Sobre a prosperidade e o egoísmo

Por que se preocupar com os opositores se você, ao defender uma ideia, já a corrompe acrescentando um “mas” ao apresentá-la?

Se há um “mas” em sua ideia, você deve, antes de apresentá-la, resolver as contradições internas que ela pode carregar.

Se essas persistirem, mesmo depois de uma revisão apurada das premissas e conclusões que resultaram, não há outra coisa a se fazer do que simplesmente descartar a ideia.

Porém, não esqueça que talvez a ideia seja coerente com a realidade e a lógica, sendo você que ainda não descobriu a verdade.

Quando alguém diz que a sociedade prospera apesar do egoísmo dos indivíduos que a compõem, este alguém está desprezando exatamente a causa, a fonte, aquilo que permite que uma sociedade prospere.

Se o egoísmo é um vício, então a prosperidade social é um vício. É exatamente assim que os inimigos do individualismo pensam: precisamos atacar o egoísmo mesmo que a sociedade empobreça.

Ora, se você defende a prosperidade, mas despreza o egoísmo, você despreza o individualismo. Logo, você não passa de um acessório daqueles que se regozijam quando a sociedade entra em decadência, porque os indivíduos que a compõem empobrecem.

Ser egoísta é colocar-se como centro do mundo, como o beneficiário supremo da própria ação criativa que produz e mantém os valores que se entendem necessários para uma vida de florescimento, prosperidade, na qual a felicidade é o principal propósito.

Egoísmo é a ética que diz que o supremo beneficiário de um determinado valor é quem escolhe esse valor, quem pensa e age para criá-lo, produzi-lo, tendo a sua própria vida como padrão moral e a sua própria felicidade como fim último.

O fato de haver efeitos colaterais em qualquer ação individual em uma sociedade não cria deveres a ponto de as escolhas deixarem de ser feitas por aquele que está criando valor a partir da sua própria mente e do seu próprio esforço pessoal.

Conceitos pós-modernistas como “stakeholders” são a tentativa de corroer e perverter a natureza egoísta do homem atribuindo-lhe moralmente um dever social do qual ele não tem como fugir a não ser deixando de ser o supremo beneficiário das suas próprias escolhas, das suas próprias habilidades para criar, produzir e manter os valores para deles dispor como bem entender.

Capitalismo é a implementação da ética do individualismo que o pós-modernismo, o politicamente correto, o igualitarismo, o ambientalismo, o socialismo, o subjetivismo relativista pretendem combater.

Olhando para o mundo atual, vemos que estamos, como defensores do individualismo e do capitalismo, perdendo a batalha por absoluta omissão ou falta de convicção para a defesa radical, consistente, coerente, íntegra do único sistema ético e político para o ser humano viver neste mundo como tal.

Sim, há ilhas de prosperidade, há avanços institucionais e econômicos, mas esses sim se dão apesar da nossa fraqueza na guerra cultural, apesar de dispormos dos melhores argumentos.

Você pode estar se perguntando: mas se estamos progredindo assim mesmo, porque seguir combatendo?

Ora, porque já vimos do que o coletivismo estatista é capaz no sentido de contribuir para o sofrimento humano. Não só isso, mas também porque sou capaz de imaginar o quanto floresceríamos e prosperaríamos como indivíduos, logo, como sociedades, se vivêssemos respeitando os direitos individuais inalienáveis como o direito à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade que são a ponte entre o animal homem e o homem indivíduo, a parte mais importante da sociedade.

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Revisado por Matheus Pacini.

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