“meritocracia” é um anti-conceito, uma construção linguística falaciosa. é a união de dois termos opostos que não podem ser conjugados para formar um terceiro que seja válido. “cracia” significa força ou poder. aristocracia é o poder da elite, imposto pelo uso da força. democracia é o poder da maioria, imposto pelo uso da força. teocracia é o poder de um grupo religioso, imposto pelo uso da força.
no livre mercado, todos os indivíduos têm algum mérito, mas não impõem nada pelo uso da força: apenas produzem um valor e recebem por ele aquilo que merecem. Quem estabelece o mérito de cada um, na realidade, é a relação entre o que foi produzido e o beneficiário que o adquiriu. é ilógico dizer que existe uma “tiraria do mérito” porque o governo protege o direito à liberdade e à propriedade de alguém que quer criar, produzir, comerciar – essa é a “tirania da justiça”. Ninguém pode racionalmente ser contra a justiça, a qual é uma virtude.
o mercado não está sujeito à meritocracia. Tanto bill gates como um gari recebem o valor que merecem pelo que produzem. Lembro que a palavra “mérito” vem do latim meritum que, entre outras coisas, significa “valor”. E meritum está ligado à merere, cujo significado é “merecer”. No livre mercado, cada um recebe o valor que merece, ou seja, de acordo com seu mérito. No então, isso não se constitui numa “meritocracia”, afinal, o sufixo cracia tem relação com força e poder.
os socialistas ou pós-modernos tentam criar uma falácia ao colocar num mesmo pacote (package-deal fallacy) conceitos diferentes como se tivessem características semelhantes (democracia, aristocracia, teocracia). é uma armadilha sutil para perverter o sentido de justiça e merecimento.
temos que ficar alertas para esse tipo de equívoco. Mérito é corolário da justiça, o qual só pode funcionar no livre mercado, em que o governo e a economia estejam separados.[1]
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revisão de matheus pacini
publicado originalmente em ayn rand lexicon.
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[1] escrito por roberto rachewsky, e publicado no app objetivista, disponível na play store.
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