suas ações. Um dos feitos de Mouch no romance foi a elaboração do Decreto 10.289, que, na prática, era um instrumento de confisco da propriedade privada, abertura de patentes, intervenção nas regras entre funcionários e empresas. Nesse ponto, é preciso destacar que qualquer semelhança com algumas das leis brasileiras não é mera confidencia, mas fruto de ideias baseadas no coletivismo.
Mas afinal, quem é John Galt? Como disse Dagny na resposta em um diálogo do livro “Ora, pois: quem é John Galt? – É só uma frase sem sentido!”, mas o personagem John Galt é, na verdade o engenheiro e inventor de um motor revolucionário que despertou o interesse de Dagny. Como Galt se definiu em um telefonema: “Eu sou o homem que ama a vida. Sou o homem que não sacrifica seu amor nem seus valores. Sou o homem que os privou de vítimas e, portanto, destruiu seu mundo, e, se vocês querem saber por que estão sendo destruídos – vocês que odeiam o conhecimento –, eu sou aquele que vai lhes dizer por quê.” Insira vírgula aqui.
Saindo um pouco dos personagens e voltando ao título do livro, existe uma mensagem relacionada a Atlas, que, na mitologia grega, carrega o mundo nas costas como punição pela guerra perdida contra Zeus. E atualmente quem são essas pessoas que carregam o peso do mundo em suas costas? A resposta para essa pergunta está nas pessoas inovadoras e protagonistas que fazem a diferença e que são exploradas por parasitas corruptos que não reconhecem o valor do trabalho e da produtividade e usam a burocracia como instrumento de escravidão e perpetuação de poder.
O que aconteceria com mundo se as pessoas que o carregam ficassem de braços cruzados, ou fugissem para um Vale de Galt? Essa visão do caos é realidade em países como a nossa vizinha Venezuela e outras pátrias que optaram por dar voz aos parasitas coletivistas, corruptos e seus seguidores não produtivos.
Enfim, como dito pelo empresário Salim Mattar, de forma simples objetiva no prefácio do livro: “A crise de 2007 e 2008 trouxe de volta a ameaça do Estado totalitário, controlador, pesado, burocrático e opressor. John Galt é a resposta a esse leviatã. A longo prazo, é o capitalismo que proporcionará mais riqueza e bem-estar.”