Por que eu defendo uma Escola sem Estado?

O caso do Colégio Rosário de Porto Alegre é icônico para mostrar como o projeto Escola sem Partido é anacrônico, perturbador e autoritário. Oponho-me total e absolutamente ao projeto, tendo sido inclusive convidado pelo então deputado estadual – hoje deputado federal eleito pelo Partido Novo, Marcel van Hattem – para expor meus pensamentos em audiência pública (que nunca ocorreu) em decorrência do impeachment de Dilma Rousseff.

Os fatos a mim relatados por uma mãe que me procurou indignada precisam ser investigados e entendidos para que a verdade seja trazida a público, e as autoridades legislativas não sigam com a sanha de colocar ainda mais coerção onde ela não deveria existir.

Eu assisti ao vídeo com os estudantes do Colégio Rosário fazendo manifestações a favor e contra o presidente eleito Bolsonaro.

É evidente no vídeo que as manifestações foram espontâneas. Que as crianças estavam reproduzindo a festa da democracia que tivemos nas ruas, desta vez no seu ambiente de convívio com os colegas, a escola.

Soube que a manifestação pelo #elenão foi combinada por uma parte dos alunos pelo WhatsApp e que nenhum professor teria se envolvido diretamente nisso; é possível que algum pai ou mãe tenha estimulado, o que não me parece ser reprovável.

Soube também que aqueles que reagiram cantando músicas da Banda Loka Liberal, que já foi liderada pelo vereador Felipe Zortéa Camozzato, o fizeram por vontade própria.

Soube que muitos apoiadores do Escola sem Partido estão usando o caso do Colégio Rosário como evidência de que a doutrinação existe. É bem provável que exista e nem deve ser a única escola onde isso acontece.

Ocorre que os fatos que se desenrolaram após a eleição não se configuram como sendo um caso de doutrinação. Usá-lo como tal é um ato agressivo contra a inteligência das crianças e da própria comunidade que acredita na civilização e numa sociedade autogovernada quando não há violência sendo praticada.

Relataram-me que crianças, pais e professores se sentem pressionados sem justificativa plausível, e que os jovens agora estão chateados como se tivessem feito algo errado.

Independente de existir ou não doutrinação, precisamos entender que as crianças têm livre-arbítrio, que vivem hoje interconectadas com o mundo, que não apenas levam para casa o que aprendem na escola, mas também levam para a escola o que aprendem nas ruas e em casa com os pais, os irmãos mais velhos e os parentes próximos.

O governo deveria ser separado da educação, dizem os liberais. Eu digo que separar o governo da educação é um avanço em direção ao desenvolvimento cultural, educativo, político, social e econômico do Brasil.

O Escola sem Partido segue na direção oposta.

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Publicado originalmente em Instituto Liberal.

Revisado por Matheus Pacini.

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