Meu amigo Isaac Morehouse, CEO da Praxis, pede que as pessoas realizem um simples experimento em seu livro Freedom without Permission.
No livro, ele escreve: “pesquise o termo ‘educação’ no Google, e o resultado será imagens de mesas, quadros-negros, notas, crianças estressadas, entediadas ou dormindo, arregimentação, salas de aula vazias.”
Ele pede isso aos leitores, pois é um bom alerta de que a maioria de nós considera escola e educação (grau de instrução) como sinônimos.
Imagine um mundo onde esse não fosse o caso. Gosto de pensar que o Google nos mostraria imagens de pessoas engajadas em projetos empolgantes ou aprendendo na prática, em busca de aperfeiçoamento autodirigido.
Quando entrei na faculdade, pensei que seria assim. Em vez disso, deparei com um lugar onde estudantes tentavam ativamente evitar o aprendizado.
É comum administradores, pais e mídia criticarem esse estudantes.
Sinceramente, eu não culpo os estudantes.
Em geral, faculdades e escolas lhe ensinam a odiar aprender.
A faculdade lhe ensina a pedir permissão
Se você ainda está na escola ou já acabou o ensino médio, você provavelmente se lembra de perguntas como “posso usar essa fonte no meu trabalho?” ou “posso ler esse livro para o projeto?”
Isso é o que nós, na Praxis, chamamos de mentalidade da permissão. É a mentalidade que transfere a responsabilidade do pensamento e da ação criativos para alguma autoridade-terceira. “Eles”, você pensa, “me dirão o que é certo ou errado.”
É fácil entender o porquê, com o tempo, essa mentalidade transforma o aprendizado em algo não prazeroso.
Ao final do ensino fundamental, o estudante recebeu tantos “não” aos seus interesses que começa a ver a “educação” como um processo de “múltipla escolha” ou “puxa-saquismo” em vez de um processo de aperfeiçoamento constante.
Em vez de pedir permissão, comece a perguntar: “o que eu quero aprender?”. Então, arregace as mangas e faça.
Na faculdade, você “consome”, e não cria.
Pense no último artigo que você escreveu na faculdade. Quem, além de seu professor e, talvez, um amigo, o leu? Você mesmo gostaria que seu artigo fosse lido?
Eu não consigo me lembrar de nada que escrevi na faculdade, mesmo obtendo, no geral, notas muito boas.
O problema com o modelo atual é que sua “educação” está dissociada do mundo real de criação de valor.
Isaac Morehouse escreveu um bom artigo em que faz a seguinte pergunta: “imagine se aprendêssemos a andar de bicicleta assim: gastaríamos anos estudando projetos de bicicletas, assistindo a vídeos de pessoas andando, e, talvez, ocasionalmente, fazendo simulações de ciclismo para os testes finais.
Ao final da graduação, haveria ciclistas ruins e, provavelmente, a maioria dos estudantes odiaria andar de bicicleta.
A solução para tal dilema é óbvia. Se você deseja ter prazer em aprender, não se limite ao consumo de conteúdo ou à criação artificial que se dá na sala de aula.
Escreva artigos, grave podcasts, monte projetos paralelos, produtos ou serviços em torno do que você está aprendendo. Comercialize-os no mundo real e deixe o mercado fazer seu julgamento.
Você verá como o processo de aprendizado pode tornar a vida mais bela e gratificante, e como ele pode criar valor para você e os outros.
A faculdade vinculou o aprendizado ao diploma
Imagine dois tipos de salas de aula. Numa delas, há pessoas que aí estão porque é uma disciplina obrigatória, sem a qual o diploma não será concedido. Digamos, uma disciplina sobre Grécia Antiga. Nela estão engenheiros, estudantes de estudos de gênero, graduandos em finanças, jornalistas, profissionais de marketing e, é claro, futuros historiadores.
A maioria deles está cursando essa disciplina porque foi a única disponível para cumprir os créditos complementares. Francamente, a maioria dos estudantes não odeia apenas a disciplina, mas a própria faculdade.
E assim são a maioria das disciplinas.
Imagine a mesma disciplina, fora da faculdade. Você não recebe um diploma, de modo que as pessoas presentes não são obrigadas a estar aí.
Ocupando essa estão indivíduos com interesse e paixão genuínos pela disciplina. Que tipo de sala você acha que seria um ambiente melhor?
Hoje, estudantes pagam por disciplinas que são, em grande parte, por pessoas que não gostam da matéria, mas que são obrigadas a participar.
Nesse caso, é possível esperar que o aprendizado seja considerado mais empolgante que uma obrigação qualquer?
A faculdade lhe ensinou a escolher entre ser intelectual ou empresário.
Escrevi no blog da Praxis noutro dia:
“Não somos contra o mundo das ideias. Não reconhecemos a distinção entre ideias e realidade prática. Não achamos que seja necessário que uma pessoa escolha entre uma carreira nos negócios e uma carreira nas artes, ciências ou humanidades.”
O que quero dizer com isso é que ser intelectual não se trata de buscar diplomas (mestrado, doutorado), premiações departamentais ou sua própria torre de marfim. Hoje, mais do que nuca, existem oportunidades para ser o que eu chamo de intelectual profissional.
Você pode escrever livros, gravar podcasts ou vídeos, palestrar e criar uma audiência para si mesmo. Você pode fazer isso em tempo parcial ou integral.
Não há razão por que projetos intelectuais devem limitar seus projetos empresariais.
Conheço profissionais de marketing que escrevem livros de filosofia. Conheço empreendedores que palestram sobre Objetivismo. A suposta escolha é uma falsa dicotomia – uma fortalece a outra.
Se você aceita um conselho sobre como prosperar, a melhor coisa a fazer é o oposto do que você foi ensinado a fazer na faculdade.
Pare de ficar em cima do muro. Não peça permissão. Pare de buscar credenciais. Comece a criar algo no mundo real, agora.
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Traduzido por Matheus Pacini.
Publicado originalmente no blog da Praxis.
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