Por que Ayn Rand apreciava a ‘Oração da Serenidade’?

“Concedei-nos Senhor serenidade para aceitar as coisas que não podemos mudar, coragem para mudar as coisas que podemos, e sabedoria para distinguir umas das outras.”

A famosa “Oração da Serenidade” é citada por livros de autoajuda, religiosos e até seguidores modernos do Estoicismo como uma perspectiva fundamental a ser levada em conta para uma vida feliz.

Porém, para que a perspectiva presente nela de fato nos beneficie, precisamos saber que coisas (se é que alguma) podemos mudar, que coisa não podemos, e como saber a diferença. Sobre essas questões, infelizmente, a oração nada fala.

Em seu ensaio The Metaphysical versus the Man-Made, Ayn Rand (filósofa e conhecida ateísta) fala sobre ela. Após citá-la, escreve:

Essa declaração admirável é atribuída a um teólogo de cujas ideias discordo totalmente: Reinhold Nieburh. Mas – omitindo a forma de oração, a saber, a implicação de que os estados mentais e emocionais de um indivíduo [serenidade, coragem, sabedoria] são dons de Deus – ela é útil e verdadeira como forma de orientação: cita a atitude mental que um homem racional busca alcançar. A declaração é bela por sua eloquente simplicidade; porém, a sua aplicação envolve questões metafisico-morais profundas.[1]

Em seu ensaio, Rand argumenta que a atitude mental expressada na oração deve ser alcançada por nossos próprios esforços – e explica o que é necessário para tal. Central para seu argumento é uma tese regularmente negada por muitos pensadores seculares – a de que temos livre-arbítrio – e que nossa vida e caráter moral são moldados por nossas escolhas.

Se quiser conhecer a perspectiva de Rand sobre as questões levantadas (porém não resolvidas) pela ‘Oração da Serenidade’, leia o ensaio de Rand. É um de meus favoritos – tanto pela seriedade com que Rand aborda os desafios que encaramos na vida, como pela orientação que nos oferece para nossos projetos e aspirações.

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Publicado originalmente em The New Ideal.

Traduzido por Matheus Pacini.

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[1] RAND, Ayn Rand. “The Metaphysical versus the Man-Made,” in Philosophy: Who Needs It. New York: Signet, 1984.

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