Após o final do programa Rádio Livre, do Diego Casagrande, fui interpelado por um senhor que disse que eu estava confundindo as pessoas ao dizer que discriminar é algo essencial, uma necessidade existencial. Ele me disse que não se pode discriminar ninguém.
Eu disse que discriminar é o que nos mantêm vivos, por exemplo, discriminar o alimento, do veneno; o frio, do calor; o bandido, do honesto; o negro, do branco ou do asiático e Que a realidade, através das características autoevidentes, já nos indica as qualidades de cada entidade sendo, portanto, óbvio o critério de discriminação. E eu disse mais: que o importante era o que fazíamos com essa discriminação.
Obviamente, afirmei que discriminar por discriminar não implica necessariamente em desmerecer de forma arbitrária o objeto de discriminação, atacando qualquer noção de justiça. Condenáveis são práticas como racismo, homofobia, xenofobia e coisas do gênero, ainda mais quando institucionalizadas através de ações afirmativas do governo.
Eu disse para esse senhor que, se as pessoas estavam confusas com o que eu acabara de dizer, deveriam estudar mais. Ele não gostou. Acho que ele é quem estava confuso: ele se sentiu ofendido por mim e retrucou, dizendo que quem deveria estudar era eu.
Pois bem, preocupado com a possibilidade de estar errado, fui ao dicionário como ele me recomendou e li tal definição:
Discriminação: s.f. 1. Faculdade de discriminar, distinguir; discernimento.
Agradeço a ele pela recomendação: fui estudar mais e vi que estava certo. Discriminar nada mais é do que distinguir, discernir. O que faz alguém pensar que discriminar não é isso, confundindo tal termo com racismo, homofobia, xenofobia ou coisa do gênero é o maldito “politicamente correto”.
Se há uma coisa que não aceito é a perversão da linguagem. Quando não podemos mais usar os conceitos com seus verdadeiros significados porque as pessoas os pervertem, seja por ignorância ou má intenção, estamos nos submetendo à ditadura do politicamente correto, o caminho mais rápido para o fim da civilização.
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Publicado originalmente em Instituto Liberal.
Revisão de Matheus Pacini.
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