A Revolta de Atlas – Volume I, II e III

Ayn Rand nasceu em São Petesburgo, em 1905, e decidiu que seria escritora aos nove anos de idade. Ela escreveu dois livros que se tornaram muito famosos: A nascente e A revolta de Atlas. Traz em seus romances sua visão e forma de pensar que combatem o comunismo, o anarquismo e o coletivismo, defendendo a razão como única forma de se obter conhecimento, apoiando o egoísmo racional ético. O Objetivismo defendido pela autora se fundamenta em quatro pilares:

– A realidade objetiva existe, independente da observação do homem;

– A razão é o único meio de o homem apreender o real;

– Cada indivíduo é um fim em si mesmo, não devendo sacrificar suas vidas por outros, nem sacrificar os outros por si;

– O capitalismo é o único sistema moral capaz de garantir as liberdades políticas econômicas e individuais.

No livro A revolta de Atlas, Rand consegue apresentar todos esses fundamentos, de forma muito prática, nas falas e ações dos personagens, que vivem em um momento em que o governo americano, corrupto, criou regulamentações restritivas, sugando dos cidadãos produtivos e dos empresários toda a força de trabalho e riqueza. Em resposta a essas interferências governamentais, um grupo de grandes industriais, intelectuais e pensadores deixam suas fortunas e trabalho e abandonam a nação.

Nesse cenário de intervenção do Estado e fuga das pessoas importantes para o desenvolvimento econômico do país, surge uma expressão “Quem é John Galt?”, usada por alguns personagens sempre que alguma situação está difícil ou não há resposta. O que aparentemente é sem sentido se revela o principal personagem do livro.

John Galt é o responsável por desencadear o movimento chamado de “greve das mentes”, que convidou cada um que se destacava em sua área e especialidade a abandoná-la e se juntar a ele na luta contra o sistema imposto que restringe a liberdade. Em todas as suas falas, ele transmite ao leitor os valores defendidos por Ayn Rand, usando-os como argumento de convencimento.

À medida que industriais, empresários e profissionais de reconhecido destaque desertam de atividades consideradas vitais para o país, dois seguem firmes e não desistem de suas empresas, Henry Rearden e Dagny Taggart. O primeiro é o CEO e fundador da Rearden, uma indústria de metal, e a segunda é herdeira e vice-presidente de operações da Taggart Transcontinental, uma empresa ferroviária.

Como o país está cada vez mais em declínio econômico e a liberdade em constante erosão, os bem-sucedidos são fortemente tributados para ajudar os pobres. Portanto, em nome do nacionalismo americano, são confiscadas as empresas lucrativas para garantir o “bem comum”, agravando-se ainda mais a crise. Com isso, Rearden e Dagny se desdobram para não ceder às pressões e resistem às investidas e demandas do governo, que, cada vez mais, intervêm na gestão de suas empresas.

À medida que a interferência estatal cresce, ambos percebem que, quanto mais eles resistem às regras impostas, mais sustentam o modelo de intervenção. Então, primeiro Rearden se junta aos demais e, no último momento, quando não há mais opção, Dagny também abandona a ferrovia.

Com a fuga das últimas mentes brilhantes, a autora encerra o livro, deixando os leitores imaginarem como ficará a situação econômica dos Estados Unidos, que entrava em colapso.

No decorrer do livro, Rand aplica os conceitos do Objetivismo para outras frentes além da econômica. A autora apresenta que a felicidade do homem está somente na razão e que a realização plena apenas acontece quando se é livre para transformar a realidade que se está inserido. Dessa forma, ela retira toda a possibilidade de que exista uma nova maneira que leve à plenitude do homem. A crença em Deus também é vista pela autora como uma forma de fuga da realidade, sendo utilizada pelos homens para não enxergar a realidade objetiva. Nesse mesmo sentido, o amor entre casais é considerado uma forma de orgulho pela inteligência e racional do ente amado.

Como reflexão da proposta de Ayn Rand, acredito que, na economia, a liberdade de trabalho, a racionalidade e, em partes, o individualismo trazem consequências muitos benéficas para o desenvolvimento da sociedade, visto que muitas das inovações tecnológicas, descobertas científicas e facilidades que temos hoje se devem à razão, à busca de conhecimento e à liberdade de encontrar e propor soluções.

RAND, AYN. A Nascente. Tradução de Paulo Henrique Britto. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2010. 1, 2 e 3v

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