Breve resenha do aspecto filosófico de ‘A revolta de Atlas’

Por sua narrativa virtuosa e peculiar bem como outros méritos intelectuais, A revolta de Atlas é um romance de grande qualidade literária. Além disso, e talvez mais importante, é uma obra de valoroso aporte filosófico, manifestado através das palavras de seu célebre personagem John Galt.

É muita pretensão tentar explicar em poucas palavras o significado profundo desta obra e do legado de sua autora, mas, no capítulo do Discurso de Galt, a filósofa russa nacionalizada norte-americana consolida sua proposta filosófica partindo de um axioma básico: a existência existe. Sua proposta sustenta-se eminentemente no uso do privilégio por antonomásia do homem: mente e razão, ambas baseadas no axioma de um verdadeiro código moral – a existência existe – e no fato metafísico de que a razão de ser (o objetivo) de todo homem é a sua própria vida.

Os sentidos indicam que algo existe, e a consciência se responsabiliza por identificá-lo, confirmando sua identidade. A partir desses axiomas básicos, a Epistemologia assume o seu papel no desenvolvimento do conhecimento, como também no uso da razão para definir o que existe.

Com sua obra, Ayn Rand perturba a manutenção não racional das convenções sociais vigentes, enquanto oferece a opção de uma moral baseada nas virtudes da mente cuja orientação é a manutenção da vida do indivíduo.

A autora explica que a lógica é a arte da identificação não contraditória. Uma contradição não pode existir. Nenhum conceito criado pelo homem é válido, a menos que seja possível integrá-lo sem contradição à soma total do seu conhecimento. Chegar a uma contradição é confessar um erro no pensamento; manter uma contradição é renunciar à própria mente e evadindo-se da realidade.

A filosofía de Ayn Rand esclarece que a moral é escolhida, não imposta; que é compreendida, não obedecida. A moral é racional, e a razão não aceita mandamentos. Rand reitera “minha moral, a moral da razão, está contida num único axioma: a existência existe; e numa única escolha: viver. O resto deriva disso.”

No Discurso de Galt, Ayn Rand, na voz de John Galt, descreve em detalhe e critica severamente a absurda cultura do sacrifício defendida tanto pelos “místicos do espírito” (que creem na consciência sem existência) como pelos místicos do músculo (que creem na existência sem consciência). O bem, dizem os místicos do espirito, é Deus, ser cuja única definição é estar além dos poderes de compreensão do homem; o bem, dizem os místicos do músculo, é a Sociedade.

John Galt também oferece aspectos básicos de Política – ramo da filosofia orientado ao estudo das relações humanas, bem como de definição de regras benéficas de convivência – sustentados na premissa de que “a força pode ser usada apenas em represália e contra quem iniciar o seu uso; a única função de um governo é a proteção dos direitos do homem, isto é, proteção contra a violência física”.

Além de recomendar a leitura de A revolta de Atlas e outras obras de Ayn Rand, tenho a convicção de que essa resenha possa vir a instigar os jovens a conhecerem a filosofia da autora, o Objetivismo.

__________________________________________

Traduzido por Matheus Pacini

Curta a nossa página no Facebook.

Inscreva-se em nosso canal no YouTube.

__________________________________________

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Inscreva-se na nossa Newsletter