Entre a utopia e o caos, o Brasil parece ter escolhido ambos.
Ao optar pela socialização da educação, da saúde e da previdência para construir o que se convencionou chamar, eufemisticamente, de estado do bem-estar social, através do qual distribuir-se-ia o bem à força, o Brasil se esqueceu de liberar a economia de maneira que o bem pudesse ser produzido.
Sim, é óbvio. Para se poder distribuir algo, esse algo precisa antes ser produzido. Quando se idealiza que o bem será distribuído centralmente através de políticas públicas alicerçadas na coerção, não se pode esquecer que somente homens livres, engajados na cooperação espontânea e em trocas voluntárias em benefício mútuo, é que conseguem produzir o suficiente para haver excedentes a serem distribuídos.
Querer distribuir o bem universalmente é uma utopia. Fazê-lo sem que ele seja produzido, o caos. O estado de bem-estar social em sociedades onde não haja livre iniciativa, propriedade privada protegida e estado de direito que dê segurança jurídica e garantias aos indivíduos que criam e produzem contra a violência, principalmente do próprio governo, transforma-se num estado de penúria.
O estado de bem-estar social pode se tornar um mal porque é intrinsecamente imoral, ineficiente e perverso. Algumas sociedades conseguem obter algum benefício dele, porque suas economias são pujantes, dado o grau de liberdade e respeito aos contratos e à propriedade privada ali existentes, como é o caso dos países escandinavos.
Países como o Brasil, que não têm o mesmo grau de liberdade econômica nem de respeito aos contratos particulares ou à propriedade privada, e que se aventuram para estabelecer o estado de bem-estar social, acabam por escolher dois males.
Em sociedades onde o livre mercado tem primazia, distribui-se o bem graças à abundância. Em sociedades onde a economia é centralmente planejada e as pessoas não têm liberdade, distribui-se a escassez, a miséria.
Ou o Brasil abre sua economia, respeita os direitos individuais, os contratos particulares, a propriedade privada para sustentar o estado de bem-estar social que equivocadamente ambiciona, ou não escaparemos do caos de querer viver uma utopia como se ela fosse um ideal possível de ser vivido.
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Revisado por Matheus Pacini.
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