Quando ocorreu a queda da Bolsa de Nova Iorque em 1929, encerrou-se aí um ciclo de prosperidade nos Estados Unidos que durou por todo governo ultraliberal de Calvin Coolidge (1923-1929).
Calvin Coolidge promoveu uma política de redução de gastos, impostos e regulação na esfera federal que permitiu aos Estados Unidos, através da livre iniciativa, desenvolver-se a ponto daqueles anos se chamarem Roaring Twenties ou, em sua versão em português, “A louca década de 1920”.
O fenômeno financeiro da queda da Bolsa anunciava que correções precisavam ser feitas, já que não há ciclo econômico onde o valor dos ativos se mantenha em ascensão permanente.
A percepção do mercado era de que deveria haver deflação nos preços da economia, desde o valor das ações, passando pelos valores de produtos e serviços, inclusive, dos salários.
Na contramão das expectativas do mercado, imaginando ser possível adotar medidas anticíclicas que protegessem a renda dos trabalhadores e a arrecadação de impostos do governo, o presidente recém-empossado Herbert Hoover resolveu adotar medidas que, diferentemente da sua vontade, acabaram agravando a crise.
Hoover resolveu (i) aumentar os impostos para enfrentar a queda na captação de impostos, (ii) reduzir a oferta monetária para evitar um processo inflacionário e, de olho na próxima eleição, decidiu impedir que industriais, comerciantes e banqueiros reduzissem os salários de seus empregados.
O resultado não podia ser mais óbvio: falências e demissões em massa jogaram a economia americana na lona, arrastando com ela os mercados do resto do mundo.
Com a situação econômica e financeira em frangalhos, em vez de o governo americano deixar que o próprio mercado sarasse as feridas da crise e recuperasse a saúde naturalmente, o sucessor de Hoover resolveu intervir ainda mais no mercado criando inflação, mais impostos e gastos, porque entendia que assim recuperaria a economia.
O resultado é que a recessão, que poderia ter sido de curta duração, acabou perdurando por quase uma década, desembocando ainda na II Guerra Mundial.
O responsável por esse período doloroso da história econômica americana foi Franklin Delano Roosevelt, político democrata que nacionalizou e socializou vários serviços antes prestados pela iniciativa privada.
O programa intervencionista que agigantou o governo federal dos EUA e criou o estado de bem-estar social se chamava New Deal.
Passados quase 90 anos daquela experiência, surge na política americana Alexandria Ocasio-Cortez, deputada federal do partido democrata e socialista empedernida, com uma proposta de matar de inveja o mais radical dos coletivistas-estatistas, para a qual dá o nome de Green New Deal, em alusão ao plano do presidente Franklin Delano Roosevelt.
Comparado com o New Deal original, a nova versão, concebida pela nova-iorquina do Bronx, de origem porto-riquenha, é um atentado fatal contra o que resta de capitalismo nos Estados Unidos da América.
O que o New Deal de Roosevelt não conseguiu relativizar em termos de livre iniciativa e propriedade privada, o Green New Deal de Ocasio-Cortez acabará por extinguir totalmente.
O que essa moça deseja é acabar com a civilização como conhecemos, impondo coercitivamente através do uso da força monopolizado pelo governo, leis que obrigam a sociedade americana a abrir mão de bens e serviços indispensáveis.
Algumas das insanidades previstas no projeto de lei que a socialista maluquinha deseja implantar é de deixar gente como Luciana Genro, Jandira Feghali ou Greis Hoffman com inveja.
Segue a lista das maluquices:
- Banir qualquer tipo de energia fóssil, não apenas o petróleo, mas também o gás natural mesmo sendo uma das formas mais baratas de energia disponível e responsável pela redução da emissão de carbono nos EUA.
- Eliminar as plantas de energia nuclear que, além de serem uma das formas de energia mais limpas, representa 20% da oferta de energia nos EUA.
- Transformar toda a frota de veículos – inclusive, barcos – movidos por motores a combustão para motores elétricos.
- Recondicionar cada construção, edifício, armazém ou casa para se tornar energicamente autossuficientes.
- Substituir as viagens aéreas por trens de alta velocidade que já se sabe há um bom tempo serem serviços altamente deficitários.
- Criar empregos estatais para todos os americanos que receberão salário suficiente para sustentar uma família e ainda atender as demandas quando ocorrer problemas de saúde, saídas de férias e aposentadoria.
- Educação vitalícia e gratuita para todos.
- Alimentação saudável para todos, provida pelo governo.
- Moradia sustentável para todos, provida pelo governo.
- Segurança econômica para todos, provida pelo governo.
- Finalmente, para evitar a emissão de gases que provocam o efeito estufa, além de banir aviões, carros, etc.
A lista de insanidades é um resumo feito por David Harsany, editor do The Federalist. Faço a citação porque jamais perderia o meu tempo lendo uma peça legislativa de uma socialista como essa. Se você está interessado nos detalhes do que propõe Alexandria Ocasio-Cortez – perca o seu próprio tempo.
__________________________________________
Publicado originalmente em Instituto Liberal.
Revisado por Matheus Pacini.
Curta a nossa página no Facebook.
Inscreva-se em nosso canal no YouTube.
__________________________________________