Os últimos anos tem sido marcados por novos dilemas como: negacionismo, desinformação em redes sociais, o papel das autoridades, guerras de narrativas de especialistas nem sempre confiáveis, e até mesmo de bombas e foguetes. Para suprir as necessidades emocionais de todos e a fim de oferecer uma sensação de conforto, autoridades desmoralizadas recorrem aos mais diversos métodos para controlar a decisão individual das pessoas, ainda que muitas delas não quisessem se submeter a tal controle. Agora, em época de eleição, nos confrontamos com tribos que brigam para conquistar a maioria dos votos, com o objetivo principal de, ao final, conquistar a prerrogativa legal de impor suas vontades e caprichos sobre os demais.
Muitos de nós acham que não existem respostas a dilemas do nosso mundo e nem se importam com isso, sucumbindo a um ceticismo, resignação e conformismo crônicos; outros levam as mãos aos céus procurando respostas reveladas por uma entidade sobrenatural maior. Eles se esquecem que:
– Um avião não voa porque alguém rezou.
– Um pão não foi obtido do trigo devido votos de uma maioria.
– Uma vacina não é criada porque alguém seguiu suas emoções.
– A constituição de um país civilizado não veio por mero acaso.
– A justiça não é obtida por lagrimas ou apelos emocionais.
– Quando concordamos que ao somarmos um mais um e obtemos o número dois, não o fazemos por instinto ou por simples emissão arbitrária de sons memorizados
Lembremos que as coisas que existem têm identidade e, portanto, são o que são independentemente das nossas vontades, desejos ou paixões. Para lidar com a realidade, o ser humano ativa sua mente e chega à verdade, por meio do processamento dos dados que ele enxerga, ouve, toca, os quais são integrados conceitualmente de forma não contraditória através da lógica. As conclusões verdadeiras adquiridas por indivíduos que se comprometeram a aceitar que a razão é um absoluto e sua única ferramenta de conhecimento. A verdade é obtida por cada mente que decide procurar por ela. Quanto mais eficaz nesse processo, mais adequado a existência o ser humano se torna.
Individualmente, se alguém quer existir, deve reconhecer sua própria natureza de ser pensante. Ele precisa reconhecer que a responsabilidade de encontrar a verdade é dele, e somente dele. Outros podem ajudar, mas a sua consciência é o juiz. Somos seres humanos que vivemos usando nossa faculdade conceitual e, portanto, a razão é nossa ferramenta e método de sobrevivência. Toda gloria humana foi conquistada por indivíduos que assumiram a responsabilidade de pensar e comunicaram o conhecimento racional a outros, usando a linguagem. Seja numa ilha deserta ou em Nova Iorque, a regra é a mesma: o homem sobrevive através de sua mente.
Roubar, fraudar, censurar e assassinar têm a mesma fonte: a recusa de aceitar a razão como um absoluto e, portanto, a tentativa de suspender a mente dos homens. Retira-se o compromisso com a realidade, como se pudéssemos evitá-la para a satisfazer nossos desejos e caprichos momentâneos. Esses atos são imorais justamente porque confrontam a própria realidade e condições de vida humana. Não por acaso, podemos notar que eles não são destrutivos apenas para os outros, mas para o próprio executor. Uma mente que foge da realidade será condenada a viver no terror de um caos incompreensível e sofrer de uma vida caótica e sem sentido até o final previsível: um estado crônico de ansiedade, ou até a própria morte.
Está na hora de encararmos que a racionalidade é o nosso método de sobrevivência. Já que é impossível descobrir a verdade sem ser por si mesmo, não há nada mais urgente que a redescoberta do racional de pensamento, debates que não objetivem a satisfação das paixões irracionais de uma audiência, mas sim a descoberta da verdadeira maneira pela qual seres humanos devem conviver em paz para buscarem sua felicidade. Para que isso aconteça é urgente a manutenção da garantia dos nossos direitos aos frutos de nossas conquistas, à expressão dos nossos pensamentos e à nossa própria vida sem a agressão de terceiros ou de autoridades eleitas pelo voto. Afinal, deveríamos viver como humanos e não como animais.
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“O moral, o prático e o feliz não podem ser separados. Por sua natureza, os três formam uma unidade: aquele que percebe a realidade é capaz de alcançar seus objetivos e, assim, desfrutar do processo de estar vivo. Da mesma forma, o mal, o impraticável e o infeliz formam uma unidade. Aquele que evade torna-se impotente na ação e, assim, experimenta a vida como sofrimento”.
Leonard Peikoff
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Revisado por Roberta Contin.
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