Uma das críticas mais comuns à Ayn Rand que ouço das pessoas (em especial, da esquerda) é a de que ela “amava os ricos e odiava os pobres”, ou, numa linguagem atual, que ela “amava o 1% à custa dos 99%”.
Não obstante, a própria Ayn Rand não julgava as pessoas nesses termos, como deveria ser óbvio para quem leu seus escritos sem o viés do preconceito: muitos dos heróis e protagonistas de seus romances eram pobres ou, no máximo, de classe média, incluindo o jovem Howard Roark, Steven Mallory, o amigo de Roark, Mike, Eddie Willers, Cheryl Brooks, Jeff Allen, Gwen Ives e, até mesmo, o famoso herói, John Galt. Muitos dos vilões de Rand são homens de negócios, oficiais de governo e cientistas ricos, incluindo Peter Keating, Guy Francon, James Taggard, Orren Boyle, Floyd Ferris, Wesley Mouch, Kip Chalmers e o Sr. Thompson.
A não ficção de Rand deixa claro que o que importa no julgamento moral das pessoas não é o grau de sua habilidade produtiva, mas como escolhem usar suas mentes. Em seu ensaio “A Ética Objetivista”, Rand escreve:
“O trabalho produtivo é o caminho da realização ilimitada do homem e exige deste os maiores atributos de seu caráter: sua habilidade criativa, sua ambição, sua autoafirmação, sua recusa em suportar desastres que ele não provocou, sua dedicação ao objetivo de transformar a Terra na imagem de seus valores, “Trabalho produtivo” não significa a realização dos movimentos inconscientes de alguma tarefa. Significa a busca de uma carreira produtiva, escolhida conscientemente, em qualquer linha de empenho racional, grande ou modesta, e em qualquer nível de habilidade. O eticamente relevante aqui não é o grau da habilidade de um homem, nem o nível de importância de seu trabalho, mas o mais completo e o mais resoluto uso de sua mente.[1]
Logo, Rand não aceita a premissa de que ser mais rico torna alguém, necessariamente, mais moral.
Por que, então, acusá-la de defender os ricos e vilipendiar os pobres? Na verdade, essas acusações refletem não as crenças de Rand, mas as crenças de muitos de seus críticos: refletem a natureza materialista da visão de mundo deles.
O que é materialismo, e como a esquerda o retrata
O materialismo afirma[2] que a consciência humana tem pouco ou nenhum efeito na vida humana. Em resumo, o que realmente importa para as pessoas (e sobre elas) são suas circunstâncias físicas, e não seus aspectos mentais, tais como seus objetivos, motivações, objetivos, valores, virtudes e vícios. No máximo, a consciência humana e as ideias são subprodutos de fatores ambientais ou genéticos, sem impacto substancial por si próprios.
Quando alguém analisa a sociedade e vê como a sua principal divisão sendo puramente material (ricos versus pobres), tal pessoa explicita o materialismo, haja vista que classifica os indivíduos, em primeiro lugar, com base em suas circunstâncias materiais: quanto dinheiro ou riqueza possuem.
É típico de esquerdistas pensar que é do interesse dos pobres defender o Estado de bem-estar (e seus muitos programas assistencialistas) que redistribuirão dinheiro à custa dos pagadores de impostos “mais ricos”. Assim, eles igualam os interesses das pessoas à acumulação de riqueza. Nenhuma reflexão, todavia, é feita sobre os meios de obtenção daquele dinheiro, tampouco os efeitos que a redistribuição de renda têm sobre a condição mental das pessoas – motivações, ambição, autoestima, perspectiva moral – quando suas demandas (ou supostos direitos) são atendidos.
Na verdade, mesmo a defesa do assistencialismo baseada apenas na renda, mostra a premissa materialista: a única coisa que conta se elas “merecem” assistência é o seu nível de riqueza material. Não há consideração alguma com respeito ao seu caráter moral, valores, objetivos ou motivações. Não há consideração de o porquê se tornaram pobres: foi devido a i) desastres pessoais imprevisíveis que lhes acometeram (separação, morte de cônjuge, etc)? ii) fizeram escolhas previsivelmente equivocadas por negligência? Ou foram cronicamente irresponsáveis, mentalmente preguiçosas, agindo com base em qualquer emoção do momento?
E o mesmo se aplica aos ricos: esquerdistas normalmente pensam que a riqueza dos ricos deveria lhes ser arrancada à força, e redistribuída independentemente de como foi adquirida. Não importa se a pessoa rica obteve sua riqueza através de disciplina, inovação e trabalho duro ou de desonestidade, corrupção e favorecimento governamental: o empresário ainda precisa pagar um imposto de renda pesado para pagar os serviços governamentais ao menos ricos. (A realidade é o que o IR pune os ganhos lícitos, haja vista que rendas de corrupção provavelmente são escondidas do sistema da Receita Federal.)
No mais das vezes, quando esquerdistas reclamam da “desigualdade” estão se referindo à desigualdade de riqueza. Novamente, essa é uma preocupação materialista relacionada apenas à riqueza material das pessoas, em detrimento de outras preocupações que podem adjetivar o termo desigualdade. O tipo de “igualdade” que os esquerdistas defendem vai contra o significado original de “igualdade” dos pais-fundadores dos EUA: não “igualdade de resultados”, nem “igualdade de oportunidade”, mas sim igualdade de direitos individuais.
É a igualdade de direitos individuais – o direito igual à vida, à liberdade e à busca da felicidade – que permite às pessoas saciarem suas necessidades físicas e mentais. É um tipo de igualdade que permite aos indivíduos julgar por si sós que valores querem perseguir, em vez de ter a obsessão esquerdista com igualdade material imposta a eles via coerção governamental.
Qual é a origem do materialismo da esquerda?
A preocupação principal da esquerda com a riqueza material e a suposta dicotomia “ricos versus pobres” têm as digitais de Karl Marx.
Marx era um materialista declarado, cuja teoria da história e natureza humanas trata o conflito econômico de classes como a preocupação central da vida humana. Marx via o mundo e a história humana em termos de conflito de classes econômicas. No capitalismo, ele defendeu a existência de duas grandes classes: a burguesia e o proletariado. A burguesia é composta pelos proprietários do capital (meios de produção como terra, fábricas e maquinário). O proletariado é composto por pessoas que não têm propriedade, mas, em vez disso, ganham seu sustento ao vender seu trabalho à burguesia: são os trabalhadores das fábricas e das fazendas. Marx tratava essas classes como unidades básicas da sociedade humana, e pensava que esse sistema capitalista de classes geraria, inevitavelmente, todo tipo de conflitos. Esses conflitos de classes levariam inevitavelmente à queda do capitalismo e à revolução proletária[3]. Essa revolução resultaria, primeiro, numa “ditadura do proletariado”: um sistema de governo em que o proletariado teria controle completo do Estado através de um tipo de democracia interna direta. O governo proletário expropriada a burguesia de sua propriedade, e completaria a transição para uma “propriedade coletiva dos meios de produção”. O Estado, então, sumiria, dando lugar ao comunismo: uma utopia sem Estado onde as pessoas viveriam em “suberabundância” perpétua de bens e serviços, podendo fazer o que quisessem com seu tempo, não tendo que se preocupar com a produção dos elementos básicos de sua sobrevivência.
Na teoria de Marx, essa conclusão só é possível devido a sua economia materialista: as classes coletivas são definidas apenas por relações econômicas; os conflitos de classe são gerados por fatores econômicos coletivos; a “superabundância”, de alguma forma, advém de fatores econômicos no capitalismo que, de alguma forma, persistem à ditadura do proletariado, chegando ao comunismo. Na teoria de Marx, todo o domínio das ideias, princípios e moralidade era a “superestrutura”: construída sobre a fundação da luta de classes (de caráter materialista), e as ideias de um indíviduo de uma classe eram totalmente geradas pelo ambiente econômico e “interesses da classe” em que ele estivesse inserido.
A perspectiva materialista e de conflito de classes de Marx tem sido transmitida pela esquerda moderna através de uma pletora de intelectuais e ativistas neo-marxianos, tais como Max Weber, Saul Alinksi, Howard Zinn e Noam Chomsky.
A divisão de Marx entre burguesia e proletariado já foi descartada pela maioria dos esquerdistas. O que Marx chamaria de países capitalistas hoje têm uma “classe média” que, claramente, não se encaixa nem em sua descrição de burguesia, muito menos na de “proletariado”. Eles não têm propriedade significativa dos principais “meios de produção”, e tampouco são trabalhadores de suor morrendo por salários próximos ao nível de subsistência. Normalmente, eles têm propriedade significativa, incluindo uma casa e pequenas ações em empresas. Contudo, mesmo a realidade (e os fatos) da época de Marx mostram as falhas da análise marxista do capitalismo. A maioria dos trabalhadores do século XIX pode não ter tido terras ou fábricas, mas tinha posses como móveis, utensílios de cozinha, roupas, etc. A ideia do “proletário” como uma classe sem “propriedades” era leviana, mesmo na época. E as circunstâncias dos trabalhadores têm melhorado independentemente das regulações governamentais, como é evidenciado – em parte – pelo fato de que os salários reais dos trabalhadores fabris dos EUA quadruplicaram durante o século XIX. Veja esse gráfico.
Então, em vez de falar das classes burguesia e proletariado, a maioria dos esquerdistas hoje fala do conflito entre “ricos” e “pobres”, ou “classe trabalhadora” e/ou “classe média” (os não ricos). Eles ainda aceitam a premissa básica de Marx de que a preocupação central da sociedade é o conflito entre “classes” econômicas, hoje tomando a forma do “1%” com renda mais alta e os “99%” com rendas mais baixas.
Ayn Rand entende a importância da mente individual, enquanto a esquerda, infelizmente, não
Na vida do indivíduo, é sua própria mente – seu julgamento e escolhas – que tem o maior impacto em sua vida e felicidade como um todo[4]. Ao longo de sua vida, nenhuma outra mente pode estar focada no bem-estar de um indivíduo como a sua. Da mesma forma, nenhuma decisão ruim doutro indivíduo pode destruir sua vida e felicidade como a sua. Virtualmente toda grande questão na vida, da escolha de carreira, amigos, amores; de ter filhos ou não; de ser ambicioso e estabelecer objetivos ou ser preguiçoso e irresponsável; de se engajar ou não em atividades criminais; está nas mãos do próprio indivíduo. As escolhas, ideias e caráter moral de um indivíduo molda sua vida de diversas formas, e pode levar à sua felicidade ou sofrimento.
Tais pontos são claramente entendidos por Ayn Rand, com sua ênfase no individualismo e na mente individual:
“A pergunta mais perversa que vocês podem fazer agora é: A razão de quem? A resposta é: a sua. Por maior ou menor que seja a soma dos seus conhecimentos, é a sua própria mente que tem de adquiri-los. Vocês só podem trabalhar com os seus próprios conhecimentos. São apenas os seus próprios conhecimentos que vocês podem afirmar possuir ou podem pedir que os outros levem em consideração. A sua mente é o seu único juiz da verdade – e, se os outros discordam do seu veredicto, a realidade é a última instância de apelação. Nada senão a mente de um homem pode realizar aquele processo complexo, delicado e crucial de identificação que é o pensamento. Nada senão seu próprio discernimento pode orientar esse processo. Nada senão sua integridade moral pode orientar seu discernimento.[5]
Em uma sociedade, indivíduos podem se unir, colaborar e conquistar muitas coisas dessas forma. Mas cada indivíduo numa colaboração deve estar pensando por si próprio de modo a contribuir e se beneficiar no longo prazo. Para uma colaboração produtiva e confiável, cada indivíduo deve ter julgamento pessoal para avaliar as ideias propostas, fazendo o contraponto e amadurecendo-as. Sem o julgamento individual, colaborações produzem “pensamento de grupo” e “design por comitê”. Um indivíduo muito se beneficiará, evitando grande prejuízo pessoal, se tiver o julgamento pessoal para encerrar seu envolvimento na colaboração quando é contraprodutivo.
Da mesma forma, indivíduos podem aprender e desenvolver as ideias dos outros. Mas o pensamento individual é requerido para fazê-lo. Como Ayn Rand colocou em A Nascente:
“Mas a mente é um atributo do indivíduo. Um cérebro coletivo é algo que não existe. Um pensamento coletivo é algo que não existe. Uma conclusão à qual várias pessoas chegaram é apenas um consenso ou uma média proveniente de vários pensamentos individuais. Essa conclusão é uma consequência secundária. O ato primário, o uso da razão, tem que ser executado por cada um, individualmente. Uma refeição pode ser dividida entre várias pessoas. Mas não pode ser digerida em um estômago coletivo. Nenhum homem pode emprestar seus pulmões para que outros respirem. Nenhum homem pode emprestar seu cérebro para que outros pensem. Todas as funções do corpo e do espírito são individuais. Não podem ser compartilhadas nem transferidas.
“Nós herdamos os produtos do pensamento de outros homens. Nós herdamos a roda. Fazemos uma carroça. A carroça torna-se um automóvel. O automóvel torna-se um avião. Mas, ao longo de todo esse processo, o que recebemos dos outros é apenas o produto do seu pensamento. A força motriz é a faculdade criativa, que usa esse produto como material e origina o próximo passo. Essa faculdade criativa não pode ser dada nem recebida, não pode ser compartilhada nem emprestada. Ela é propriedade de cada indivíduo. Aquilo que ela cria é propriedade do criador. Os homens aprendem uns com os outros. Mas todo aprendizado é apenas uma troca de ideias. Nenhum homem pode dar a outro a capacidade de pensar. E essa capacidade é o nosso único meio de sobrevivência. “Nada é dado ao homem na Terra. Tudo o que ele precisa tem que ser produzido. E esta é a alternativa básica que o homem enfrenta: ele pode sobreviver de duas maneiras: por meio do uso independente de sua mente ou como um parasita alimentado pelas mentes de outros. O criador origina. O parasita toma emprestado. O criador enfrenta a natureza sozinho. O parasita enfrenta a natureza através de um intermediário.[6]
Em seu modo quase-marxista “rico versus classe média e pobres”, esquerdistas negam a individualidade da mente humana ao juntar pessoas em classes econômicas, supondo que os interesses pessoais serão determinados por sua inclusão nessas classes materiais. Eles supõem que os ricos têm um interesse comum em fazer lobby e subornar o governo em busca de favores especiais, enquanto os pobres e a classe média têm um interesse comum em fazer campanha em prol de programs assistencialistas e redistrubição de riqueza.
Mas essa visão entra em conflito com os fatos. Muitos ricos, tais como Warren Buffett, Ted Turner e Michael Moore são esquerdistas que pedem tributos mais altos para os ricos e/ou mais subsídios ou benefícios assistencialistas para os pobres. De fato, pesquisas mostram que o 1% de renda mais alta não tem inclinações políticas radicalmente diferentes dos 99%. Da mesma forma, muitos pobres e de classe média da área rural são conservadores e querem redução no assistencialismo e outros tipos de redistribuição de riqueza.
Além disso, mesmo na economista mista atual, indivíduos transitam entre “classe média” e “ricos” a todo momento, (e, às vezes, no sentido inverso) dependendo das escolhas e circunstâncias individuais. Isso desafia o significado original de “classe” como usado nas sociedades feudais: uma classe era uma posição social, reconhecida por um governo, em que um indivíduo nascia e permanecia pelo resto de sua vida, independentemente de suas ações. Classes “reais” eram conjuntos de indivíduos que recebiam níveis diferentes de direitos pelo governo, enquanto capitalismo laissez-faire concede direitos iguais a todos os indivíduos. Então, não faz sentido falar de classes no capitalismo de livre-mercado.
De “ricos versus pobres” para “sociedade como um todo”?
Os esquerdistas de hoje tendem a oscilar entre a ideia implícita de que o “coletivo rico” é “inimigos de classe” do “coletivo classe média e pobres”, e a ideia de que toda a sociedade é um grande coletivo que produz tudo num esforço coletivo. Elas são duas formas levemente diferentes de negar a importância de mentes individuais.)
O apologista mais famoso da ideia do “esforço coletivo” foi o presidente Obama em 2012. Ele repetiu a mensagem de muitos esquerdistas antes dele quando disse: “se você teve sucesso, você não chegou ali por conta própria… Se você alcançou o sucesso, alguém lhe ajudou no caminho… Alguém investiu em estradas e pontes. Se você tem um negócio, você não construiu isso.” Esse linha de discurso esquerdista busca insinuar alguma responsabilidade materialista e coletiva em cada sucesso individual. Ela estabelece um espantalho da “responsabilidade individual”, em que a responsabilidade individual por seu sucesso significa operar em completo vácuo, sem nenhum outro indivíduo ajudá-lo, prover insights ou comercializar com você. Em contraste a esse espantalho, esquerdistas destacam o fato óbvio de que existem outras pessoas que criam, ensinar e comercializam com o indivíduo.
Mas isso simplesmente afasta da questão real do individualismo de Rand versus o coletivismo materialista dos esquerdistas: indivíduos precisam esforçar-se em busca de seu sucesso, contribuindo para o progresso humano, ou uma coleção de humanos zumbies sem cérebro pode se unir numa entidade coletiva que gerará riqueza, tecnologia e progresso?
Foi, por exemplo, o iPhone um “produto coletivo da sociedade?’ Steve Jobs só foi um “representante” da massa coletiva da sociedade americana que produziu o iPhone? Bem, considere uma mulher hipotética em 2007, com 20 anos de idade, mãe solteira de dois filhos, que trabalhava pelo salário mínimo no MacDonalds em Raleigh, estado da Carolina do Norte. Ela recebeu mais em benefícios governamentais que jamais pagou em tributos. Como ela contribuiu para o desenvolvimento do iPhone? Ela não contribuiu, e ninguém poderia racionalmente dizer que ela o fez. Ela não estava fazendo parte do trabalho de Jobs, nem ajudando-o de qualquer outra forma útil. Ainda assim, a linha de discurso esquerdista confia em sua “contribuição”, como parte da “sociedade coletiva que construiu o iPhone”, para justificar roubar o crédito de Steve Jobs por sua contribuição real ao iPhone, bem como à sua compensação pessoal por tal contrubição.
A “sociedade” não ensinou Steve Jobs na escola; certos professores, sim, e foram compensados na época. A “sociedade” não alimentou Steve Jobs, certas pessoas envolvidas nas lojas, restaurantes e fornecedores de alimentos quem Jobs resolveu pagar, sim. Elas foram compensados na época da compra. A “sociedade” não construiu as estradas e pontes pelas quais Jobs passou; empreiteiros, pagos pelos governos local/estadual/federal, sim. Para pagar por estradas e pontes, o governo coercivamente extorquiu dinheiro sob a forma de tributos de indivíduos que tinham obtido sua renda pela produção de riqueza. Numa base per capita, proporcionalmente, mais desse dinheiro veio dos ricos e exitosos como Jobs que do cidadão comum.
Foram as escolhas e julgamentos individuais das pessoas envolvidas no desenvolvimento e na produção do iPhone que fizeram a diferença entre o mundo ter o iPhone, e continuar sem tê-lo. Assim, cada um deles merece compensação em proporção ao seu envolvimento individual.
É um conjunto definido de uma ou mais mentes individuais que contribui para qualquer passo de progresso na riqueza ou tecnologia, e não a “classe média”, nem o “proletariado” e, muito menos, a “sociedade como um todo”. Ayn Rand reconhece isso, enquanto os esquerdistas, em geral, não.
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Traduzido por Matheus Pacini.
Publicado originalmente em Objectivism in Depth.
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[1] RAND, Ayn. A Virtude do Egoísmo. Trad. de On Line-Assessoria em Idiomas. Porto Alegre: Ed. Ortiz/IEE, 1991. p.37
[2] Em filosofia, materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a única substância.
[3] Marx especifica a natureza violenta e poderosa da transição da ditadura do proletário no Manifesto Comunista, em especial, no seu artigo “A Vitória da Contrarrevolução em Viena”.
[4] Aqui assumo um contexto de uma sociedade moderada, quase livre. Governos totalitários e sociedades primitivas em meio de guerra tribal podem impedir a sobrevivência humana, colocando a felicidade individual fora de alcance.
[5] RAND, Ayn. A Revolta de Atlas. Trad. de Paulo Henriques Britto. Rio de Janeiro: Sextante, 2010. V III, p. 339
[6] RAND, Ayn. A Nascente. Trad. de Andrea Holcberg e David Holcberg. São Paulo: Arqueiro, 2013. V II, p. 332