O pós-modernismo, esse movimento filosófico, tem na arte moderna, que na realidade o antecede, uma de suas figuras de linguagem. Na década de 1940, nos Estados Unidos, a arte expressionista abstrata fulgurou através de um de seus principais artistas: Jackson Pollock.
Pollock era conhecido por suas pinturas desconexas, resultado de movimentos aleatórios que resultavam em tinta a óleo espargida para formar riscos e vazios coloridos sobre a superfície branca de uma tela sem resultado funcional ou cognitivo de nenhuma espécie.
Peggy Guggenheim, multimilionária nova-iorquina, sobrinha de Salomon Guggenheim, fundador do Museu Guggenheim de Nova Iorque, foi sua principal incentivadora e bancou o trabalho do artista com encomendas vultosas, entre elas um grande mural que seria colocado na antessala de sua casa em Manhattan.
Visitando o ateliê do artista, ao ver o tal mural, Clement Greenberg, ensaísta e crítico de arte vinculado ao movimento americano de Arte Moderna, descreveu Jackson Pollock e sua arte assim: “… vulcânico. Tem fogo. É imprevisível. É indisciplinado. Se derrama por si mesmo em uma prodigalidade mineral, ainda não cristalizada.”
O fogo e as cinzas do Museu Nacional representam a mais recente obra artística daqueles que apreciam a irracionalidade presente em Pollock, em Derrida, em Chomsky, em Piketty, em Boulos e em Lula Livre. “Prodigalidade mineral”, como dito por Clement Greenberg, é a assertiva que prova de forma inconteste que Descartes estava errado ao dizer: “penso, logo existo”.
A existência existe independentemente da consciência do ser, independentemente da racionalidade ou da irracionalidade que podemos experimentar. Derrida, Pollock, Chomsky, Piketty, Boulos e Lula remanescerão intactos aos olhos dos irracionais, mesmo e apesar das cinzas do Museu Nacional das quais sobreviveu apenas, com sua prodigalidade mineral, o meteorito de Bendengó.
Percebam: parte do nosso passado, parte da história nacional, estava concentrada em um único lugar, sob absoluta responsabilidade do governo federal. Risco sempre iminente de perda total. E o mesmo ocorre com nossas vidas: tudo está sob o alcance da mão do estado, todo o poder está concentrado em Brasília e eles acham que podem nos cuidar. Não é por outro motivo que estamos na mesma situação do Museu Nacional, e toda sociedade está sujeita ao colapso. É por isso que devemos descentralizar o poder e privatizar."
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Publicado originalmente em Instituto Liberal.
Revisado por Matheus Pacini.
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