Medida Provisória 881/19: a hora da liberdade chegou

Para céticos, míopes ou opositores, a aprovação da Medida Provisória 881/19, a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, é uma gota d’água nesses mares bravios do estatismo que regula e tributa em proporções oceânicas.

Para otimistas, visionários e idealistas, a Declaração de Direitos que liberta o cidadão comum das garras da burocracia estatal é um cajado mosaico assentado sobre o chão para abrir os caminhos dos bem-aventurados em direção a sua prosperidade ou dos falidos para novas oportunidades.

Lembrem-se de que Moisés fez seu povo percorrer o deserto do Sinai por 40 anos, porque não queria que gente com mentalidade de escravo ingressasse na terra prometida.

Nós, brasileiros, vivemos na terra prometida, não temos um deserto para percorrer, tampouco podemos esperar 40 anos para nos libertar dessa mentalidade servil que compõe a imensa maioria do povo.

O cajado mosaico foi empunhado por dois jovens gaúchos, Paulo Uebel e Gianluca Lorenzon, que cresceram dentro do movimento liberal brasileiro do qual o IEE e o Instituto Liberdade foram seus mais antigos e principais celeiros.

Todo liberal sabe que mudanças não ocorrem da noite para o dia. Aqueles que acham que o mundo mudará de imediato devido à promulgação de uma lei são os revolucionários jacobinos. Esses, quando deparam com inconformidade ou resistência das pessoas, não hesitam e usam a coerção brutalmente, como ocorreu na Revolução Francesa.

Não se pode obrigar um povo acostumado a ser escravo a viver em liberdade. Prestem atenção aqui. Viver em liberdade não se obriga: é algo que se aprende a fazer com o tempo. É um processo endógeno que exige observação, introspeção, propósito e iniciativa.

Uma outra metáfora que se pode usar é considerar a MP 881 uma pedra atirada no centro de um lago, cujas ondas em forma de círculos concêntricos precisarão de muito tempo para atingir as margens depois de cruzar toda a superfície da água.

Até que o hospício regulatório brasileiro tire as camisas de força que são responsabilidade dos estados e municípios, levará de dois a quatro anos. Até que os brasileiros sem as camisa de força aprendam a se movimentar livres, levará outro tanto.

A Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, quando for aprovada no Senado e for publicada, será o ponto de inflexão que o povo brasileiro, escravo dos faraós de Brasília, precisa para tornar-se uma sociedade formada por indivíduos livres e independentes de corpo e alma.

Não se iludam, céticos, míopes e opositores, a hora da Liberdade chegou.

Não se iludam, otimistas, visionários e idealistas, a marcha para um Brasil livre apenas começou na política. Levará um quarto de século para os brasileiros aprenderem a responsabilizarem-se por suas vidas, afinal, é isso que liberdade significa.

Passaram-se 35, 40 anos desde que as ideias liberais começaram a se disseminar pelo Brasil de forma sistemática. Outros 25, 30 anos levarão para que os indivíduos mudem sua mentalidade e a cultura geral adote o viés capitalista que a ética do individualismo recomenda.

A luta por liberdade está no meio do caminho, o Brasil inteiro deve isso a alguns pioneiros que, acreditando na força das ideias e do tempo, colocou o cajado mosaico ou a pedra do lago na mão desses dois bravos guerreiros pela liberdade.

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Revisado por Matheus Pacini.

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