Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão

Em época de eleição muito se fala de política, obviamente, não poderia ser diferente. Os candidatos e suas propostas são os grandes destaques da mídia, das redes sociais e das conversas de bar. A cabeça do eleitor vai sendo inundada por informações e opiniões de todos os lados. Ele então verifica qual candidato se encaixa melhor nas suas escalas de prioridades e preocupações do momento, e vota. Mas e quando acabam as eleições, o que acontece?

Pesquisas indicam que o percentual de pessoas que não lembram em quem votaram para presidente é de 62%, enquanto o número para o Congresso é ainda mais pavoroso – 79%. Essa “negligência política” pós-voto gera incentivos para que, de fato, a preocupação máxima dos políticos seja se eleger ou reeleger. Por isso, é importante compreendermos que o exercício democrático não se dá apenas no momento do voto, ele é um processo longo, contínuo e com ciclos pontuais de quatro anos. Longo e contínuo no campo das ideias; cíclico-pontual no campo político. Assim, se quisermos mudar de fato o país, não basta apenas nos concentrarmos na política, precisamos também nos concentrar nas ideias e valores que pregamos e propagamos. Caso contrário, acabaremos sempre nesse cenário polarizado, com uma “escolha de Sofia” a ser feita.

O fato consumado de precisarmos optar por um candidato que, na verdade, representa alguém que está preso por roubar e coordenar o maior esquema de corrupção do país, ou outro que não condena o uso da força e da coerção para talhar as liberdades individuais dos cidadãos, escancara os problemas éticos da nossa nação e a mediocridade da nossa capacidade de diálogo. A histeria em que nos encontramos faz com que as nossas discussões sejam não em cima das qualidades dos candidatos, mas sim de seus defeitos. Nesse cenário de desesperança política, fico com as palavras de Ludwig von Mises: “Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão”.

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Publicado originalmente em Zero Hora.

Revisado por Matheus Pacini.

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