Quem precisa de oportunidade?

Tenho pensado muito ultimamente na ideia de "oportunidade". Alguns “à direita” tentaram defender o capitalismo alegando que ele promove "igualdade de oportunidades". Esse é um argumento ruim, como já disse antes. Além disso, não responde à pergunta: o que é a oportunidade?

Meu dicionário define 'oportunidade' como "conjunto de circunstâncias que torna possível fazer alguma coisa." Cito, como exemplo, um olheiro que o vê jogar bola e lhe oferece uma oportunidade de se tornar profissional. Entrar numa escola particular pode lhe dar a oportunidade de estudar com ótimos professores. Herdar um milhão de dólares lhe dá a oportunidade de investir em um novo negócio.

Eis aqui o ponto mais importante. Certo tipo de pessoa é necessário para aproveitar essas oportunidades: um tipo de pessoa dotada de habilidades, bem como dedicada a práticas e hábitos de sucesso à luz da área pretendida.

Um olheiro não se beneficiaria em contratar um viciado em televisão, afinal, ele provavelmente não gosta de atividades físicas e, muito menos, de passar horas e horas treinando diariamente. Entrar em uma escola particular não beneficia um péssimo aluno – porque há grande probabilidade de ele não entrar e, mesmo que fosse aceito, ele não saberia se beneficiar de um bom professor a não ser que se esforçasse para se tornar um aluno melhor. Até mesmo US$ 1 milhão de dólares não beneficiaria o tipo de pessoa que não pode gastar US$10 responsavelmente.

Eu gosto de pensar no Bill Gates. Alguns argumentam que seu sucesso deveu-se, principalmente, à sorte, afinal, ele estudou em uma poucas escolas da época que tinha computadores. Mas Gates não era o único aluno dessa escola. Ele fez escolhas valiosas e buscou oportunidades, passando dias e dias aprendendo sobre o computador, em vez de assistir à TV ou sair com amigos.

Uma oportunidade só é valiosa para quem está preparado para aproveitá-la. E, além do mais, Bill Gates é o tipo de pessoa que cria muitas, se não a maioria, das oportunidades que encontra na vida. Não importa quantas oportunidades colocasse no colo de James Taggart, ele seria incapaz de fazer uso delas. Por outro lado, Dagny Taggart tornava todas as circunstâncias que encontrava em oportunidades.

Não, você não é responsável por todas as oportunidades em sua vida. E, claro, algumas circunstâncias externas podem ser favoráveis e outras desfavoráveis. Mas aqueles que dizem que temos que redistribuir riqueza para criar oportunidades estão errados. Na medida em que um país é livre, o que importa basicamente não é o número de oportunidades que uma pessoa recebe, mas a visão de que, se ela quiser, ela pode se tornar o tipo de pessoa que aproveita – e gera – oportunidades.

A grande virtude do capitalismo não é que ele proporciona às pessoas “igualdade de oportunidades", seja lá o que isso signifique, mas sim que ele oferece o melhor ambiente possível para maximizar uma oportunidade – para quem escolher agarrá-la.

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Publicado originalmente em Ayn Rand Institute.

Traduzido por Breno Barreto.

Revisado por Matheus Pacini.

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