o direito ao voto é uma consequência, e não uma causa primária, de um sistema social livre – e seu valor depende de se a estrutura constitucional implementada delimita estritamente o poder do eleitor; se ilimitado, o poder da maioria é um exemplo do princípio da tirania. [1]
o voto majoritário não é uma validação epistemológica de uma ideia. Votar é meramente um instrumento político apropriado – dentro de uma esfera de ação estrita, constitucionalmente limitada – para a escolha dos meios práticos de implementação dos princípios básicos de uma sociedade; todavia, esses princípios não são determinados pelo voto. [2]
os direitos individuais não podem estar sujeitos a uma votação pública; uma maioria não tem o direito de votar e acabar assim com os direitos de uma minoria. [3]
os cidadãos de uma nação livre podem discordar sobre os procedimentos legais específicos ou métodos de executar os seus direitos (o que é um problema complexo, a esfera de ação da ciência política e da filosofia do direito), mas concordam quanto ao princípio básico a ser implementado: o princípio dos direitos individuais. Quando a constituição de um país coloca os direitos individuais fora do alcance de autoridades públicas, a esfera do poder político é severamente delimitada — e deste modo os cidadãos podem, segura e adequadamente, concordar em acatar as decisões do voto da maioria nesta esfera delimitada. As vidas e a propriedade de minorias ou dissidentes não estão em risco, não estão sujeitas ao voto e não são postas em perigo por nenhuma decisão da maioria; nenhum homem ou grupo possui uma carta branca de poder sobre outros. [4]
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tradução de matheus pacini
publicado originalmente em ayn rand lexicon
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[1] rand, ayn. The lessons of vietnam, the ayn rand letter, iii, 24, 3.
[2] rand, ayn. Who is the final authority in ethics? the objectivist newsletter, feb. 1965, 8
[3] rand, ayn. a virtude do egoísmo. Trad. De on line-assessoria em idiomas. Porto alegre: ed. Ortiz/iee, 1991. P. 131.
[4] rand, ayn. a virtude do egoísmo. Trad. De on line-assessoria em idiomas. Porto alegre: ed. Ortiz/iee, 1991. P. 131.
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