Capitalismo ‘versus’ a busca dos meus sonhos

“Eu odeio o capitalismo!”. É a lamentação que frequentemente se ouve. Vem de alguém jovem, com cerca de vinte anos ou menos. Quando essa queixa aparece online, frequentemente as pessoas que se consideram defensoras da livre iniciativa – libertários econômicos utilitaristas e objetivistas – são rápidas em presumir que, por capitalismo, esse jovem está usando a palavra com a mesma definição que eles. Imediatamente procuram explicar ao jovem o erro de seu anticapitalismo.


O libertário econômico, provavelmente influenciado por Milton Friedman ou por Ludwig von Mises, argumenta: Então, você odeia o capitalismo? O que você tem contra a alocação de recursos econômicos sendo organizada de baixo para cima? Por que isso seria pior do que algum planejador central presumindo onisciência e tentando organizar a economia de cima para baixo? No capitalismo, os indivíduos são livres para fazer suas próprias escolhas nos em seus negócios.


Como vendedor, você não precisa saber tudo sobre as necessidades de todos. Você só precisa conhecer as necessidades e expectativas específicas dos seus clientes. O mesmo se aplica a todos os outros vendedores. Isso é a divisão de trabalho. A alternativa ao mercado é o planejamento central da economia pelo Estado. Aparentemente, é isso o que você prefere. O planejador central presume saber sobre a necessidade de todas as pessoas mais do que elas mesmas.

Entretanto, o planejador central é extremamente ignorante. Ele nem sequer tem um canal direto para aprender sobre as necessidades de seus cidadãos como um vendedor tem com seus clientes. É por isso que a União Soviética e outras economias planejadas centralmente fracassam. É isso que seu ódio pelo capitalismo traz para você.

O objetivista geralmente reage com mais raiva. “Então você odeia o capitalismo?!” Ele grita.

Há somente dois métodos pelos quais os seres humanos podem lidar uns com os outros: ou pela persuasão racional ou pela força. No capitalismo, as pessoas interagem através da persuasão racional. Eu não posso forçar você a comprar meus produtos. Tenho que oferecer algo de valor que apele ao seu julgamento racional. A alternativa a isso é o socialismo ou algum outro sistema de força governamental. Para que os socialistas consigam que eu faça o que eles querem, eles fazem o Estado me ameaçar com multas ou com prisões caso eu não cumpra suas ordens. E quando você rejeita o capitalismo, essa força é a única alternativa. Isso é o que você quer. Por que você quer me ameaçar com força? Por que você insiste em roubar minha liberdade?

Nas duas situações, o jovem fica perplexo com a resposta.

“Eu disse que é o capitalismo que eu odeio”, o jovem responde timidamente. “Por que você está mudando de assunto?”


Há um mal-entendido. Quando os jovens se lamentam sobre o que odeiam, o que eles querem dizer com “capitalismo” e até com “livre iniciativa”, muitas vezes é apenas superficialmente parecido com o que os defensores declarados da livre iniciativa querem dizer com esses mesmos termos. O resultado é que as defesas habituais em prol do capitalismo – como as duas citadas acima – não abordam de fato a principal preocupação dos jovens americanos acerca do comércio não regulamentado.

O que eles querem dizer com “Capitalismo”?

Para muitos – possivelmente a maioria – dos jovens americanos, “capitalismo” se refere vagamente a qualquer atividade na qual as condições a seguir se aplicam:

  1. Alguém é pago para fazer algo.
  2. Essa pessoa provavelmente não teria feito se não tivesse sido paga para fazê-lo.

Essa definição, por si só, parece simples. Entretanto, em diversos aspectos, ela prejudica quem a adota. A premissa por trás dela também leva a formar várias conclusões complicadas e inferências inválidas.

As implicações dessa interpretação são as seguintes. Quando realizamos uma ação sem ter sido pagos para isso, o valor dessa ação deve ser intrínseco à própria ação. Por outro lado, quando somos pagos para realizar uma ação, nossa motivação para realizá-la é necessariamente extrínseca à ação. Eventualmente, muitas de nossas ações não valem a pena por si mesmas. A introdução de pagamentos em dinheiro, então, tem uma influência corruptiva sobre nosso processo de decidir quais ações tomar.

Suponha que alguém deseje seguir carreira como um grande guitarrista. Porém, seus pais não incentivam a escolha. Eles avisam sobre como é difícil para um músico promissor conseguir shows. Que, de forma realista, ele não pode esperar que isso seja uma fonte de renda estável. Por insistência de seus pais, esse jovem vai para uma escola de negócios e consegue um emprego em um escritório. Ele está terrivelmente entediado. Seus sonhos de se tornar um grande guitarrista tornam-se nada mais do que uma memória. E quando esse homem reflete sobre isso anos depois, isso lhe provoca sentimentos de arrependimento e de vergonha.


Para muitos jovens, essa é a imagem que imediatamente lhes vem à mente quando eles escutam “capitalismo” e “livre iniciativa”.

Eles também pensam como extremamente capitalista quando, em uma situação desesperadora, alguém sacrifica seus preceitos morais para adquirir o dinheiro de que precisa. Para eles, se alguém paga alguém para matar um cônjuge, troca de dinheiro torna isso o exemplo máximo de capitalismo, livre iniciativa e de laissez faire. O mesmo se aplica ao comércio de escravos.


A estigmatização resulta da premissa de que o que é essencial para o capitalismo é que ninguém consideraria uma atividade valiosa na ausência de pagamento monetário. Se sua ação depende de ter sido pago por ela, então na maioria dos casos ela deve ser tediosa, na melhor das hipóteses, e repreensível, na pior. Em qualquer caso, a pessoa que está sendo paga não estava realmente comprometida com a atividade. Afinal, se estivesse, não precisaria ser paga para executá-la, não é?


Naturalmente, nós, defensores da livre iniciativa, queremos dizer algo totalmente diferente quando falamos em capitalismo, livre iniciativa, mercados livres, laissez faire e liberalização. O que queremos é uma sociedade em que as pessoas sejam livres para fazer qualquer coisa que seja pacífica. Como a maioria dos esforços do governo para controlar comportamentos pacíficos está relacionado a questões econômicas e são justificados por razões econômicas, muitos dos nossos argumentos em favor da liberdade em geral acabam se transformando em argumentos sobre comércio. É assim que nossos argumentos, pela liberdade em geral, passam a ser mal interpretados como se fossem apenas sobre liberdade financeira.


Sim, defendemos vigorosamente o direito de lucrar por meios pacíficos. Não há nada de errado com isso. E entendemos que, o fato de alguém lucrar ou não, não é o argumento central para determinar se uma atividade é legal ou ilegal. A questão é se uma ação é coercitiva de forma violenta ou não.


Etimologicamente, então, a expressão livre inciativa se relaciona mais fortemente com nossa prioridade política do que o capitalismo. Capitalismo alude a ‘capital’, como em capital financeiro – os recursos que as pessoas investem em um negócio. Nesse sentido, porém, o termo ‘capitalismo’ se encaixa com as noções que os jovens empregam ao termo. O ‘capital’ em capitalismo geralmente assume a forma de dinheiro. “Capital-ismo” traduz-se por “dinheir-ismo”. E a perspectiva de as ações humanas serem movidas principalmente pela promessa de recompensas monetárias é exatamente o que esses jovens americanos mais detestam.


Por outro lado, “empresa” se refere simplesmente a uma atividade de forma mais geral: um empreendimento. Livre iniciativa significa liberdade de ação, liberdade para empreender e aventurar-se. Isso, novamente, inclui qualquer coisa que seja pacífica, independentemente de o lucro financeiro ser o objetivo declarado.


Presumo que a maioria dos meus leitores já esteja familiarizada com o fato de que os anticapitalistas que se opõem à minha definição o fazem ao confundir a distinção entre poder econômico e poder político. Portanto, evitarei essa discussão em favor de outra que, a meu ver, é frequentemente negligenciada por Objetivistas e libertários. O que torna particularmente irritante o fato de que isso seja ignorado é que A Nascente, de Ayn Rand, aborda implicitamente essa questão. Na verdade, uma reação comum a este livro por parte de muitos de seus jovens admiradores foi o que me ajudou a considerar o assunto.


Como A Nascente de Ayn Rand é interpretada como anticapitalista?


Vamos imaginar que você deseja iniciar uma instituição de caridade que é de grande prioridade para você. Você julga que, com base na natureza da atividade e nas circunstâncias envolvidas, faz mais sentido pensar nela como uma operação sem fins lucrativos. Isso é literalmente uma livre iniciativa: uma iniciativa na qual você está livre para engajar-se. Porém, para muitos jovens, isso não é livre iniciativa e, definitivamente, não é capitalismo. O fato de você fazer isso sem ser pago, o exclui de ser considerado como tal.

Vamos imaginar outro exemplo. Alguém deseja ser um grande guitarrista. Essa pessoa tocaria mesmo não sendo pago para isso. Na verdade, se ele encontrasse poucas oportunidades para tocar, poderia até estar disposto a pagar para que outros o deixassem tocar para eles. Mas, numa combinação de sorte e de seriedade com seu trabalho, ele descobre métodos pelos quais pode monetizar essa obsessão. Ele obtém um grande retorno financeiro fazendo algo que ele faria de qualquer maneira.


A questão pertinente é: ganhar uma fortuna com sua paixão não é um exercício de livre iniciativa e capitalismo? Na mesma medida que eles aprovam o sucesso financeiro do guitarrista, muitos dos jovens que ecoam “Eu odeio o capitalismo!”, respondem que não. Não, o sucesso do guitarrista não tem nada a ver com capitalismo. O fato de que ele teria sido guitarrista independentemente da remuneração que recebesse exclui essa possibilidade. Mas, se o sucesso desse individuo não foi capitalismo, então o que foi? A resposta dos jovens é que isso foi um exemplo do maior antônimo do capitalismo: foi alguém perseguindo seus sonhos.

 
Mesmo entre muitos jovens que se emocionam em se autodenominar “socialistas” ou “marxistas”, poucos realmente acreditam, de forma profunda, que o grande conflito da nossa era é “capitalismo vs socialismo” ou “a divisão do trabalho de baixo para cima no mercado vs o planejamento centralizado da economia de cima para baixo”. Para eles é: Capitalismo vs a Busca dos Meus Sonhos.

O que pode também ser substituído por: O Direito à Propriedade vs o Direito à Busca da Felicidade.

Em algumas ocasiões em que defendi essa ideia, alguns simpatizantes do Objetivismo descartaram-na e disseram: “Bom, então esses jovens deveriam só ajustar suas definições”. Para eles, esse era o fim da discussão. Mas, para aqueles de nós que ainda querem iluminar os jovens da América, não convém ser tão desdenhoso. Ao entender por que os jovens interpretam o capitalismo e sua oposição como o fazem, podemos estar melhor equipados para educá-los.


Algo que me ajudou a confrontar isso foi uma reação surpreendentemente comum à obra ‘A Nascente’ que muitos jovens me afirmaram ter sido uma grande inspiração. Eles me informaram, sem sarcasmo ou ironia, que apreciaram muito a clara e bem-sucedida intenção da autora em denunciar a conformidade e a corrupção dos motivos, os quais são subprodutos inerentes ao capitalismo. Em resumo, eles valorizaram esse livro por seu significado anticapitalista.


Mais do que isso, eles se apaixonaram por Howard Roark por ser o último rebelde supremo contra a ganância corporativa. Para eles, a representação perfeita de alguém combatendo esse sistema não era Che Guevara, Leon Trotsky ou Jesus expulsando os cambistas. Era Howard Roark. 

Foi assim que eles me explicaram. Os dois personagens que apresentavam o comportamento mais consistente com o que eles esperavam dos capitalistas arquetípicos eram Peter Keating e Gail Wynand. Para Keating, o cliente está sempre certo e o cliente é rei. Ele dava a seus clientes designs que eram populares e de baixa qualidade porque seu coração não estava no trabalho. Arquitetura, como tal, era monótona para ele. Ele seguiu essa carreira para obter prestígio e dinheiro, e para manter a aprovação de sua mãe. Consequentemente, ele empregava manipulação e política de escritório para se livrar de potenciais rivais, para garantir sua promoção dentro da empresa. Quando os defensores do livre mercado falam em concorrência, o tipo de traição intra-empresa de Keating vem involuntariamente à mente.


Mas, para os jovens leitores, Wynand corresponde ainda mais com o que eles entendem por capitalista – principalmente, porque ele era mais rico que Keating. Seu cinismo era de especial importância. Wynand desprezava seus próprios clientes. Ele promovia jornalismo sensacionalista, que ele achava inferior, por dinheiro e influência. Essas ações fizeram dele o personagem mais rico da história. As piores características da personalidade de Wynand são exatamente o que os jovens americanos imaginam dos bilionários da vida real, nos moldes de Rupert Murdoch e Jeff Bezos.


Por outro lado, esses jovens disseram que Howard Roark não era um capitalista por qualquer entendimento convencional do termo. Naturalmente, concordei com essa parte, exceto que meus interlocutores queriam dizer que, se alguém fosse capitalista por qualquer entendimento convencional, essa pessoa não poderia ser capitalista de forma alguma. Eles recordaram as várias ocasiões em que Roark abriu mão de comissões lucrativas para garantir que seus edifícios fossem construídos precisamente de acordo com seus projetos. Perguntei a esses jovens leitores se isso significava, então, que eles achavam que Roark era algum tipo de socialista ou comunista. Eles responderam: “Claro que não”. Em vez disso, ele representava o verdadeiro oposto de um capitalista: alguém que perseguia suas paixões e vivia seus sonhos.


E mesmo entre jovens leitores relutantes em ir tão longe a ponto de chamar Roark de anticapitalista, ainda era opinião majoritária que Wynand era o representante mais consistente do que significa prosperar na livre iniciativa. Alguns leitores, na casa dos trinta anos, acrescentaram que, enquanto Roark representa a concepção ideal de livre iniciativa para Ayn Rand, Wynand representa mais precisamente como ela funciona na prática.

É isso que muitos jovens americanos realmente querem dizer quando afirmam “odiar o capitalismo”. O que eles realmente querem dizer é que seu grande medo é de comprometer as próximas décadas de suas vidas em uma carreira que sabem que não lhes proporcionará realização. Eles perdem o sono preocupados que vão acabar cedendo. Recorreriam a essa carreira para atender às suas necessidades materiais e para ceder à pressão de seus familiares, ao estilo de Peter Keating apaziguando sua mãe. A ideia deles do que significa ser capitalista é, em última análise, influenciada pelo livro Babbitt, de Sinclair Lewis, ainda que eles nunca tenham ouvido falar desse título diretamente.


Encontrar tantos jovens americanos que admiram A Nascente como uma obra anticapitalista está longe de ser uma experiência só minha. Sei disso porque a própria Ayn Rand encontrou tais fãs. Em 1945, ela recebeu uma carta de um desses admiradores que, ao menos em parte, concordava com essa interpretação. Numa resposta datada de 4 de março, ela explicou:

Você está completamente equivocado sobre Wynand. Wynand não é o símbolo da livre iniciativa — Roark é (se você quiser chamá-lo de símbolo). A livre iniciativa não foi criada por aqueles que atendiam às massas, como fez Wynand, mas pelos criadores e inovadores que foram contra as massas, contra toda a opinião pública, contra todas as “tendências” e as “correntes”. Wynand – se você quiser vê-lo em um de seus aspectos menores, no sentido estreito e ‘jornalístico’ dos eventos contemporâneos – representa os homens que estão destruindo a livre iniciativa…” [“To O. W. Kracht,” Letters of Ayn Rand, ed. Michael S. Berliner, (New York: Plume, {1995} 1997 trade paperback), 224. Emphases hers.]

A interpretação anticapitalista também foi adotada por Nathaniel Branden depois de sua primeira leitura da obra:

“A Nascente, um romance de Ayn Rand… há experiências extraordinárias na vida que permanecem na memória… ler esse livro foi uma dessas experiências… [Meu primo] Alan (Blumenthal) me apresentou a um romance de Romain Rolland, Jean-Christophe, que trata da vida e das lutas de um gênio musical. Isso reforçou uma convicção que já estava se formando em mim, especialmente depois de ler A Nascente, de que um herói é alguém que persevera… num impulso… decidi escrever uma carta para ela (Ayn Rand), através de uma editora, perguntando sobre suas convicções políticas. No que ela acreditava? ‘Certamente não no capitalismo’, eu escrevi confiante”. [My Years With Ayn Rand, (New York: Jossey-Bass, 1999 revision), 8, 13, 30.]

Enquanto jovem, Branden colocou A Nascente e Jean-Christophe na mesma categoria por uma razão compreensível. Os protagonistas eram ambos sonhadores dedicados que perseguiam suas visões criativas sendo mais inspirados pelos desafios do ofício do que pelas recompensas financeiras. É por isso que Branden, assim como tantos jovens leitores hoje, não conseguia entender que Roark, não Wynand ou Keating, era o empreendedor do romance.

Por que essa dicotomia é falsa?


Claro, o tipo de sucesso conquistado pelo nosso guitarrista imaginário está longe de ser exclusivo para pessoas que enriqueceram através de sua arte. Figuras como Herbert W. Boyer, cofundador da Genentech, e David Goeddel, o inventor da insulina humana, estavam principalmente interessados em satisfazer sua curiosidade científica. No entanto, eles encontraram métodos de monetizar suas excursões intelectuais, ganhando centenas de milhões de dólares nesse processo.


O mesmo se aplica a muitos grandes empreendedores que monetizaram suas obsessões da infância. William Scholl era um menino muito estranho que, ao conhecer novos vizinhos, insistia em inspecionar seus pés. Felizmente, seus pais o deixaram se entregar a esse fetiche. Ele carregava por todo o lado os restos esqueléticos de um pé humano, e o chamava de George. Consistente nessa excentricidade, ele se tornou-se um podólogo. Tratando seus pacientes, ele percebeu que muitos joanetes e outros problemas nos pés resultavam do fato de os sapatos não serem ergonomicamente projetados.


Scholl decidiu corrigir isso. Ele ganhou mais de cem patentes com base nas melhorias que apresentou, desenvolvendo novos sapatos ortopédicos. Esse foi o início da Dr. Scholl’s (marca). Ele fez uma fortuna inspecionando pés de estranhos – algo que ele fazia repetidamente durante a infância sem ser remunerado e, provavelmente, continuaria a fazer ainda que nunca fosse.


Scholl seguiu um padrão que é comum para a maioria dos empreendedores famosos. Começam como excêntricos que nutrem uma obsessão particular. Apenas anos depois eles descobrem um meio de lucrar financeiramente com sua obsessão.


Richard Branson, por exemplo, soa completamente sincero quando diz que o dinheiro sempre foi a motivação secundária para ele ao iniciar sua produção musical e sua companhia aérea. O desafio em si era seu interesse mais profundo.


O sucesso como empreendedor raramente está em oposição a fazer o que se gosta, algo muitas vezes ignorado pelos jovens. Eles estão fixados no estereótipo de empresários todos iguais, que pensam igual, se comportam da mesma forma, e estão sempre entediados com seus trabalhos. Eles conseguem reconhecer mais facilmente exemplos que admiram nas artes. Eles sabem que apenas uma pequena minoria de artistas que trabalha no meio se torna nomes conhecidos e milionários.

Mas eles sabem que essas pessoas existem. Exemplos como Howard Roark e o nosso guitarrista hipotético os lembram disso. Mas, como eles sabem que esses artistas muitas vezes são tentados a sacrificar suas ambições criativas de longo prazo – que até poderiam trazer maiores ganhos financeiros no futuro – para garantir ganhos monetários imediatos, essas pessoas de sucesso acabam sendo consideradas não como exemplos do capitalismo, mas como uma subversão dele.

É por essa razão que você encontra artistas indie hipsters que, ao mesmo tempo, dizem desprezar o capitalismo, mas que torceram por Howard Hughes quando assistiram O Aviador. Também é por isso que você encontra músicos indie no Youtube e Twitch que criticam o capitalismo antes de declarar seu amor por O Rei do Show e de proclamarem que “A Million Dreams” está entre suas músicas favoritas. E é por isso que o Nation Institute – a fundação por trás da revista The Nation, conhecida por sua consistente política editorial contra o capitalismo – co-publicou uma biografia adulando Gary Gygax, o co-criador de Dungeons and Dragons. Esta biografia inclusive mencionou muito positivamente o fato de que Gygax ficou rico através da sua criatividade e construiu seu próprio império.

Você pode dizer a essas pessoas: “Os protagonistas de ambas as histórias eram capitalistas, não eram?” Frequentemente, você receberá a mesma resposta: na medida em que esses empreendedores faziam algo que gostavam o suficiente para fazer mesmo sem serem pagos, eles não estavam agindo como capitalistas.

De fato, eles costumam racionalizar assim: se o nosso grande guitarrista hipotético ganha dinheiro fazendo o que acredita, ele ainda não se tornou um capitalista. Pelo contrário, ele só se tornaria um verdadeiro capitalista se começasse a priorizar grandes quantias de dinheiro, deixando a qualidade de sua arte cair ao produzir um disco atrás do outro.

“Como um esquerdista – como um anticapitalista – devo reconhecer que há momentos em que o capitalismo beneficia a causa progressista… por exemplo, quando corporações fazem marketing para pessoas LGBT a fim de ganhar dinheiro. Pode ser insincero, e isso é obvio. Mas, independentemente disso, quando fazem isso, contribuem para normalizar as pessoas LGBT na sociedade… então, mesmo que o capitalismo seja uma merda, há momentos em que ele acerta – onde algum bem surge disso. Agora, curiosamente, os conservadores só criticam o capitalismo… nesses poucos casos em que ele acaba ajudando algum grupo marginalizado como pessoas LGBT.”

Por que é “óbvio” para XanderHal que os são “insinceros” ao professar preocupação com o bem-estar das pessoas LGBT? É porque, ao fazerem isso, essas corporações “ganham dinheiro”. Se esses executivos fossem sinceros e realmente desejassem melhorar a vida dos clientes LGBT, eles não estariam cobrando deles, não é?


A realidade que é frequentemente ignorada é que alguém pode fazer algo de que genuinamente gosta, e esperar ser recompensado monetariamente por isso. Há uma razão muito simples para isso: quando alguém se envolve em suas atividades criativas favoritas, geralmente precisa fazer uso de seus próprios recursos materiais.


Isso é visivel na indústria caseira de pessoas que fazem lives no Twitch enquanto pintam seus quadros. Como elas confirmam, amam pintar, mas se pintassem em tempo integral e nunca recebessem remuneração, acabariam ficando sem tintas e telas. Então, teriam que parar. Admiradores que pagam esses artistas estão, na verdade, reabastecendo os suprimentos deles.


O mesmo princípio se aplica a outros empreendimentos criativos. Pagar um cineasta é cobrir seus custos. Isso, por sua vez, o ajuda a produzir mais filmes. O mesmo se aplica ao se recompensar um inventor monetariamente. Pagar-lhe royalties é cobrir suas despesas. E cobrir suas despesas é reabastecer o estoque dos recursos que ele precisa para prosseguir com mais pesquisa e desenvolvimento no futuro.


Alguns psicólogos como James Carlsmith e Leon Festinger notaram um fenômeno. Se as equipes A e B realizarem a mesma tarefa, com a A sendo paga e a B não, a equipe B é mais propensa a sentir mais orgulho de seu próprio desempenho na tarefa. Os psicólogos teorizam que, quando os membros da equipe B não recebem um incentivo extrínseco, eles se sentem mais motivados a dizer a si mesmos que devem considerar o valor de suas ações como intrínseco à tarefa em si.


Nesse sentido, a introdução de recompensas monetárias em um projeto de longa duração pode, de fato, influenciar meu julgamento sobre o projeto em si. Por anos, tenho desenhado sem ser pago por isso. Talvez chegue o dia em que eu comece a aceitar pagamento pela minha arte. Quando isso acontecer, isso pode mudar minha motivação. Há um risco de me sentir tentado a direcionar meu estilo mais ao gosto dos meus clientes do que para satisfazer meu gosto pessoal.


Se isso acontecer, não significa que o dinheiro em si teve uma influência corruptora. Em vez disso, esta é uma questão psicológica privada que preciso resolver por conta própria. Cabe a mim pesar os valores que parecem estar em disputa pelo topo da minha lista de prioridades.

A verdade é que nenhuma ação específica – nem mesmo aquelas que gostamos de realizar sem ser pagos – tem valor em si mesma. Se somos pagos ou não – e as achamos divertidas ou não – todas as nossas ações devem, em última análise, servir a um objetivo maior. Esse objetivo maior é nossa qualidade de vida e felicidade duradoura, nossa eudaimonia. Se eu realizar pacificamente uma ação que me entedie em troca de um grande pagamento, ainda pode valer a pena se trouxer um ganho para a minha felicidade geral. E, se fazer algo divertido sem pagamento, proporcionar um ganho para a minha vida, também vale a pena.


Por que a conflação entre a Livre Iniciativa e o “fazer algo a contragosto só quando se é pago”?

É verdade que, se você pressionar esses jovens americanos sobre questões específicas, eles provavelmente começarão a regurgitar clichês sobre como donos de empresas sempre exploram seus empregados e sobre a necessidade de aumentar o salário mínimo. Mas suspeito que esses clichês são racionalizações adicionadas depois, ex-post-facto. Primeiro, esses jovens americanos começam a associar o capitalismo com a perspectiva de vender seus sonhos em troca de uma carreira mais ‘segura’, lucrativa e conservadora. Mas isso parece uma razão muito egoísta para ser usada contra o capitalismo. Por isso, eles atribuem a essas outras queixas que parecem mais altruístas e voltadas para o bem-estar cívico.


Como mencionarei novamente mais tarde, duvido que a maioria dos jovens que declaram sua repulsa ao capitalismo genuinamente aspirem trabalhar em comunas o dia inteiro. Mas, como eles associam o capitalismo com ações realizadas somente por pagamento, não é difícil para eles considerarem os moradores das comunas como moralmente superiores aos CEO’s. Se as pessoas das comunas fazem o que fazem por outras razões além da riqueza, presume-se que é porque seus corações estão nisso. É por razões semelhantes que tantos jovens que iniciaram odiando o capitalismo por medo de uma carreira ingrata acabam defendendo o socialismo.


No entanto, a falsa dicotomia entre “capitalismo vs meus sonhos” foi mais influenciada pelos contemporâneos do movimento romântico filosófico do que por Karl Marx. Essa é a manifestação de uma falsa dicotomia que coloca emoção, moralidade e idealismo de um lado, e razão, utilidade e praticidade do outro. E, apesar de toda a falta de lógica e falhas dele e de seus seguidores, Marx se gabava de estar firmemente do lado da razão fria e da praticidade. Em contrapartida, a impressão geral dos românticos era que os seres humanos eram mais felizes em seu estado natural, brincando na natureza. Este é o tipo de felicidade que uma criança experimenta antes de ter que crescer e seguir a rotina monótona dos grandes negócios.


Então, os românticos tiveram o seu equivalente ao Pecado Original. Como lamentou Jean-Jacques Rousseau, alguém teve a ideia de considerar um pedaço de terra como propriedade privada. A felicidade de brincar foi arruinada quando, através do uso da razão fria, os seres humanos adotaram a civilização em geral e a industrialização em particular. Aplicando, involuntariamente, as antigas ideias gerais da filosofia romântica às suas próprias vidas, os jovens concluíram que deviam escolher entre se render à rotina rígida e adequada da máquina corporativa ou recuperar a alegria selvagem e pura de suas aspirações de infância.

Contribuindo grandemente para essa atitude está a maneira inadequada como os pais costumam explicar aos seus filhos por que “capitalismo” é melhor que o “socialismo” e o “comunismo”. Começa quando a criança pergunta por que ela terá que trabalhar quando se tornar adulta e por que ela deve pagar pelas coisas ao invés de apenas obtê-las de graça. Afinal, ela recebia tudo de graça quando bebê.

Criança: Quando você vai à loja, por que você tem que dar dinheiro? Por que a loja simplesmente não nos dá o que precisamos?

Pai: “Todo mundo prefere ganhar tudo de graça, mas não podemos sair por aí exigindo coisas gratuitas dos outros, né? Isso não nos levaria a lugar nenhum. Todo mundo ia dizer aos outros o que quer, mas ninguém ia conseguir o que queria. É por isso que o melhor que podemos fazer é trocar. Eu trabalho para ganhar dinheiro. Depois uso o dinheiro para conseguir o que quero da loja. E as pessoas da loja usam o dinheiro da mesma forma. E, um dia, quando você for grande o suficiente, também terá que trabalhar para ganhar dinheiro.


Criança: “Eu não quero trabalhar. Você me disse que é chato. E claramente parece ser chato mesmo. Eu prefiro brincar o dia todo.”

Pai: Bom, a vida não é assim. Então, que pena! A gente vive no capitalismo. Algumas pessoas preferem ser como você, e só querem exigir as coisas. Isso se chama socialismo ou Estado de bem-estar social. Mas, no final, não funciona. Não funciona porque somos todos egoístas demais. Você pode ver isso porque todos desejamos ter coisas de graça.”

Criança: Mas eu não quero ir trabalhar e me entediar ficar entediado. Eu quero brincar!”

Pai: “É uma Que pena! O que temos é o capitalismo. Eu gostaria que tivéssemos algo melhor, mas todo o resto é pior. Estamos presos a ele nisso. Essa é a realidade, e a realidade é dura.”

A atitude do pai nessa conversa hipotética dificilmente vai entusiasmar os jovens americanos acerca do capitalismo. Eu gostaria de poder afirmar que os conservadores republicanos oferecem defesas mais sofisticadas, mas não oferecem. Os escritos de Thomas Sowell sobre o tema, são mais eruditos em suas formulações e estudos de caso, mas o significado subjacente do que ele diz é basicamente o mesmo.

Se todos fossem amáveis e gentis, o socialismo seria o caminho a seguir… talvez, algum dia, descubramos criaturas em outra galáxia que conseguem operar toda uma sociedade dessa forma. Mas, a história humana mostra que uma nação com milhões de pessoas não consegue funcionar como uma grande família…


A retórica do socialismo pode ser inspiradora, mas seu histórico real é desastroso… embora meus desejos de uma vida melhor para todas as pessoas comuns não tenham se modificado desde os dias do meu marxismo juvenil, a experiência me ensinou a lição amarga de que o caminho para se chegar lá é o oposto do que eu pensava.

Agora, acho que a defesa Objetivista do capitalismo é mais sofisticada e correta. Não tenho nenhuma dúvida sobre o argumento em si. E a defesa Objetivista do lucro, tão distinta da feita por Adam Smith, é de especial importância.


Porém, como afirmei no início do ensaio, acho que, muitas vezes, ao se deparar com alguém na internet que proclama odiar o capitalismo, muitos objetivistas são rápidos demais em lançar uma longa palestra sobre a superioridade da persuasão livre sobre a força.  Eles fazem isso assumindo que o jovem já concorda com eles em suas definições. E, ao passo que sabem que o jovem tem uma definição diferente de capitalismo, muitas vezes, os objetivistas irão impor sua própria definição e esperar que ele a aceite de imediato.


Ao perguntar o que significa esse “capitalismo” que se odeia tanto


Embora muitos – provavelmente a maioria – dos jovens americanos, quando incentivados a fazê-lo, irão recitar os clichês sobre o capitalismo explorar os trabalhadores e destruir a Terra, como seus professores e a cultura popular os ensinou, eu ainda acho que essa não é a sua objeção fundamental. Falo isso porque bem poucos deles realmente querem sacrificar sua felicidade e seu conforto material para trabalhar na agricultura de subsistência em alguma comuna.


E, embora a maioria deles esteja muito apegada à sua doutrinação cívica para considerar o quanto preferível seria o laissez faire em comparação ao estado de direito regulatório de economia mista, muitos nutrem um vago desejo de realização numa carreira lucrativa, na qual eles possam ter muita autonomia. Eles não sabem conscientemente, mas se levassem esse desejo à sua conclusão lógica, isso seria o que muitos de nós reconhecemos como uma forma de empreendedorismo.


Muitos dirão que odeiam o capitalismo tanto pelas acusações comuns em geral, como pelo medo pessoal de que participar de uma economia comercial resultará no sacrifício de suas ambições mais arriscadas em favor de uma vocação “mais segura”. No entanto, quando você conversa com alguém por tempo suficiente e regularmente, fica mais fácil detectar quando a essa última razão é também a razão predominante para professar o seu ódio ao capitalismo.


Por tanto, se quiserem interagir, na próxima vez que escutarem um jovem lamentando que odeia o capitalismo, sugiro aos objetivistas que comecem de outra maneira, não falando imediatamente sobre a superioridade da liberdade sobre a coerção. Em vez disso, imploro que primeiro perguntem a esse jovem exatamente o que ele quer dizer com capitalismo.

Inicialmente, ele pode ficar irritado e dizer: “Como você se atreve a perguntar isso? Qualquer um com mais de 14 anos sabe o que é capitalismo”. Você pode apontar que nem todos os adultos colocam a mesma ênfase nas características que acreditam definir o capitalismo. Alguns acreditam que toda atividade comercial, como contratos de assassinatos e tráfico de escravos, conta como capitalismo, enquanto que outras pessoas se referem simplesmente à remoção dos controles governamentais na atividade econômica. Talvez, depois desse esclarecimento, o jovem comece a responder.


Admito que as respostas inicialmente dadas provavelmente serão vagas e equivocadas. As primeiras respostas provavelmente incluirão uma recitação da lista de queixas da nossa cultura sobre o capitalismo ser explorador e mau. Também recomendo perguntar ao jovem: “Independentemente de qual palavra seja usada para a sociedade ideal que você gostaria – ‘capitalismo’ ou ‘socialismo’ ou qualquer outra – há algum projeto especial que você, por paixão, gostaria de seguir?”


Se a resposta for sim, e o jovem explicar que seguiria esse projeto mesmo sem ser pago para isso, então poderia ser questionado, “Mas, se você também pudesse ganhar confortos materiais ao seguir isso, você toparia? Isso seria ruim? Seria bom se, no nosso sistema social ideal, você pudesse perseguir sua paixão e, ao mesmo tempo, ser pago com recursos por isso?”


Mesmo sendo receptivo ao questionamento acerca da busca de suas ambições, o jovem americano provavelmente seguirá no erro. Ele poderá admitir que alguém ficar rico fazendo o que gosta não é contrário ao capitalismo, mas ainda insistirá que alguém ser pago para fazer algo que odeia seria uma expressão muito mais pura disso. Mas, quando isso acontece, a conversa está indo em uma direção melhor do que de outra forma.


Quando todos na conversa concordam que é válido as pessoas seguirem seus sonhos pacificamente, alcançamos um marco. Nesse ponto, podemos começar a mostrar aos jovens americanos que a liberdade para empreender é, na verdade, o pré-requisito para que eles persigam e realizem seus sonhos. Podemos ajudá-los a enfrentar o que sabemos. A livre iniciativa é a busca dos próprios sonhos.


Claro, é comum muitos aspirantes a artistas e a cientistas acreditarem que o pré-requisito para realizar seu sonho não é a sua própria liberdade para agir, mas sim uma intervenção governamental sobre os outros. Ou seja, eles se sentem impotentes a menos que consigam financiamento público para seus projetos. No entanto, isso é contrário a ter um sistema social que maximize a liberdade de todos para perseguir seus próprios sonhos pacificamente. O governo confiscar recursos de outras pessoas para fornecer ao meu próprio projeto em arte ou ciência é fazer das outras pessoas vítimas. Os contribuintes de quem esses recursos foram confiscados passam a ter menos recursos à sua disposição para que possam buscar seus próprios sonhos.


Este é o momento na conversa em que se torna produtivo apontar que a diferença crucial da livre iniciativa não é se alguém gosta ou não do que é pago para fazer, mas se as pessoas cooperam entre si por meio de consentimento pacífico ou, em vez disso, recorrem ao poder governamental para impor suas próprias vontades sobre os outros. Nesse ponto, os jovens provavelmente admitirão que o financiamento público que querem vem às custas da coerção de outras pessoas, mas defenderão isso dizendo que a riqueza é um jogo de soma zero, não importa o tipo de sistema político. Eles presumem que isso se aplica tanto no capitalismo quanto no socialismo, tanto num Estado mínimo quanto num estado regulatório de direito.


Essa confusão adiciona outra complexidade à forma como eles interpretam quais seriam as consequências se, de fato, eles alcançassem seus sonhos por meios inteiramente consensuais. Sua felicidade com isso estaria manchada com um certo remorso por acreditarem que a realização de seus sonhos privou outras pessoas dos deles. Aqui se pode, então, educar esses jovens sobre como a livre iniciativa é um jogo de soma positiva.


Podemos informá-los de que o incentivo é criar mais valor econômico para todos. Na medida em que as pessoas estão livres da força, o empresário arca com o custo de cada insumo de mão de obra ou de recursos naturais. Por essa razão, o empresário reduz seus custos e aumenta seus lucros na medida em que consegue empregar métodos novos e aprimorados de produzir valor econômico a partir de insumos de mão de obra cada vez menores e menos recursos naturais. Essa é, em grande parte, a explicação para os ganhos de eficiência energética. No ano de 1900, eram necessários cinco quilos de carvão para acender uma lâmpada de 100 watts por uma hora. Em 2002, era preciso menos de um quilo de carvão para realizar a mesma tarefa.


Claramente, mesmo depois de mostrarmos à juventude americana que a liberdade para empreender é o pré-requisito para realizarem seus sonhos ao máximo, nosso trabalho estará longe de terminado. Ainda haverá milhares de enganos dos quais podemos desiludi-los. Mas como grande parte do anticapitalismo decorre da falsa premissa de que o capitalismo se opõe aos seus sonhos, ajudar os jovens a perceber que a livre iniciativa é o que eles precisam para realizarem seus sonhos é uma grande vitória.


Por esse motivo, na próxima vez que qualquer um de nós observar um jovem proclamando seu ódio pelo capitalismo, qualquer esforço para esclarecê-lo sobre o assunto deve começar pedindo-lhe clareza sobre o que ele quer dizer com essa palavra.

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