Resposta às críticas de Rodrigo Constantino à Ayn Rand.

No artigo de hoje, Roberto Rachewsky responde às críticas feitas por Rodrigo Constantino à Ayn Rand em um vídeo recente.

Para quem acha que Ayn Rand idealiza a razão e defende que isso denota arrogância, eis um texto dela que parece ter passado desapercebido pelo Rodrigo Constantino, que se diz conhecedor de sua obra:

“Não diga que você tem medo de confiar em sua mente porque sabe muito pouco. Você está mais seguro ao se render aos místicos e descartar o pouco que você sabe? Viva e aja dentro do limite de seu conhecimento e o expanda até o final de sua vida. Resgate sua mente dos domínios da autoridade. Aceite o fato de que você não é onisciente, mas se passar por zumbi não lhe fará onisciente; que sua mente é falível, mas tornar-se estúpido não o tornará infalível; que um erro cometido por você mesmo é mais seguro do que dez verdades aceitas pela fé, porque o primeiro deixa os meios para corrigi-lo, enquanto o segundo destrói sua capacidade de distinguir a verdade do erro.”

Querer atribuir a Ayn Rand o vício do racionalismo é recorrer à falácia do espantalho.

É injusto e falso dizer que Ayn Rand despreza tudo que a antecedeu. Ela sempre deixou claro de quem foram os ombros sobre os quais ela se apoiou para desenvolver o Objetivismo: Aristóteles, Francis Bacon, Isaac Newton, John Locke, entre outros, agregando suas próprias ideias às ideias deles.

Ayn Rand nunca idealizou a razão. Ela sempre defendeu que razão é a faculdade, o instrumento sem o qual não se adquire o conhecimento verdadeiro. Ayn Rand sempre se posicionou contra os racionalistas, aqueles que conferem primazia à consciência. Da mesma forma, criticou os céticos que zombam da capacidade humana de formar abstrações.

Não é à toa que Ayn Rand deu à sua filosofia o nome de Objetivismo, reconhecendo o óbvio, que, para viver como tal, o ser humano depende que sua consciência se relacione com a realidade objetiva através do método científico e da dedução lógica. Isso nada tem a ver com cientificismo ou racionalismo, como alguns, tentados pela religião, querem nos fazer crer.

Ayn Rand é, de todos os que querem construir e conservar uma sociedade civilizada, baseada no respeito mútuo aos direitos à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade, a que apresenta os melhores argumentos.

Como ela o faz utilizando-se da razão para quem não tem medo de usá-la, é normal que muitos não compreendam o impacto de sua obra, como está dito na citação acima, um excerto do discurso de John Galt em A revolta de Atlas.

Sempre que alguém resolve tomar o rumo em direção à fé, abdica do uso de sua própria razão, afastando-se do conhecimento: seja o conhecimento original adquirido pelo próprio uso da sua mente ou o conhecimento adquirido dos que o transmitiram adiante.

Outra acusação sem evidências materiais ou circunstanciais razoáveis é atribuir ao individualismo dos objetivistas traços de sociopatia. Ninguém mais do que os objetivistas entendem a necessidade do indivíduo de viver em sociedade. É na vida em sociedade que conhecimento e comércio de bens são maximizados.

O que os objetivistas defendem, com base nas ideias de Ayn Rand e daqueles que a antecederam na defesa dessas premissas, é que, mesmo vivendo em sociedade, os direitos individuais devem se manter intactos, além, é claro, dos que já mencionamos anteriormente: o direito à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade.

Sociopatia é exatamente o oposto do que os objetivistas defendem, pois eles sabem que a vida em sociedade, para ser vivida de forma saudável, só é possível onde esses direitos são respeitados.

Isso é outra coisa óbvia demais, que somente alguém com uma mente confusa, nublada por pensamentos místicos dogmáticos ou por emoções não compreendidas, não consegue assimilar.

Nenhum conservador será zeloso e prudente se não examinar as tradições que lhe transmitem usando a própria razão de forma livre e independente. O conservador que abre mão desse questionamento não será um indivíduo livre e independente para seguir com as tradições que lhes foram legaram, mas apenas um escravo de tempos passados cuja análise ele se recusa a fazer.

Conservar e mudar não resultam de forças determinísticas, mas do uso do livre-arbítrio que consiste antes de qualquer outra coisa na capacidade volitiva que temos para focar nossas mentes para fazer o que é necessário quando vamos agir, aceitar a tarefa intransferível para quem quer ser responsável pelo seu futuro, simplesmente pensar.

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Revisado por Matheus Pacini.

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