Voltar à escola hoje significa voltar às salas de aula, às lições e aos livros-texto permeados pelo multiculturalismo e seu ideal de “diversidade”. Muitos pais e professores consideram o multiculturalismo como um suplemento educacional indispensável, uma influência salutar que “enriquece” o currículo. Mas será isso, verdade?
Com os continentes unidos pela internet e o comércio global, o multiculturalismo afirma oferecer um valor real: um entendimento cosmopolita, e não provincial do mundo, para além das arredores da escola. Contudo, esse é um tipo peculiar de “ampliação”.
Os multiculturalistas prefeririam que os estudantes passassem o tempo admirando os padrões primitivos dos tapetes Navajo do que aprendendo o porquê de a Idade de Ouro do Islã e seu progresso científico ter sido substituída pela devoção fervente e séculos de estagnação.
Folheie um livro-texto e você verá que existe um padrão definido por trás da remodelação multiculturalista do currículo. O que os multiculturalistas buscam não é o objetivo que promovem, mas algo totalmente diferente. Considere, por exemplo, o ensino de História.
Um texto afirma que os habitantes da África Ocidental da era pré-colombiana tinham economias prósperas e, inclusive, uma universidade em Timbuktu; mas ele ignora o brutal comércio escravo da região, e a proliferação de instituições de ensino muito mais importantes em Paris, Oxford e em outros países da Europa. Alguns livros rotineiramente celebram a arquitetura dos Astecas, enquanto propositalmente ignoram ou minimizam o fato de praticarem sacrifícios humanos. Alguns livros-texto tentam retratar o Islã como pacífico por meio da distorção do conceito de jihad (“guerra santa”), afirmando que ela é um conflito interno para vencer a tentação e o mal. As guerras religiosas de conquista do Islã são minimizadas.
O que esses livros-texto revelam é um esforço combinado para retratar as culturas mais retrógradas, empobrecidas e assassinas como avançadas, prósperas e promotoras da vida. O objetivo do multiculturalismo não é ensinar sobre as culturas, mas promover – por meio de distorções e falsas verdades – a noção de que as culturas não Ocidentais são tão boas, senão melhores, que a cultura ocidental. Longe de ser “ampliações” do currículo, o que o multiculturalismo busca é reduzir o valor da cultura ocidental na mente dos estudantes. Como os fatos mostram a superioridade objetiva da cultura ocidental, resta ao multiculturalismo a elevação artificial de outras culturas ao mesmo nível da ocidental.
Se os estudantes fossem aprender a verdade sobre a vida sofrida da agricultura primitiva, digamos, na Índia, reconheceriam que a vida de subsistência é bem inferior à da fazenda mecanizada do Kansas, que demanda muito menos trabalho braçal, enquanto produz mais. Um estudante racional, bem-informado, não engoliria as conclusões “politicamente corretas” fornecidas pelo multiculturalismo. Se lhes fossem apresentados fatos reais, ele poderia reconhecer que onde os homens são politicamente livres – como no Ocidente – eles podem prosperar economicamente; que a ciência e a tecnologia são superiores à superstição; que a vida do homem é muito mais longeva, feliz e segura no Ocidente, hoje, que em qualquer outra cultura da história.
Os ideais, as conquistas e a história da cultura ocidental em geral – e dos Estados Unidos, em particular – recebem propositalmente pouca atenção por parte do multiculturalismo. Que a Revolução Industrial e a Era da Informação nasceram e floresceram nas nações ocidentais; que a maioria dos prêmios Nobel nas ciências tenham sido entregues a pessoas do Ocidente – tais fatos, se notados, são tratados com pouca elaboração.
A “história” que os estudantes aprendem é reescrita para se adequar à agenda do multiculturalismo. Considere o nascimento dos Estados Unidos. Alguns textos tentam fazer as crianças acreditar em uma afirmação sem sentido de que os pais fundadores moldaram a Constituição dos Estados Unidos na confederação das tribos indígenas. Isso é parte de um grande esforço para retratar os Estados Unidos com produto da “convergência” de três tradições – nativo-indígena, africana e europeia. Contudo, a república americana, com seu governo eleito limitado por direitos individuais, não se originou de povos pré-históricos, mas, primariamente, do Iluminismo. Ela é produto das ideias de pensadores como John Locke, filósofo inglês, e de seus herdeiros intelectuais na América Colonial, como Thomas Jefferson.
É um grande equívoco ver o multiculturalismo como esforço para enriquecer a educação. Ao remodelar o currículo, os paladinos da “diversidade” na sala de aula evitam, de forma calculada, que os estudantes compreendam o valor objetivo da vida humana na cultura ocidental – uma cultura cujas magníficas realizações tiraram o homem das cabanas de argila, fazendo-o pisar na lua. O multiculturalismo não é uma dádiva à educação, mas sim um agente da ideologia antiocidental.
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Tradução de Matheus Pacini
Publicado originalmente em Ayn Rand Institute
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