O capitalismo – sistema político-econômico em que a propriedade e o comércio são privados, e não regulados pelo Estado – é frequentemente retratado por progressistas como injusto, um sistema em que a concorrência desleal não deixa espaço para pessoas evoluírem na pirâmide econômico-social, em especial, aqueles que começam sem nada. Mesmo que essa preocupação para com os pobres seja válida, seu foco está equivocado. Para muitos ao redor do mundo, os Estados Unidos (apesar de ter se afastado da nação capitalista que outrora foi) é visto como o lugar onde liberdade e independência conseguem destravar o potencial máximo de qualquer indivíduo disposto a gerar valor e se engajar na livre troca com outros.
A primeira pessoa que me ensinou isso, através de sua história de vida, foi minha mãe. Uma refugiada vietnamita que migrou para os Estados Unidos de bolso vazia, só trazendo consigo o desejo ardente de buscar sua própria felicidade, foi de imigrante pobre a empreendedora de sucesso. Foi a sua história inspiradora que me levou a crer que a liberdade proveniente do capitalismo é boa, e que os progressistas estão totalmente equivocados ao atribuir maldade a esse sistema.
No dia 30 de abril de 1975, os vietcongues, uma organização política comunista com seu próprio exército, tomou Saigon. Minha mãe, com apenas 18 anos na época, sabia que o domínio comunista só poderia trazer mais crise e, por isso, fugiu para a Tailândia procurando segurança. Ela passou um ano na Tailândia, antes que a Igreja Cristã Reformada das Cachoeiras do Niágara financiasse sua imigração para o Canadá. Seus vitais esforços possibilitaram à minha mãe ter uma vida que nunca teria no Vietnam. Porém, minha mãe era extremamente pobre quando chegou lá. Como ela me contou: “quando cheguei pela primeira vez ao Canadá, tinha uma bolsa… Com nada dentro!” Nada, é claro, além de seu espírito empreendedor que a inspirou a se mudar para os Estados Unidos: a terra da oportunidade.
Nos EUA, ela passou por diversos empregos, de garçonete à costureira, que lhe possibilitaram aperfeiçoar seu inglês e negociar com clientes. Hoje a capacidade bilíngue e a habilidade com atendimento ao consumidor possibilitaram seu sucesso no mercado como dona de dois negócios prósperos nas indústrias de beleza pessoal e design de joias. Como todo empresário bem sucedido ela gera valor e produz riqueza todo dia, engajando clientes em transações de benefício mútuo. O trabalho dela é o trabalho de uma verdadeira capitalista.
Entretanto, a história da minha mãe não é uma exceção: ela é uma dos incontáveis refugiados, trabalhadores produtivos e geradores de valor que chegam aos Estados Unidos anualmente em busca de uma vida melhor. Mesmo que existam poucos estudos acadêmicos sobre o impacto econômico gerado por refugiados, podemos avaliar os casos de estudos dos imigrantes, grupo do qual os refugiados fazem parte. Um estudo conduzido pelo Fiscal Police Institute, em 2010, descobriu que, aproximadamente, cinco milhões de americanos foram empregados por empresas pertencentes a imigrantes, e essas empresas geraram de renda em torno de US$ 776 bilhões de dólares. Além disso, imigrantes ou americanos de primeira geração estabelecem mais de 40% das empresas da Fortune 500. Muitos imigrantes são empreendedores capitalistas, e isso é algo a se comemorar.
Infelizmente, os progressistas muitas vezes pintam os capitalistas como vilões que só ganham à custa dos outros. Mas, minha mãe, que criou riqueza com nada mais que seu espirito empreendedor e a liberdade de troca com os outros, certamente não é uma vilã. Sua jornada de refugiada pobre à dona de negócio mostra que a liberdade dentro do capitalismo – ou, pelo menos, o grau existente hoje – proporciona a oportunidade de até os mais pobres entre nós alcançarem uma vida próspera. Essa jornada nunca seria possível se ela estivesse sido deixada à mercê dos vietcongues. Porém, na medida em que abraçamos socialistas que odeiam o empreendedorismo como Bernie Sanders (possuidor de visões vergonhosas sobre comércio e imigração que só prejudicam trabalhadores estrangeiros como minha mãe), jornadas de ascensão como a dela podem não serem mais possíveis aqui.
A história de minha mãe e a de muitos outros como ela demonstra que, com um propósito claro, espírito empreendedor e liberdade, até aqueles de nós com quase nenhum recurso conseguem construir vidas bem-sucedidas. Apesar de os progressistas afirmarem que o capitalismo é opressivo, injusto e mau, refugiados e imigrantes – desde nossa independência – chegam aos Estados Unidos, pois o capitalismo é o único sistema que permite a liberdade que precisamos para trabalhar duro, perseverar, e transformar nossos sonhos em realidade. É por isso que sou capitalista, com orgulho!
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Traduzido por Matheus Pacini
Publicado originalmente no The Undercurrent
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